Reciclagem de eletroeletrônicos e eletrodomésticos: por que a colaboração de toda a cadeia é essencial?
*Por Robson Esteves
LUIZ VALLOTO
11/04/2025 10h58 - Atualizado há 1 dia
Robson Esteves - Divulgação
A reciclagem de eletroeletrônicos e eletrodomésticos é um desafio global que exige a colaboração de todos os envolvidos na cadeia produtiva para ser eficaz. O sistema de logística reversa desses produtos é complexo, e, por isso, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e o Decreto Federal nº 10.240/2020 estabelecem a responsabilidade compartilhada ao longo do ciclo de vida dos produtos. Essas regulamentações determinam obrigações específicas para fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores. Quando qualquer parte dessa cadeia não cumpre seu papel, a eficiência do sistema é prejudicada, gerando impactos ambientais e econômicos negativos. Esse processo envolve diversas etapas, desde a coleta até o tratamento adequado dos materiais.
Os fabricantes e importadores são responsáveis por estruturar sistemas que assegurem a destinação final ambientalmente adequada dos produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos entregues pelos consumidores após o uso, priorizando a reciclagem. Os varejistas e demais comerciantes têm um papel crucial ao oferecer pontos de recebimento acessíveis, garantindo que os produtos descartados sejam corretamente encaminhados para as empresas parcerias responsáveis pelo tratamento desses resíduos, garantindo a destinação ambiental correta. Os consumidores também são protagonistas na logística reversa, sendo responsáveis por separar os equipamentos descartados, remover seus dados pessoais e destiná-los aos pontos de recebimento especializados. Por fim, as entidades gestoras são responsáveis por operacionalizar a logística reversa, conectando os diferentes agentes do setor de maneira a garantir que os produtos coletados sejam reciclados corretamente. O impacto da falta de engajamento Apesar de existir um número bastante expressivo de empresas que produzem ou importam eletroeletrônicos e eletrodomésticos no Brasil, menos de 200 participam ativamente da reciclagem por meio de entidades gestoras ou programas próprios. Esse baixo nível de adesão cria um desequilíbrio no setor, onde poucos arcam com os custos da logística reversa. O baixo comprometimento de varejistas, por exemplo, é um obstáculo significativo. Algumas redes já estão engajadas na disponibilização de pontos de recebimento e na conscientização de seus clientes, mas muitas outras ainda não participam ativamente do sistema. Isso torna o processo de descarte menos acessível para os consumidores e compromete a eficácia da reciclagem desses produtos. A atuação do poder público é outro fator essencial para fortalecer a logística reversa. Governos e prefeituras podem contribuir por meio de incentivos fiscais, regulamentação eficaz e fiscalização rigorosa para garantir que todas as empresas cumpram suas obrigações ambientais. Entretanto, nem sempre isso é priorizado. Caminhos para uma maior adesão Para garantir uma concorrência justa e ampliar a adesão ao sistema de reciclagem, é necessário um esforço conjunto para conscientizar as empresas sobre sua responsabilidade ambiental. A ampliação da fiscalização é fundamental para evitar que as organizações que não cumprem suas obrigações tenham vantagens com menores custos sobre aquelas que seguem as normas. Outro ponto a ser destacado é a conscientização do consumidor, que desempenha atuação indispensável na efetividade da logística reversa. Nesse sentido, investir em educação ambiental e campanhas informativas ajuda ampliar o engajamento da população. Quando a sociedade compreende seu lugar na cadeia de reciclagem e têm acesso a informações claras sobre os pontos de descarte e os benefícios do sistema, a adesão aumenta, fortalecendo toda a estrutura da logística reversa. Portanto, a economia circular envolvendo esses equipamentos só será eficaz se todos os elos da cadeia produtiva assumirem sua responsabilidade. Fabricantes, importadores, varejistas, consumidores, entidades gestoras e o setor público precisam atuar em conjunto para garantir que os produtos descartados sejam processados adequadamente, evitando danos ao meio ambiente e promovendo um planeta mais sustentável. *Robson Esteves – Presidente da ABREE — Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos. Sobre a ABREE: Fundada em 2011, a ABREE – Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos – é uma entidade gestora sem fins lucrativos, que define e organiza o gerenciamento da implementação do sistema coletivo de logística reversa de produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos, promovendo economia de grande escala. Com 52 associados que representam 173 marcas, a ABREE é responsável pelo gerenciamento através da contratação, fiscalização e auditoria dos serviços prestados por terceiros, além de contribuir com informações para todos os envolvidos da cadeia, responsáveis pela viabilização da logística reversa de eletroeletrônicos e eletrodomésticos no país. Para mais informações, acesse http://abree.org.br/ Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
LUIZ FERNANDO VALLOTO
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