Será que a escola está de fato pronta para incluir?

Especialista na nova educação comenta como a maioria das escolas segue despreparada para a verdadeira inclusão

AS
08/04/2025 09h52 - Atualizado há 1 semana

Será que a escola está de fato pronta para incluir?
Comunicação Bruna Cassaro
O dia 02 de abril foi marcado pelo Dia Mundial de Conscientização do Autismo e, com isso, por uma chuva de posts institucionais nas redes sociais falando sobre INCLUSÃO, vindos de políticos, profissionais, empresas, planos de saúde e, claro, escolas. Mas, será que as escolas estão realmente prontas para incluir? Para a especialista na nova educação, professora e consultora, Bruna Cassaro, a resposta é que, infelizmente não. De acordo com ela, as escolas, tanto públicas quanto particulares do nosso país, hoje, em maioria, não estão preparadas para promover a verdadeira inclusão.
A especialista explica que há varias questões para que essa inclusão aconteça, mas algo a ser destacado é que, no Brasil, a maioria das escolas ainda trabalha com a educação tradicional, que tem como proposta a memorização, dentro da repetição. Para ela, esse sistema acaba beneficiando apenas aquelas pessoas que têm fácil memorização, já sendo, a partir daí uma educação exclusiva. “Qual que é a proposta dessa nova educação? É o professor entender a necessidade dos alunos, entender que todos nós aprendemos, só que aprendemos de maneiras diferentes”, explica.
Bruna afirma que, independente das deficiências, somos todos seres diferentes e com diferentes necessidades, então, ao preparar uma aula o professor deve estar capacitado a perceber sua turma e cada aluno individualmente. Assim, ao planejar sua aula, ele vai utilizar recursos e estratégias nesse planejamento, que possam atingir a todos. Por exemplo, ele vai utilizar quadro, leitura, caderno, livro, vídeo, jogos, debate, trabalhos em grupo, dentro de um mesmo conteúdo, assim abrangendo as diversas formas de aprender. “Mas, para isso é necessário que as escolas capacitem seus profissionais”, ela enfatiza.

Um segundo ponto destacado pela profissional é a parte estrutural das instituições de ensino. “Aqui estamos falando de questões dede estruturas físicas mesmo, por exemplo, quantidade de alunos na sala de aula, tamanho das salas, materiais e estruturas da escola disponíveis para que esse professor tenha essa possibilidade de inovar e planejar e atender as necessidades de todos os alunos. Esse seria o ideal”, comenta.
Algo bastante importante também é como o ambiente escolar deve reagir ao bullying, se incluindo aqui todas as formas deste e de preconceitos, como gordofobia, racismo, preconceito com os deficientes, entre outros.  Para a consultora, essa questão deve ser discutida continuamente dentro das escolas e, para que isso aconteça, o bullying precisa ser discutido, tratado e falado diariamente, além de ações em datas pontuais. Ela chama a atenção para que, caso algum caso venha a acontecer, este deve ter uma ação imediata de responsabilização dos envolvidos. “O racismo, por exemplo... para que a gente possa verdadeiramente combater o racismo dentro da sala de aula e dentro das escolas, é preciso desenvolver a educação antirracista. Não adianta ter uma semana, um mês ou um dia do ano onde eu vou levantar essa bandeira, onde eu vou levantar esse tema, onde eu vou trabalhar e vou desenvolver. Não. Isso precisa ser falado, trabalhado e desenvolvido todos os dias no ambiente escolar”, alerta.
Concluindo, além da importância da capacitação contínua dos profissionais em todos os temas de inclusão e de uma estrutura física adequada, a especialista na nova educação chama a atenção da importância da presença da família, em parceria com a escola sempre. “Para que isso verdadeiramente aconteça, para que essa interação verdadeiramente aconteça, a escola precisa estabelecer um diálogo, estar de portas abertas para essa família. Precisa trazer essa família para dentro da escola, para que exista uma relação de diálogo mútuo e não apenas reuniões para mensagens de regras ou reclamações. Precisa haver acolhimento de fato”, finaliza ela.
 
 

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AMANDA MARIA SILVEIRA
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