Data centers falham: alerta de incêndio reacende discussão sobre a real segurança na era da nuvem

CEO da Penso Tecnologia destaca a importância da resiliência de dados como estratégia de negócio diante de paralisações cada vez mais frequentes

PEDRO SENGER
07/04/2025 08h13 - Atualizado há 5 dias

Data centers falham: alerta de incêndio reacende discussão sobre a real segurança na era da nuvem
Divulgação

No dia 31 de março de 2025, um incêndio atingiu parte do data center SP4 da Equinix, no Brasil, deixando empresas e especialistas em alerta. Responsável por cerca de 25% do mercado mundial de data centers, a Equinix viu suas operações parcialmente paralisadas enquanto as causas do incidente ainda são investigadas. O caso expõe um ponto muitas vezes negligenciado: mesmo na era da computação em nuvem, data centers continuam falhando.

Para muitas organizações, a nuvem representa uma promessa de segurança absoluta. No entanto, essa percepção ignora um fato básico: a infraestrutura física por trás da cloud continua sujeita a riscos como falhas elétricas, incêndios e desastres naturais. Em 2023, a Ativy foi vítima de um ransomware que resultou em perda irreversível de dados. Dois anos antes, o data center da OVH, na Europa, também pegou fogo, gerando o mesmo tipo de impacto. Situações como essas mostram que, por trás da aparente estabilidade digital, há um mundo físico vulnerável.

Segundo o relatório "Annual Outage Analysis 2024", do Uptime Institute, 55% dos data centers no mundo enfrentaram algum tipo de paralisação nos últimos três anos. A maioria desses incidentes não chega ao noticiário, mas os impactos, muitas vezes silenciosos, afetam profundamente a operação das empresas. Para Thiago Madeira de Lima, CEO e fundador da Penso Tecnologia, confiar exclusivamente em um único provedor de nuvem é uma aposta arriscada. "É como construir um castelo de cartas: basta um ponto de falha para tudo desmoronar", afirma.

O problema se agrava quando empresas assumem que os grandes provedores são responsáveis por todas as camadas de segurança dos dados. No modelo de responsabilidade compartilhada, adotado por gigantes como AWS e Microsoft Azure, o cliente é quem responde pela proteção, backup e redundância das informações. "Muita gente não sabe que, se não contratar esses serviços de forma adicional, pode estar vulnerável a perdas irreparáveis", alerta Thiago.

Em um mundo onde uma falha tecnológica pode significar a paralisação total do negócio, a resiliência de dados ganha status de prioridade estratégica. Imagine sua empresa operando por dias sem acesso ao sistema principal, sem emitir notas fiscais ou sequer receber e-mails. Esse tipo de situação, além de comprometer a produtividade, pode afetar a reputação e a confiança dos clientes e parceiros.

A boa notícia é que o mercado tem amadurecido. Cada vez mais empresas compreendem que a tecnologia não é apenas um suporte operacional, mas o próprio coração do negócio. E, por isso, soluções como backup off-site, replicação entre provedores distintos e o DRaaS (Disaster Recovery as a Service) vêm sendo adotadas como práticas indispensáveis de segurança.

"Na Penso, temos visto um movimento crescente de grandes corporações em busca de estratégias robustas para garantir a continuidade das operações. Resiliência de dados deixou de ser uma despesa de TI para se tornar uma escolha essencial de governança e sustentabilidade empresarial", reforça Thiago Madeira de Lima, que atua há mais de 30 anos com tecnologia e segurança da informação.


 

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PEDRO GABRIEL SENGER BRAGA
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