15 sinais de alerta: quando a liderança feminina está por um fio

Sobrecarga, silenciamento e insegurança no trabalho ainda afetam o desempenho das mulheres em cargos de liderança. Especialista aponta os principais alertas e caminhos

TINTEIRO ASSESSORIA DE IMPRENSA
06/04/2025 18h28 - Atualizado há 12 horas

15 sinais de alerta: quando a liderança feminina está por um fio
Divulgação

A presença feminina em cargos de liderança tem crescido, mas os desafios estruturais, emocionais e comunicacionais que atravessam a rotina dessas profissionais geram sinais de alerta que muitas vezes são ignorados — por elas próprias, pelas organizações e pela sociedade.

A fonoaudióloga e doutora em expressividade, Dra. Cristiane Romano , explica que a saúde mental da mulher em posição de liderança está diretamente ligada ao espaço que ela ocupa — ou precisa conquistar — para se expressar com liberdade, segurança e autoridade. Quando esse espaço é constantemente questionado ou sufocado, o desgaste é inevitável.

"É preciso entender que a liderança feminina não é apenas sobre ocupar uma posição estratégica. É sobre ter autonomia para se comunicar, tomar decisões e ser ouvida com o mesmo respeito que um homem em igual cargo recebe. Quando isso não acontece, o adoecimento se inicia de forma silenciosa, e as consequências podem ser graves", afirma.

15 sinais de que a liderança feminina pode estar colapsando:

  1. Cansaço constante, mesmo após o descanso.
  2. Dificuldade de concentração e perda de produtividade.
  3. Sensação de estar sendo interrompida ou desconsiderada em reuniões.
  4. Receio de se posicionar com firmeza para não ser rotulado como "agressivo".
  5. Excesso de autocobrança e sentimento de insuficiência.
  6. Isolamento nas decisões, sem apoio da equipe ou da gestão superior.
  7. Desvalorização frequente de suas ideias e propostas.
  8. Sobrecarga emocional por tentar conciliar múltiplos papéis.
  9. Ansiedade ao se comunicar em contextos hierárquicos.
  10. Feedbacks vagos ou baseados em avaliações subjetivas.
  11. Comparações constantes com líderes homens.
  12. Percepção de que precisa “provar” mais do que os colegas.
  13. Perda da motivação ou da paixão pela carga.
  14. Dificuldade para delegar tarefas por medo de julgamento.
  15. Sentimento de solidão, mesmo em posições de destaque.

O que esses sinais revelam?

De acordo com a Dra. Cristiane Romano, muitos desses sinais não são vistos como sintomas de desgaste, mas sim como "parte do pacote" para mulheres que desejam competir. "Existe uma cobrança implícita de que as mulheres devem ser multitarefas, resilientes o tempo todo e emocionalmente equilibradas, mesmo quando enfrentam ambientes hostis. Essa expectativa irreal gera adoecimento e faz com que muitas líderes desistam

O cenário se agrava quando há ausência de espaços seguros para diálogo e escuta ativa nas empresas. "A comunicação não é apenas uma habilidade técnica. É um instrumento de poder. Quando a mulher não consegue comunicar suas ideias de forma assertiva, por medo de represálias ou deslegitimação, ela começa a se anular — e esse é um dos primeiros passos para o esgotamento emocional", pontua a especialista.

Como reverter esse cenário?

A Dra. Cristiane Romano defende que é preciso compensar urgentemente a forma como as organizações apoiam (ou não) suas líderes. Mais do que ocupar cargos, é necessário garantir sustentação emocional, escuta e reconhecimento para que a liderança feminina se fortaleça.

Entre as estratégias recomendadas, estão:

  • Capacitação em comunicação assertiva e expressividade: as mulheres precisam se sentir autorizadas a falar com firmeza e clareza, sem receber retaliações.
     
  • Ambientes que favorecem a escuta ativa: espaços onde a fala feminina não seja interrompida, relativizada ou interpretada como emocionalidade excessiva.
     
  • Redes de apoio e mentoria: promover trocas entre líderes mulheres para o compartilhamento de experiências, estratégias e acolhimento.
     
  • Políticas de saúde mental: programas internos que contemplem acompanhamento psicológico, diálogos estruturados e ações de prevenção ao burnout.
     
  • Valorização de indicadores emocionais: assim como se mede produtividade, também é preciso acompanhar os índices de bem-estar e sobrecarga emocional das lideranças.
     

"Liderança não é só resultado. É processo. E para uma mulher chegar longe, ela precisa de um ambiente que não a silencie. Ela precisa de estrutura para ser quem é, com todas as potências que carrega", conclui a Dra. Cristiane Romano.

 

Sobre a Dra. Cristiane Romano
 

Fonoaudióloga com mestrado e doutorado em Expressividade pela USP. Pós-graduada em Voz pelo CEFAC - BH e em Gestão Estratégica de Marketing pela PUC Minas. Possui formação em Business and Executive Coaching pela University of Ohio - EUA. Autora de artigos científicos nacionais e internacionais, é referência no desenvolvimento de habilidades comunicativas e no fortalecimento da liderança por meio da expressividade.


 

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PAULO NOVAIS PACHECO
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