Tecnologia é o caminho para o aumento da produtividade na pecuária, afirma gerente de pecuária da CFM após tour técnico pelos Estados Unidos
MARIANA TABATIANO
21/03/2025 11h52 - Atualizado há 2 dias
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A aplicação massiva de tecnologia em todas as etapas da pecuária é essencial, não apenas pela escassez de mão de obra, mas também pela busca contínua por eficiência e rentabilidade. Essa é uma das principais conclusões de Tamires Miranda Neto, gerente de pecuária da Agro-Pecuária CFM – uma das maiores fornecedoras de touros Nelore do Brasil – após realizar tour técnico pelos Estados Unidos, visitando propriedades dedicadas ao melhoramento genético da pecuária de corte, empresas de genética, eventos e instituições do setor. “Este intercâmbio de informações e experiências é extremamente enriquecedor – tanto para os profissionais quanto para os negócios. Afinal, foi durante o primeiro tour técnico da CFM aos EUA, em 1999, que criamos o inovador Megaleilão CFM, revolucionando o modelo brasileiro de comercialização de reprodutores. Vinte e seis anos depois, retornamos aos EUA para uma nova jornada de aprendizado”, comenta Neto. O objetivo desta viagem foi mais amplo do que apenas observar possíveis adaptações ao modelo de negociação adotado no Brasil. A intenção foi colher o máximo de informações sobre a produção em fazendas de cria, recria e engorda em um país referência mundial em produtividade. Durante o período, foram percorridos 7.355 quilômetros, visitando nove estados e 11 locais, incluindo criatórios renomados, centrais de reprodução e a American Angus Association. “É claro que nem tudo o que vimos pode ser aplicado diretamente à nossa realidade, devido às diferenças climáticas, à disponibilidade de tecnologia e a aspectos culturais. Porém, uma das observações mais marcantes foi a grande valorização do touro como melhorador nos EUA. A demanda por reprodutores é alta, tanto pelo profissionalismo do pecuarista americano, que entende a importância da genética para melhorar resultados, quanto pela baixa taxa de inseminação artificial nas fêmeas, provavelmente devido à escassez de mão de obra”, destaca Neto. Uma das visitas mais impactantes para o gerente da CFM foi ao leilão do Schaff Angus Valley, em Saint Anthony, Dakota do Norte. Em um único evento, foram vendidos 400 touros, com média de US$ 17 mil por animal – o equivalente a 163 arrobas de boi gordo nos Estados Unidos – e pagamento à vista. Os touros são leiloados individualmente, mas passam por vistoria prévia organizada por paternidade, que é uma das informações principais para a decisão de compra. “O que mais nos impressionou foi a agilidade do leilão. A rapidez foi garantida pelo padrão de manejo: um touro era retirado da pista antes que o lance fosse finalizado, para que outro fosse imediatamente colocado”, observa Neto. O tour também incluiu visitas ao CUP Lab (Ames, Iowa) e à Integrated Breeders (Hearn, Texas). O primeiro é especializado em avaliação de carcaças por ultrassonografia. Durante a visita, foram discutidas questões técnicas e de mercado. Foi mencionado que no Brasil ainda há baixa demanda por esse tipo de serviço, o que se deve à falta de incentivo para remuneração por qualidade de carcaça – modelo amplamente adotado nos EUA. A segunda empresa é uma central de reprodução, que abriga de 60 a 80 touros e produz, em média, 500 mil doses de sêmen por ano. “Na Integrated Breeders, discutimos, entre outros assuntos, a prestação de serviços diretos ao produtor. O mais curioso é o modelo em que o criador leva seu touro até a central, faz a coleta, congela o sêmen e o leva de volta à fazenda, tudo no mesmo dia”, comenta o gerente de pecuária da CFM. Para Neto, além do aprendizado técnico obtido durante a viagem, houve valiosa oportunidade de criar e fortalecer laços com profissionais comprometidos com a melhoria constante da produção. “O exemplo dessas empresas e profissionais nos motivou a voltar ao Brasil cheios de novas ideias e com a energia renovada para aprimorar nossas práticas por aqui”, finaliza. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
FERNANDA DE SOUZA MARTINS
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