Comemorado em 8 de março, o Dia Internacional da Mulher celebra conquistas de direitos e levanta debates sobre a disparidade de gênero na sociedade, especialmente no mercado de trabalho e empreendedorismo. Para marcar a data, a Bravo, empresa especializada em tecnologia para as áreas financeira, contábil e tributária, anuncia uma série de iniciativas voltadas ao fortalecimento do empreendedorismo feminino, que ocorrerão ao longo da semana. A ação busca capacitar, inspirar e ampliar a participação das mulheres no mundo dos negócios.
Durante essa semana, a empresa disponibilizará um espaço para pequenas empresárias divulgarem seus produtos e serviços — desde itens afetivos até soluções na área de saúde e bem-estar. A iniciativa visa oferecer visibilidade às empreendedoras e, ao mesmo tempo, proporcionar comodidade à equipe feminina da organização.
Segundo Regina Calil, vice-presidente da Bravo, iniciativas como essa são essenciais para criar um ambiente de transformação e equidade para mulheres nos negócios. “Ao direcionarmos nosso poder de decisão para fortalecer a economia criativa e apoiar pequenas iniciativas, contribuímos para um ciclo sustentável de crescimento e transformação”, destaca Regina.
Essa ação está alinhada tanto ao conceito de capitalismo consciente, praticado pela Bravo, quanto aos princípios de ESG, conforme explica Danielle Guerra, gerente de marketing da Bravo — reforçando a importância das escolhas na construção de uma economia mais equilibrada e inclusiva. “Nosso propósito é promover conhecimento, ampliar o acesso e incentivar o empreendedorismo feminino, sempre com um olhar voltado para impacto e sustentabilidade”, explica Guerra, que também é líder de Diversidade e Inclusão na empresa.
O empreendedorismo feminino tem se mostrado uma ferramenta poderosa para a inclusão social e econômica. No entanto, desafios como acesso limitado ao crédito, desigualdade de renda e jornada dupla ainda persistem. Segundo dados do Sebrae, o Brasil é o 7º país com o maior número de empreendedoras, sendo que 82% delas iniciam seus negócios por necessidade.
O caminho das mulheres no empreendedorismo segue repleto de desafios. Um dos principais obstáculos é a jornada tripla: além de gerir seus negócios, muitas acumulam responsabilidades com a casa e os filhos. Como consequência, dedicam 17% menos horas ao próprio empreendimento em comparação aos homens.
Segundo dados do Sebrae Delas, as mulheres trabalham, em média, 10,5 horas a mais por semana do que os homens em afazeres domésticos e cuidados com a família. Durante a pandemia, esse cenário se agravou. Com as medidas de isolamento social, muitas empresárias tiveram de reduzir suas operações ou até encerrar atividades para assumir um papel ainda maior nos cuidados com filhos e idosos.
Outro desafio significativo está no acesso ao crédito. Mulheres empreendedoras pagam taxas de juros mais altas (34,6% ao ano, contra 31,1% para os homens), apesar de apresentarem um índice de inadimplência menor (3,7% contra 4,2%). A busca por equidade no empreendedorismo segue como um dos principais desafios para garantir um ambiente mais justo e inclusivo no mercado.
Equidade de gênero fomentando inovação no mercado de tecnologia
Como dito anteriormente, o Dia Internacional da Mulher ressalta os desafios enfrentados por profissionais femininas em diversos setores. No ramo de tecnologia, não é diferente: em um mercado dominado majoritariamente por profissionais masculinos, o setor vê o crescimento da presença feminina ano após ano, mas desafios como a desigualdade salarial e a dificuldade de ascensão para cargos de liderança ainda são obstáculos enfrentados por essa parcela da população no mercado de trabalho.
Segundo estudo do IBGE divulgado no Dia Internacional da Mulher em 2024, mesmo com maior nível de escolaridade, as mulheres recebem, em média, 21% a menos que os homens na mesma função. Essa disparidade reforça a necessidade de iniciativas que acelerem o crescimento profissional feminino. Quando se fala em tecnologia, o cenário é ainda mais preocupante: 71% das mulheres da área de tecnologia da informação (TI) já declararam trabalhar por horas extras para tentar ascender na carreira, de acordo com estudo de 2024 da Acronis.
Regina Calil relata que “sentiu na pele” os desafios compartilhados com outras mulheres da área. “Comecei minha trajetória na tecnologia logo no final do ensino médio, e desde então pouca coisa mudou. As profissionais da área ainda são muito subestimadas quando se compara aos profissionais homens”, conta Calil, que hoje gerencia equipes multidisciplinares na empresa e é uma das principais lideranças da Bravo.
Impulsionando a equidade de gênero desde a base
Empresas de tecnologia, por sua natureza mais ágil e inovadora, têm sido pioneiras na promoção da diversidade e inclusão, criando ambientes mais receptivos para as mulheres. Mas embora as oportunidades estejam crescendo, a falta de representatividade feminina no setor de tecnologia continua sendo um desafio.
De acordo com o relatório de 2023 da Women in Tech da International Data Corporation (IDC), apenas 20% dos profissionais de tecnologia no Brasil são mulheres, um número ainda muito aquém da paridade de gênero. Por isso, além da contratação e promoção de mulheres, programas de capacitação têm sido considerados um fator essencial na transformação da área.
O Programa Garra, da Bravo, já beneficiou mais de 100 jovens em situação de vulnerabilidade social, sendo 69,1% mulheres. “Nosso objetivo é criar oportunidades para que mais mulheres possam ocupar posições estratégicas no mercado financeiro e na tecnologia”, destaca Calil.
O impacto da liderança feminina no setor
Os cargos de liderança também se beneficiam com profissionais mulheres: além de contribuir com a diversidade de gênero no ramo, lideranças femininas impactam positivamente no desempenho das empresas. Em pesquisa conduzida pela FIA Business School, 79% dos funcionários afirmaram confiar totalmente em CEOs femininas, em contraponto aos 72% relatados sobre CEOs masculinos.
Hoje, 70% das posições de liderança na empresa são ocupadas por mulheres na Bravo. Danielle Guerra, gerente de Marketing, comenta que a retenção de talentos femininos é um reflexo direto da política de inclusão e inovação. “Nós acreditamos que a diversidade é um diferencial estratégico, porque equipes diversas geram mais inovação e refletem melhor as necessidades do mercado”, afirma Guerra, que também é líder de Diversidade e Inclusão na empresa.
Para Regina Calil, ampliar a presença feminina no alto escalão é muito mais que uma questão de justiça social, mas se trata de eficiência e inovação. “Quando há diversidade na tomada de decisões, as empresas se tornam mais competitivas e sustentáveis no longo prazo”, afirma.
Apesar dos avanços, a gerente de Marketing aponta que ainda há muito a ser feito para garantir equidade no mercado de tecnologia. “O setor precisa evoluir não só em termos de contratação, mas também na retenção e promoção de talentos femininos. Somente com políticas estruturadas conseguiremos um futuro mais igualitário e justo para as próximas gerações de mulheres profissionais”, conclui Guerra.
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
THAIS MOREIRA CIPOLLARI
[email protected]