Projeto leva o Choro a novos públicos, incluindo idosos, estudantes do EJA e espectadores em praças públicas. Apresentações têm duração de 60 minutos e são gratuitas
Brasília (DF), 11 de fevereiro de 2025 - O projeto Tenor Chorão, lançado em abril do ano passado, volta a Brasília para a sua segunda temporada, com apresentações gratuitas entre os meses de fevereiro e abril de 2025. Nesta edição, composta por dez concertos - seis delas já agendadas (veja serviço abaixo), o projeto expande seu alcance e incluirá, além de escolas do ensino fundamental, apresentações em instituições para idosos, praças públicas e unidades de Educação de Jovens e Adultos (EJA), ampliando o público-alvo para adultos e idosos.
“Por conta da faixa etária, muitas dessas pessoas já conhecem algumas músicas do repertório, como 'Carinhoso' e 'Rosa', do Pixinguinha, que marcaram época", explica Nícolas Madalena, idealizador do projeto, que destaca a importância do violão tenor, instrumento que teve grande relevância na música brasileira. "Nos anos 50, com a chegada da Bossa Nova e posteriormente dos instrumentos elétricos do rock, o violão tenor foi ficando em segundo plano. Nosso objetivo é reinseri-lo no Choro e apresentar seu potencial ao público”, afirma Nícolas, que se dedica há mais de uma década ao violão tenor, instrumento com proporção ligeiramente reduzida em relação ao violão e que dispõe de apenas quatro cordas.
A iniciativa visa aumentar o acesso ao Choro, gênero musical considerado patrimônio cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e destacar o papel do violão tenor na cena do Choro na capital federal.
A nova temporada do Tenor Chorão contará com um grupo de músicos reconhecidos no cenário brasiliense, tais como Nelson Latif (violão de sete cordas), Sidney Rosa (sanfona), Mariana Sardinha (cavaquinho) e Nathália Marques (pandeiro), além das participações especiais do flautista Caio Handel e do bandolinista Marcelo Lima em algumas apresentações. "São músicos que têm um trabalho de longa data aqui em Brasília e tocam instrumentos essenciais no Choro", explica Nícolas.
Concertos didáticos As apresentações terão duração de 60 minutos e atenderão estudantes do ensino fundamental (crianças e adolescentes), do programa EJA, idosos e o público em geral. Durante os concertos, será abordada a história do Choro, suas características musicais e a relevância do violão tenor no gênero. Os espectadores também serão convidados a interagir e aprender sobre os ritmos e instrumentos envolvidos. "Desta vez, queremos levar o Choro a novos espaços, para quem talvez já tenha uma relação com esse gênero, mas não teve mais contato nos últimos anos", explica Nícolas.
O repertório desta temporada contará com mudanças significativas, incluindo "Nova Ilusão", gravada pelo grupo Os Cariocas e considerada um precursor da Bossa Nova. Foram selecionadas peças que incluem composições de Garoto, Cacique e Zé Menezes, entre outros.
O projeto Tenor Chorão conta com o apoio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal e será realizado na Região Administrativa de Arniqueira.
Edição de 2024 Na primeira edição, em 2024, o projeto Tenor Chorão levou apresentações didático-musicais de Choro para oito escolas da rede pública de ensino do Distrito Federal, atingindo aproximadamente 2 mil pessoas – entre estudantes de 10 a 14 anos, pais e docentes. Diferentemente da edição anterior, que foi realizada exclusivamente em escolas e teve como foco as crianças, esta nova fase ampliou o alcance e diversificou o público. “Na primeira temporada as crianças se envolveram ativamente: muitas aproveitaram para experimentar os instrumentos e conhecer os elementos que compõem a música, enquanto outras se encantaram com o repertório proposto”, complementa Nícolas Madalena.
O músico lembra que, no decorrer do projeto, mesmo diante de desafios como condições climáticas adversas e a dificuldade de captar a atenção dos alunos em horários de intervalo, o poder transformador da música ficou evidente nas apresentações. “O retorno geral foi extremamente positivo, comprovando que a música, independentemente de sua popularidade, tem o poder de emocionar e transformar”.
Sobre os artistas do projeto
Nícolas Madalena
É multi-instrumentista, compositor, pesquisador e um aventureiro musical, nascido e criado em Brasília. Toca cello, violão tenor, bandolim e baixo elétrico. É conhecido no cenário musical brasiliense pelo seu estilo único de tocar e por trabalhar com a linguagem da música popular. Como compositor foi finalista do concurso 7 Notes Challenge, de Serj Tankian. Gravou um disco em homenagem ao Canhoto da Paraíba. Também desenvolveu uma pesquisa sobre o violão tenor. Além do disco, possui dois singles, um EP e muitas parcerias em composições e projetos musicais.
Nelson Latif
Músico, sociólogo e gestor cultural, trabalhou por 27 anos na instituição holandesa Uit de Kust, coordenando oficinas de percussão e de música brasileira para estudantes europeus. O músico dedica sua carreira especialmente à música instrumental brasileira e tem feito constantes turnês internacionais nos últimos anos. É um dos integrantes do Trio Baru, Camerata Caipira e de outros projetos culturais. É fundador do Coletivo Educação pela Arte.
Mariana Sardinha Marçal
É graduada em Licenciatura em Música na UnB e formada pelo Curso Técnico em Bandolim na Escola de Música de Brasília. Toca flauta transversal, guitarra, cavaquinho, mas o gosto pelo samba e pela MPB a levou a experimentar instrumentos de percussão como o surdo, pandeiro e cajon. Pelo projeto Prata da Casa do Clube do Choro, tocou em diversas ocasiões juntamente com outros musicistas como o acordeonista Sivuquinha de Brasília, o flautista Sérgio Moraes e o bandolinista Tiago Tunes.
Nathália Marques
É instrumentista, arranjadora, compositora. Natural de Brasília, iniciou seus estudos em percussão na Orquestra de Metais e Percussão do Instituto Grupo Pão de Açúcar. Aos 18 anos, ingressou no curso técnico em Percussão Erudita da Escola de Música de Brasília. Como percussionista orquestral, atuou em algumas das principais orquestras e bandas brasilienses. Participou de festivais de música nacionais tais como o Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília (edições 36ª a 42ª), 35º Festival de Música da UFSM, entre outros.
Sidney Rosa
Amante da música desde muito cedo, Sidney Rosa hoje com 23 anos de carreira, vem cada vez mais ganhando espaço no cenário brasiliense. Começou sua trajetória como tecladista, depois também contra baixista atuando em trios de forró, bandas de baile e ao lado de cantores como Márcio Brasil, Beto Bandes e Di Brasil. Sua versatilidade e busca por novos desafios fez Sidney Rosa aprender um novo instrumento: o acordeão. Desde 2012, tornou-se também sanfoneiro.
SERVIÇO
Projeto ‘Tenor Chorão’ – 2ª temporada Seis datas já confirmadas: 19/02: Lar Doce Lar – Arniqueira (SH Arniqueiras Col. Agrícola Vereda da Cruz – Taguatinga)
22/02: Villa do Conde Residencial Sênior – Arniqueira (SH Arniqueiras Col. Agrícola Arniqueira Casa 6 – Arniqueiras)
24/02: Escola Classe – Arniqueira (SHA conjunto 04, Sria II Qe 38 Cl Ae, 05 - Setor Habitacional Arniqueira)
24/03: Centro de Ensino Fundamental 15 – Taguatinga (Qsa 3/5, Area especial 01)
26/03: Administração Regional – Arniqueira (SH Arniqueiras ADE Águas Claras lote 33 e 34 – Taguatinga)
28/03: Escola Classe – Arniqueira (SHA conjunto 04, Sria II Qe 38 Cl Ae, 05 - Setor Habitacional Arniqueira)