Isidoro B. Guggiana
Zé Celso Martinez Corrêa em
As construções simbólicas de uma cidade em disputa. A comunidade indígena Guarani Mbya se une a Ocupação Ouvidor 63, a maior ocupação artística da américa latina e ao grupo Teatro Oficina. Este é o tema de
"Anhangabaú", longa documental de
Lufe Bollini.
O longa ganha, na sexta-feira (24/01), às 15h, uma master class, ministrada pelo diretor, o produtor e diretor de fotografia Rafael Avancini, sobre o processo criativo e a relação dos personagens com a cidade, na CAIXA Cultural (Praça da Sé, 111). No mesmo local, acontece no sábado (25/01), a pré-estreia de "Anhangabaú", às 15h. A exibição integra o ciclo comemorativo aos 471 anos da cidade de São Paulo. A entrada é franca.
"Anhangabaú" levou o prêmio de melhor documentário do 51º Festival de Cinema de Gramado, prêmio de melhor filme da crítica no Festival de Cinema de Balneário Camboriú, e melhor montagem no Festival de Cinema da Fronteira. O filme também teve a mentoria de montagem de Jordana Berg no DocSP. "Anhangabaú" tem produção da Elixir Entretenimento, Kino-Cobra Filmes e Fogo no Olho Filmes.
"Uma das grandes discussões que o filme destaca é a luta pela construção do Parque do Rio Bixiga, que o Teatro Oficina e a comunidade local contracenam com a especulação imobiliária desde os anos 1980", resume Lufe Bollini. No circuito de festivais, "Anhangabaú" também esteve na seleção oficial dos festivais Ecofalante e Filmambiente.
Seu realizador descreve a obra como "um cinema de desejo sobre histórias de luta que são da maior importância para a cidade de São Paulo e, consequentemente, para o tipo de civilização que queremos para o futuro". Lufe também assina a montagem e música original (junto com Gustavo Foppa e Carlos Tupy).
Para Rafael Avancini, "o filme é o fruto de sete anos de um envolvimento cinematográfico ao lado de lutas sociais e artísticas no território que é o marco zero da cidade de São Paulo". Já Denis Feijão acredita que a arte pode "contribuir para a realidade, pois através do cinema, podemos dissecar questões da nossa contemporaneidade e apresentar realidades que muitas vezes são desconhecidas". Para ele, a arte pode provocar debates que busquem melhores caminhos para a sociedade.
Ao longo de sua duração, o doc estabelece pontes entre os conflitos pelo território indígena Guarani Mbya com a resistência da ocupação artística, e o Teatro Oficina.
Rodado entre 2014 e 2020 na capital paulista, o filme traz várias camadas narrativas inspiradas pelo antropólogo e arquiteto italiano Massimo Canevacci em seu livro "A Cidade Polifônica" (1993). Com essa referência, o doc traz à tela uma cidade que só pode ser compreendida através da sobreposição de acontecimentos. Somados, estes podem traduzir um pouco da incessante disputa de territórios entre o capital especulativo e as comunidades que estão à margem da sociedade de consumo.
Entre os personagens do documentário estão Zé Celso Martinez Corrêa (1937-2023), fundador do Teatro Oficina, e a artista musical Verónica Valenttino. O filme tem roteiro de André Luís Garcia, produção executiva de Denis Feijão e Rafael Avancini, que também assina a fotografia.
Trailer: youtube.com/watch?v=NzxzfxsvDDg Serviço Masterclass: Um olhar sobre o Anhangabaú
Quando: 24 de janeiro de 2025 (sexta-feira), às 15h
* A entrada é gratuita e a inscrição para o evento pode ser feita no site da CAIXA Cultural ou então link: forms.office.com/r/75ytuBW7km
Duração: 120 min | Classificação: A partir de 16 anos
Cine CAIXA: Exibição do filme “Anhangabaú”
Quando: 25 de janeiro de 2025 (sábado), às 15h
* A entrada é gratuita e a inscrição para o evento pode ser feita no site da CAIXA Cultural ou então link: forms.office.com/r/zDUN4QqJYK
Duração: 90 min | Classificação: A partir de 16 anos
Onde: Caixa Cultural São Paulo (Praça da Sé, 111 - Centro Histórico / SP)
Quanto: Entrada franca
Ficha Técnica Produzido por: Elixir Entretenimento, Kino-cobra Filmes e Fogo no Olho Filmes
Direção: Lufe Bollini
Roteiro: André Luís Garcia
Direção de Fotografia: Rafael Avancini
Personagens Principais: Valter Machado, Zé Celso Martinez Corrêa, Verónica Valenttino, Persie Oliveira, Ara Mirim, Camila Mota e Fernanda Taddei
Produção Executiva: Denis Feijão e Rafael Avancini
Trilha Musical: Comunidade Guarani Mbya, Teatro Oficina Uzyna Uzona, Jonnata Doll e os Garotos Solventes, Teto Preto, Groupies do Papa, Lucifer Kabra
Trilha Original: Lufe Bollini, Gustavo Foppa e Carlos Tupy
Montagem: Lufe Bollini
Cor: Aline Biz
Desenho de Som: Gustavo Foppa
Design: Leo Lage
Mixagem de som: Raul Jooken
Masterização e DCP: Luis Totem
Sobre Lufe Bollini - Diretor Lufe Bollini é um artista porto-alegrense. Seu primeiro curta "Os Boçais" ganhou prêmio de melhor curta universitário de ficção no Gramado Cine Vídeo em 2009. Em Porto Alegre também realizou o curta "Confissões de Um Ex-Astro Mirim". Desde 2014 em São Paulo, realizou curtas-metragens documentais e ensaísticos da cena artística do centro da cidade. "Fantasma da Saudade no Vale da Morte" Ganhou prêmios no Lisbon International Film Festival, No We Love Paris Film Festival e no Festival Internacional de Cinema da Fronteira em 2016. Seu curta "Yomared” foi premiado em três categorias do Festival de Gramado, no Festival de Cinema da Fronteira e foi eleito como segundo melhor curta gaúcho de 2017 pela Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul.
Sobre Denis Feijão - Produtor Denis Feijão é um inquieto e talentoso produtor executivo, fundador da Elixir Entretenimento. Produtor criativo e de novos negócios, em 15 anos produziu premiados documentários, como: "Raul: O Início, o Fim e o Meio", de Walter Carvalho; "Som, Sol e Surf", de Helio Pitanga; "20 Centavos", de Tiago Tambelli; "Sabotage: Maestro do Canão", de Ivan 13P; "Marighella", de Isa Castro; e longas-metragens de ficção, como "Boca do Lixo", de Flavio Frederico; "Família Vende Tudo", de Alain Fresnot; "A Memória que Me Contam", de Lucia Murat; e "Por Trás do Céu", de Caio Sóh. Liderou a produção e lançamento da série de sucesso "Um Dia Qualquer", com direção de Pedro von Krüger em coprodução com o canal Space, Com Domínio Filmes e distribuição da Pipa Pictures. Paralelamente ao lançamento de "Anhangabaú", Feijão está produzindo a série documental "Menudo: Não se Reprima", sobre o maior grupo latino-americano de música, dirigida por Rafael Terpins, coprodução com o Canal Brasil e a segunda temporada da série "Um Dia Qualquer", coprodução com a WarnerMedia, e o longa-metragem de ficção do artista Chico Science, ambos com direção de Pedro von Krüger e coprodução em distribuição da Pandora Filmes/Grupo Belas Artes.
Sobre Rafael Avancini - Fotógrafo Rafael Avancini é realizador e diretor de fotografia gaúcho baseado em São Paulo. Trabalha com cinema desde 2014 e é criador da Fogo no Olho filmes. Seus trabalhos mais recentes com cinematografia são a série "Mulheres de Encantaria" (2023), o curta-metragem "Abate" (2023) e também como coprodutor, o longa-metragem "Anhangabaú" (2023).
Sobre a Elixir Entretenimento - Produtora Fundada pelo produtor Denis Feijão, a produtora de cinema Elixir Entretenimento tem deixado sua marca em projetos de destaque no audiovisual brasileiro em premiados formatos como os documentários "Raul: O Início, o Fim e o Meio", de Walter Carvalho; "Sabotage: Maestro do Canão", de Ivan 13P; e "Anhangabaú", de Lufe Bolini; e dos longa-metragens de ficção "A Memória que Me Contam", de Lucia Murat; "Por Trás do Céu", de Caio Sóh; e o projeto multiplataforma "Um Dia Qualquer," de Pedro von Krüger, lançado como série no Canal Space e como longa-metragem nos cinemas. Atualmente produz a série documental "Menudo: Não se Reprima", com direção de Rafael Terpins, e está desenvolvendo o longa-metragem de ficção "MangueTown" sobre o artista Chico Science, com distribuição da Pandora Filmes/Grupo Belas Artes, e direção de Pedro von Krüger e roteiro de Hilton Lacerda.
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ISIDORO BECKER GUGGIANA
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