14/01/2025 às 09h58min - Atualizada em 15/01/2025 às 08h02min

Atendimentos por ansiedade na rede filantrópica somam custos de R$ 2 mi, em três anos

Valor levantado pela Fehosp, de 2022 a outubro de 2024, reforça o alerta da campanha Janeiro Branco, de cuidado à saúde mental

VIVIANE BUCCI
Divulgação/Freepik

O transtorno de ansiedade é caracterizado por uma sensação persistente de medo, apreensão e preocupação excessiva e tem se tornado mais comum nos últimos anos, com aumento nas buscas por ajuda e diagnósticos. Pessoas com esse distúrbio mental frequentemente experimentam uma ansiedade desproporcional em relação a situações cotidianas ou desencadeadas por fatores internos, como preocupações com a saúde, relacionamentos, ou até mesmo o futuro.  
 
Pelo último grande mapeamento global de transtornos mentais, realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem a população com a maior prevalência de transtornos de ansiedade do mundo, sendo os jovens os mais afetados. O excesso de redes sociais está associado a 45% dos casos de ansiedade em jovens de 15 a 29 anos aponta levantamento do Panorama da Saúde Mental de 2024. Entre os principais fatores para a alta prevalência de transtornos de ansiedade da população no Brasil estão o Índice elevado de desemprego, recorrentes mudanças no rumo da economia e a falta de segurança pública. 

De acordo com indicadores coletados pela Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo) em parceria com a plataforma Numb3rs*, nos anos de 2022, 2023 até outubro de 2024 (os meses seguintes ainda estão sendo compilados), os atendimentos ambulatoriais por ansiedade nos hospitais filantrópicos associados à entidade contabilizaram R$ R$ 2.182.857,51, sendo que valores repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) às Santas Casas cobrem apenas 60% do custeio das demandas das instituições. 

 

Os custos levantados pela Fehosp se referem à produção ambulatorial de 357.291 atendimentos relacionados às seguintes CIDs (Classificação Internacional de Doenças): F410 – Transtorno de Pânico (ansiedade paroxística episódica); F411 – Ansiedade Generalizada ; F412 – Transtorno Misto ansioso e depressivo; F413 – Outros transtornos ansiosos mistos; F418 – Outros transtornos ansiosos especificados; F419 – Transtorno ansioso não especificado; F420 – Transtorno obsessivo-compulsivo com predominância de ideias e ruminações obsessivas.

 

“A crescente demanda por atendimentos relacionados aos transtornos mentais nos hospitais filantrópicos é um reflexo de um problema que não pode mais ser ignorado. A saúde mental precisa ser abordada de maneira integral e preventiva, e é fundamental que as políticas públicas estejam alinhadas para oferecer suporte a esse aumento crescente”, fala o diretor-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), Edson Rogatti. “Nossas instituições estão se esforçando para acolher a população, mas é necessário mais apoio para promover um cuidado efetivo e contínuo, que passe também pela conscientização e pela redução do estigma associado a essas condições”, completa.

 
Tabela SUS Paulista tem função importante na sustentabilidade financeira 
 
Os números mostram que os transtornos mentais, como a ansiedade, estão em ascensão, sobrecarregando as instituições de saúde e, consequentemente, as finanças hospitalares. Para auxiliar no custeio, alguns serviços de atendimento psiquiátrico constam da Tabela SUS Paulista, criada em 2023 pelo governo do Estado e que complementa em até quatro vezes o valor que é repassado pelo Ministério da Saúde por meio da Tabela Nacional do SUS.

 

Cada hospital recebe um valor de repasse diferente a depender da sua atual subvenção e do mix de procedimentos que cada um realiza. Uma das funções principais da Tabela SUS Paulista é estimular a sustentabilidade financeira aos hospitais filantrópicos, dando fôlego para uma melhor gestão, com garantia de um reembolso justo na cobertura dos custos das entidades.  
 

Serviços como tratamento em psiquiatria em Hospital Dia, por exemplo, o valor pago pela Tabela Nacional do SUS é de R$ 39,88, enquanto a Tabela Paulista paga, pelo mesmo atendimento, R$ 125,62. Outro exemplo é o tratamento clínico de transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool, que pela Tabela Nacional o valor é de R$ 57,00 e, pela Paulista, R$ 179,55. Já o tratamento em psiquiatria por dia (com duração superior a 90 dias de internação ou reinternação) está tabelado em R$ 26,91 pelo SUS Nacional e R$ 40,37 pela Tabela Paulista.

“A Tabela SUS Paulista é importante para garantir a viabilidade financeira e operacional dos hospitais filantrópicos no estado de São Paulo. Ela assegura uma compensação justa pelos serviços prestados, mantém a sustentabilidade das instituições e melhora a qualidade do atendimento à população. Além disso, contribui para a expansão dos serviços e para a adaptação dos hospitais às necessidades de saúde pública, principalmente em regiões com maior demanda, para um atendimento mais equitativo e acessível”, ressalta Rogatti. 

 

 *Os indicadores Fehosp/Numb3rs tem como base os dados obtidos dos sistemas SIASUS e SIHSUS do DataSUS. 

 

Legenda: Indicadores Fehosp/Numb3rs reforçam alerta da campanha Janeiro Branco dedicada ao cuidado da saúde mental

Crédito: Divulgação/Freepik


Sobre a Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo) 
 

Há 65 anos, a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp) trabalha intensamente pela melhoria, profissionalização e modernização da rede hospitalar paulista, buscando excelência no atendimento à saúde da população. 
 

A Federação promove para as entidades beneficentes uma constante busca por recursos, atualização junto aos temas mais pertinentes relacionados à saúde e atuação intensa junto aos governos estadual e federal, agindo sempre em defesa dos interesses da classe hospitalar., sendo a voz das entidades filantrópicas junto aos vários segmentos da sociedade. 

 

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VIVIANE SOARES BUCCI
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