Torcedores israelenses do clube Maccabi Tel Aviv foram vítimas de um ataque antissemita em Amsterdã, Holanda, na noite de 7 de novembro, após a derrota do time para o Ajax, em partida válida pela Liga Europa. O episódio deixou pelo menos dez feridos e resultou na prisão de 62 pessoas. As agressões, protagonizadas por indivíduos mascarados — muitos portando bandeiras da Palestina —, ocorreram nos arredores do estádio e se estenderam pelas ruas da cidade, gerando cenas de caos e violência que chocaram a comunidade internacional.
A gravidade do incidente foi amplamente condenada por autoridades e líderes mundiais. O primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, classificou o ataque como "absolutamente inaceitável" e prometeu punições exemplares aos responsáveis. "Este tipo de violência não tem espaço na Holanda, um país que valoriza a tolerância e a diversidade", declarou Schoof, anunciando o reforço da segurança em eventos esportivos e áreas sensíveis.
Em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu também se pronunciou, chamando o ataque de “um ato de ódio brutal contra cidadãos israelenses e contra toda a comunidade judaica”. Netanyahu ordenou o envio de aviões para repatriar torcedores que ainda estavam na cidade e mobilizou o serviço de inteligência Mossad para criar estratégias preventivas que evitem incidentes semelhantes em eventos futuros. "Não permitiremos que nossos cidadãos sejam alvos de violência apenas por sua origem ou religião", afirmou em comunicado oficial.
O episódio reacendeu o debate sobre o antissemitismo na Europa, uma questão que vem ganhando destaque em meio ao aumento de incidentes de ódio. O advogado e também judeu, Dr. Nilton Serson, destacou que os ataques são um reflexo de um problema estrutural. "O antissemitismo não é um fenômeno isolado. Ele é um sinal de uma intolerância mais ampla que ameaça os pilares democráticos de nossas sociedades. É imperativo que tomemos ações coordenadas para combatê-lo", afirmou.
Serson também alertou sobre o impacto psicológico de ataques como esse na comunidade judaica. "Esses episódios criam um clima de medo e insegurança que se reflete não apenas na comunidade atacada, mas em todas as minorias que enfrentam ódio. É um ciclo que precisa ser quebrado por meio de educação, diálogo e ações concretas contra a intolerância", disse. Ele defendeu a implementação de programas nas escolas europeias que abordem a história do antissemitismo e promovam o respeito às diferenças.
A cidade de Amsterdã, com uma história profundamente conectada à comunidade judaica — que inclui o legado de Anne Frank e o impacto do Holocausto —, intensificou as medidas de segurança. Patrulhas policiais foram ampliadas, e instituições judaicas receberam proteção adicional. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também se posicionou: "O antissemitismo não tem lugar na Europa. É nosso dever proteger todas as comunidades e lutar contra qualquer forma de ódio", declarou, reforçando o compromisso do bloco em erradicar crimes de ódio.
O advogado Nilton Serson enfatizou que a resposta não deve se limitar a medidas reativas. "Precisamos de um compromisso político internacional mais robusto. Quando atos de ódio não são combatidos de forma sistemática, eles se tornam combustível para novos ataques", apontou. Para ele, além de políticas públicas, é essencial que líderes comunitários e religiosos promovam campanhas que reforcem o respeito mútuo e combatam estigmas. "Cada discurso de ódio que passa impune é um passo a mais rumo à normalização da violência."
Além das repercussões políticas, o ataque gerou um clima de temor entre a comunidade judaica local e os torcedores israelenses, com relatos de agressões físicas que incluíram o uso de bastões e facas. Especialistas apontam que a escalada de tensões globais, exacerbada por conflitos no Oriente Médio, pode estar contribuindo para o aumento de incidentes desse tipo.
Para o advogado Nilton Serson, a resposta internacional deve ser mais do que apenas palavras: "Precisamos transformar condenações em ações concretas. Este ataque não deve ser esquecido, mas sim utilizado como um ponto de virada na luta contra todas as formas de intolerância", concluiu.
A mobilização mundial continua, com organizações de direitos humanos e entidades esportivas pedindo investigações rigorosas e maior cooperação internacional para garantir que episódios de violência motivados por ódio não se repitam. Enquanto isso, o episódio em Amsterdã se torna mais um alerta sobre a importância de proteger os valores democráticos em um mundo cada vez mais polarizado.
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Andreia Souza Pereira
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