25/11/2024 às 17h30min - Atualizada em 26/11/2024 às 00h07min

Ritmos da Favela encerra primeira edição com impacto transformador em São Luís

O projeto foi realizado pelo Ministério da Cultura, em parceria com a Central Única das Favelas (CUFA), com apresentação do Instituto Cultural Vale e apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

DYEGO RODRIGUES
ASCOM divulgação


No último final de semana, o bairro da Liberdade, reconhecido como o maior Quilombo Urbano da América Latina, tornou-se o epicentro de um movimento cultural transformador com a realização da primeira edição do Ritmos da Favela. O evento reuniu artistas, produtores e empreendedores musicais das favelas da Grande Ilha de São Luís, oferecendo uma imersão criativa e profissional gratuita, que buscou fortalecer o mercado musical e criar oportunidades de negócios para talentos locais.

O projeto foi realizado pelo Ministério da Cultura, em parceria com a Central Única das Favelas (CUFA), com apresentação do Instituto Cultural Vale e apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Idealizado pelo Instituto Empreendedor Sustentável (IES), o Ritmos da Favela surgiu com a missão de dar visibilidade à riqueza cultural das comunidades periféricas, promovendo capacitação e conectando talentos emergentes ao mercado da música.

Programação de alto impacto
Durante os três dias de evento, cerca de 100 artistas e empreendedores participaram de uma programação extensa, que incluiu painéis sobre políticas públicas, mercado criativo e desafios do cenário musical, além de workshops, palestras e sessões de mentoria. Entre os temas abordados nas oficinas estavam mídia digital, planejamento de carreira, vendas de shows e produção musical.

Um dos momentos mais aguardados foi a palestra de Bono da Costa, produtor cultural e fundador da Asociación Latinoamerica 360, com mais de 25 anos de experiência na indústria musical internacional. Bono destacou o impacto da iniciativa:
"O Ritmos da Favela é mais do que um evento; é um movimento que transforma vidas. Ao longo dos últimos anos, sonhei com um mercado mais diverso e integrado, e ver esse projeto nascer em São Luís é emocionante. Ele oferece ferramentas práticas para que artistas e empreendedores entendam e naveguem melhor no ecossistema da música. É um grande passo para o fortalecimento da cultura das favelas.”

Outra presença marcante foi a de Joseana Sousa, a primeira mulher piloto de avião do Maranhão, que apresentou a palestra "Caixa Preta". Com sua experiência em neurociência e psicanálise, Joseana trouxe um olhar transformador sobre o desbloqueio criativo e o desenvolvimento da autoconfiança, inspirando os participantes a superarem barreiras e explorarem seu potencial.

O evento também contou com showcases e palcos abertos, nos quais os participantes puderam se apresentar ao vivo, além de uma mentoria estratégica em grupos por área de atuação. Como resultado prático, a programação incluiu uma incubação de projetos, com a proposta de desenvolver e lançar 10 novos empreendimentos musicais, fortalecendo o ecossistema criativo local.

Impacto e transformação
Para a presidente do IES, Maeme Menescal, o evento foi mais do que um espaço de aprendizado; foi um marco de transformação social:
"Por anos, a riqueza musical das favelas foi invisibilizada. O Ritmos da Favela é um ato de justiça cultural, oferecendo aos nossos artistas e produtores as ferramentas necessárias para se profissionalizarem e viverem de sua arte. Este projeto impacta vidas, comunidades inteiras e coloca a música das favelas em destaque no cenário nacional e internacional."

O evento também teve a participação de nomes como Amanda Bertrand, sócia-fundadora da produtora Upaon Mundo, e Mr. Adnon, compositor e produtor musical da banda Soulvenir. Ambos contribuíram com sessões de formação, além de palestras que abordaram desde estratégias de carreira até inovações no mercado da música.

Legado e continuidade
Encerrado com aplausos e entusiasmo, o Ritmos da Favela deixou um legado significativo para a cultura de São Luís, consolidando-se como uma plataforma essencial para o desenvolvimento artístico e profissional das comunidades periféricas. Os participantes saíram do evento não apenas com novos conhecimentos, mas também com redes ampliadas e perspectivas de futuro promissoras.

Com o sucesso da primeira edição, o projeto reforça sua missão de impactar o cenário cultural e econômico da música nas favelas, abrindo caminhos para novas edições e expandindo seu alcance. Como destacou Bono da Costa: "Este é apenas o começo. O Ritmos da Favela tem o potencial de transformar não apenas vidas, mas a própria percepção do que as favelas podem oferecer ao mundo.
 

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DYEGO FERNANDO RODRIGUES ALMEIDA
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