A transição energética para fontes renováveis é um caminho sem volta, mas o Brasil precisa conciliar essa mudança com a realidade atual de sua matriz energética, que ainda depende significativamente dos combustíveis fósseis. Essa é a visão de Carlos Logulo, organizador do Oil & Gas Summit 2025, que destaca a importância de um processo gradual e planejado. "É como se fosse uma maratona, não uma corrida de 100 metros", compara Logulo. "Precisamos avançar rumo às energias renováveis, mas sem abrir mão da segurança energética e do desenvolvimento econômico do país."
O Oil & Gas Summit 2025, que será realizado em Fortaleza, reunirá especialistas, empresários e representantes do governo para discutir os desafios e as oportunidades da transição energética no Brasil. O evento terá como foco a Margem Equatorial e a importância da coexistência entre os combustíveis fósseis e as energias renováveis.
"O objetivo do evento é promover um debate aberto e construtivo sobre o futuro da energia no Brasil", afirma Logulo. "Queremos mostrar que é possível conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente."
Dependência
A dependência do petróleo e seus derivados, especialmente na indústria, transportes e geração de energia, é um fato inegável. Uma interrupção abrupta do uso desses combustíveis causaria um choque profundo na economia brasileira, com impactos diretos no emprego, na arrecadação e na competitividade das empresas. "A transição energética é um processo complexo e gradual que exige investimentos em infraestrutura, tecnologia e capacitação de mão de obra", afirma Logulo.
O gás natural surge como uma peça-chave nessa transição. Menos poluente que o carvão, ele pode servir como um elo entre a matriz energética atual e o futuro dominado pelas energias renováveis. "O gás natural é uma ponte para um futuro mais limpo", afirma Logulo. "Ele garante a estabilidade do sistema elétrico enquanto as fontes eólicas e solares se expandem."
Nova fronteira
A descoberta de vastas reservas de petróleo na Margem Equatorial representa uma oportunidade única para o Brasil garantir sua autossuficiência energética nas próximas décadas. Estima-se que a região abrigue cerca de 16 bilhões de barris de petróleo, o que poderia adiar o declínio da produção nacional e evitar que o país volte a ser um importador líquido.
Estudos
Um estudo recente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) revela que a produção de petróleo no Brasil atingiu um novo recorde em 2023, impulsionada principalmente pela exploração do pré-sal. No entanto, a agência alerta para a necessidade de novos investimentos para manter esse ritmo de produção nas próximas décadas.
"A Margem Equatorial é um ativo estratégico para o Brasil", afirma Logulo. "Ela garante a segurança energética do país e pode gerar milhares de empregos e estimular o desenvolvimento regional." Ele observa que a exploração dessas reservas, no entanto, deve ser feita de forma responsável, com o mínimo de impacto ambiental.
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Giuliano Villa Nova
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