O que o trouxe até aqui não o levará adiante. Essa frase, que dá título à publicação de 2007 do coach de liderança executiva Marshall Goldsmith, ilustra perfeitamente a necessidade que as empresas têm de se adaptarem ao novo.
Quando a Elgin foi fundada, nos anos de 1950, a realidade era muito diferente da
que conhecemos hoje. Naquela época, a costura manual dominava o mercado, e o foco da empresa estava em fornecer máquinas de costura que facilitassem a vida das costureiras. Porém, com o tempo, a empresa percebeu a necessidade de se adaptar às mudanças do setor, diversificando seu portfólio de produtos. Como fato relevante, essa transformação não ocorreu de uma só vez, mas foi o resultado de uma estratégia de crescimento contínua, pautada na capacidade de ler o cenário em que estava inserida e identificar tendências futuras.
A diversificação de produtos é uma estratégia crucial para qualquer empresa que deseja se manter competitiva no longo prazo. O mercado evolui constantemente, e aquilo que era uma tendência no passado pode rapidamente se tornar obsoleto. A empresa, por exemplo, foi além das máquinas de costura e, hoje, oferece mais de 12 mil produtos em diferentes segmentos, como bens de consumo, ar-condicionado e eletrodomésticos, energia solar, refrigeração comercial e automação comercial. Essa transformação é resultado da capacidade de identificar novas oportunidades e da visão de que, para desenvolver-se e prosperar, as empresas precisam se reinventar continuamente.
Olhando para a nossa jornada, percebo que o crescimento da companhia foi guiado por uma estratégia de inserção em novos setores. À medida que as oportunidades surgiam e as demandas dos consumidores mudavam, fomos expandindo nosso portfólio para além do que era o nosso domínio. Mas isso não aconteceu por acaso. Foi necessário muito planejamento, estudo e uma dose de ousadia para entender que a diversificação era o caminho a seguir.
O que o futuro espera de nós
Hoje, vivemos em uma era marcada pela inteligência artificial (IA) e pela automação. As novas tendências estão diretamente relacionadas a essas tecnologias, e elas desempenham um papel fundamental na orientação das empresas sobre o futuro de seus produtos. Na Elgin, por exemplo, nossas fábricas estão cada vez mais conectadas, seguindo as tendências da indústria 4.0. Isso nos permite otimizar processos, reduzir desperdícios e atender às demandas de um consumidor cada vez mais exigente e conectado.
A automação industrial é um exemplo claro de como a tecnologia pode ajudar a otimizar processos; mas a IA vai além disso. Ela nos permite, por meio da análise de grandes volumes de dados, tomar decisões estratégicas sobre o futuro dos nossos produtos. O uso de dados como a cultura data-driven nos proporcionam insights valiosos que guiam nossas escolhas, seja em relação ao desenvolvimento de novos produtos, à entrada em novos mercados ou à melhoria contínua dos produtos existentes.
Há alguns anos, grandes decisões eram baseadas principalmente em percepções e experiências. No entanto, hoje, o acesso a uma enorme quantidade de informações nos permite tomar decisões fundamentadas em dados reais e rastreáveis, reduzindo a influência do “achismo”. A análise de cenários, apoiada por ferramentas de IA, tornou-se parte essencial da estratégia empresarial, possibilitando a identificação de tendências emergentes antes mesmo de sua consolidação.
Essa transformação digital impacta diretamente a forma como desenvolvemos e ajustamos nosso portfólio. Ao analisar dados de consumo, feedbacks de clientes e tendências de mercado, somos capazes de identificar oportunidades de expansão e a necessidade de aprimorar produtos já existentes. Um exemplo disso é a linha de dispositivos elétricos de proteção, cuja penetração tem crescido em mercados que até pouco tempo atrás não eram explorados por nós.
Olhando para o futuro, acredito que a diversificação continuará sendo uma estratégia essencial para a Elgin e para outras empresas que desejam se manter competitivas. O mercado muda em um ritmo acelerado, e a única maneira de acompanhar esse passo é por meio da inovação constante e da disposição para explorar novos territórios. Apostar na diversificação não é apenas uma questão de aumentar o portfólio, mas sim de garantir que a empresa continue sua revolução tecnológica e preparada para enfrentar os desafios de uma nova demanda que em muitos casos ainda não conhecemos.
Em um mundo onde a tecnologia avança rapidamente e os comportamentos dos consumidores estão em constante mudança, a capacidade de adaptação é o que determina o sucesso a longo prazo. A Elgin compreendeu isso e segue investindo em novos segmentos, sempre com um olhar atento às tendências de mercado e uma estratégia fundamentada em pessoas, dados e inovação. Esse compromisso com a evolução e a busca contínua por novas oportunidades nos permitiu ir além das máquinas de costura, expandindo nosso portfólio de forma significativa.
Para sua empresa, a diversificação de produtos é uma ferramenta poderosa para evitar a obsolescência e garantir a sustentabilidade no longo prazo. Ao adotar uma visão de futuro e apostar na inovação, as organizações não só atendem às demandas atuais, mas também se preparam para os desafios e oportunidades que ainda estão por vir.
*Marcel Serafim é Engenheiro Elétrico formado pela Faculdade de Engenharia de São Paulo (FESP), com pós-graduação em Administração pela USP e MBA em Negócios, Administração e Negócios pela Euro American Business School (EABS). Tem mais de 20 anos de experiência no mercado elétrico e energético, hoje está como Diretor Executivo de Bens de Consumo da Elgin, empresa que atua nos setores de bens de consumo, ar-condicionado e eletrodomésticos, energia solar, refrigeração comercial e automação comercial.
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
LUIZA BORBA MENEZES
[email protected]