O micélio, parte vegetativa de um fungo composta por um conjunto de hifas (filamentos finos), têm impulsionado o desenvolvimento de materiais inovadores e ecologicamente corretos, como o couro vegetal. Esse mercado, em 2021, foi avaliado globalmente em US$ 8 milhões, e está projetado para atingir US$ 103,8 milhões até 2028, segundo estudo realizado pela Market Monitor Global. No Brasil, startups estão na vanguarda dessa inovação sustentável. É o caso da Muush, startup de biotecnologia 100% brasileira, que transforma os resíduos agroindustriais em biotecidos sustentáveis de micélio, uma alternativa ao couro sintético e ao animal.
“O uso do micélio para a fabricação de biotecidos é a prova de que a biotecnologia pode oferecer soluções viáveis e sustentáveis para diferentes setores que buscam reduzir seu impacto ambiental. Com versatilidade, resistência e biodegradabilidade, o micélio tem a capacidade de ser adaptado para diversas aplicações têxteis, diminuindo a necessidade de materiais sintéticos, se posicionando como uma alternativa-chave no desenvolvimento de produtos ecologicamente corretos. À medida que mais empresas adotam essa inovação, o futuro parece cada vez mais promissor para uma economia circular e regenerativa”, aponta Antonio Carlos de Francisco, CEO da Muush.
Para entender mais sobre como o micélio está revolucionando a indústria, o CEO da Muush separou três setores que podem ter materiais substituídos por matéria-prima de micélio. Confira!
1. Moda e vestuário
O micélio é uma alternativa ecológica que pode substituir o courino e o couro animal, muito utilizados na indústria da moda para produzir bolsas, calçados, roupas e demais acessórios. Com produção que promove baixa pegada hídrica e diminuição de químicos pesados ao meio ambiente, o micélio pode ser cultivado em moldes que imitam a textura e a resistência do couro, criando peças ecológicas que são duráveis e biodegradáveis.
2. Moveleiro
O setor de mobiliário também está se beneficiando das propriedades do micélio. Com versatilidade de design e durabilidade, o recurso pode ser utilizado para fabricar bancos e cadeiras, além de estruturas de móveis mais complexas. O material é capaz de produzir móveis leves, resistentes e 100% biodegradáveis, uma opção sustentável em comparação aos produtos de madeira ou plástico. Para o design de interiores, essa nova tendência oferece uma estética natural e contribui para a redução do uso de materiais de origem fóssil, incentivando um ciclo de vida mais sustentável.
3. Automotivo
O micélio também pode ser aplicado na indústria automotiva para a produção de peças internas de veículos, como painéis, forros de portas e revestimentos – uma alternativa sustentável aos materiais plásticos e sintéticos comumente utilizados na fabricação de automóveis. Leve e resistente, o material biodegradável pode ser moldado em formas variadas, o que ajuda a manter a funcionalidade e o design estético exigido pela indústria automotiva. Assim, além de reduzir o impacto ambiental, contribui para a diminuição do peso dos veículos, o que pode melhorar a eficiência energética.
Sobre a Muush:
A Muush, é uma startup de biotecnologia 100% brasileira que transforma os resíduos agroindustriais em um biotecido sustentável de micélio, oferecendo um material com aparência e toque similar ao couro animal. Focada no segmento da moda, móveis e automotivo, gera impacto positivo nos negócios, na sociedade e no planeta através de inovações sustentáveis. Atualmente, a empresa ainda não comercializa produtos, mas possui parceiros para desenvolver os produtos a partir da matéria-prima de micélio. Porém, para o final de 2024 e início de 2025, estão fechando negócio para iniciar as primeiras produções próprias com a Beatnik – marca de design brasileiro que produz mochilas, bolsas, malas e acessórios de viagem. Saiba mais em: https://muush.earth/.
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Bruna Cruz Faraco
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