11/11/2024 às 17h44min - Atualizada em 12/11/2024 às 00h02min

O milagre das águas

Mudanças Climáticas

Renato Nalini
Domínio Público
            Mais de dois terços do planeta são ocupados por água. Idêntica a percentagem do corpo humano. Água é o elemento mais precioso para a subsistência da vida neste mundo.
            Nada obstante, exatamente por se cuidar de algo até agora abundante, disponível e acessível a todos, nem sempre concedemos a ela o devido valor. Desperdiçamos água, no espaço micro e no macro. No micro, ao deixar torneiras abertas desnecessariamente, enquanto escovamos os dentes, por exemplo. Ou na espera do aquecimento da água no chuveiro.
            Ao lavar louça, entre um prato e outro, a torneira a despejar água. E nos condomínios, as lavagens de saguões, corredores, áreas comuns, tudo como se a água fosse um recurso infinito. Não é. Ela é finita. E São Paulo já sofreu escassez hídrica entre 2013 e 2015, que obrigou a racionar o fornecimento.
            É preciso que toda a população acorde para a questão dos aquíferos. Aja com prudência para poupar água. Para trata-la como bem imprescindível e precioso. O município de São Paulo está em vias de divulgar um projeto ambicioso e transformador. O Projeto Hidroviário que já experimentou o pioneirismo do barco em serviço na Billings, a encurtar a viagem de quem era obrigado a percorrer longa distância e tomar várias conduções.
            A filosofia desse plano é inspiradora. Pretende colocar a água no coração dos paulistanos, como resgate aos maus tratos que, desde 1554, a ela dispensamos. É um milagre que, depois de tantos atos cruéis, como a retificação de rios que serpenteavam pelas várzeas de Piratininga e o sepultamento dos milhares de córregos, riachos e demais cursos d’água para servir ao automóvel, ainda exista a possibilidade de recuperação de veios aquíferos, cujo aproveitamento permitirá que mais de doze milhões dela façam uso para continuar a viver.
            Cuide bem da água! Ela é finita e muito valiosa. Sem água não se vive.
Com ela temos vida, saúde e futuro. Sem ela, nada temos senão o caos.

*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
 

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LUCIANA FELDMAN
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