Em alta nos últimos meses, o termo chronoworking (ou cronotrabalho) ganhou força em meio aos profissionais. O conceito sugere que trabalhadores adaptem seus horários de trabalho ao seu ritmo biológico, e não ao ritmo imposto pela jornada convencional da empresa ou do mercado, para aproveitar melhor seu próprio pico de produtividade e render mais. Sua aplicação é uma vantagem para os freelancers, que têm flexibilidade de horários para entregar projetos com qualidade.
“Freelancers podem tirar proveito dessa onda porque, ao identificar em que momento os picos de energia e cansaços surgem, eles podem adaptar suas rotinas de trabalho da forma mais confortável. Colocar pessoas noturnas para atuar em horários matinais, ou vice-versa, pode fazer o rendimento cair, afetando a produtividade e, sobretudo, a autoestima profissional. Ao respeitar os ciclos naturais, prevalecem o bem-estar mental e físico, elementos importantes para a jornada autônoma”, comenta Samyra Ramos, gerente de marketing na Higlobe, fintech de recebimentos para profissionais brasileiros que trabalham remotamente para os EUA.
Esse método pode funcionar em especial para aqueles trabalhadores que atuam de forma remota para clientes do exterior. Por conta dos fusos horários, seguir uma rotina “linear” pode ser complicado, prejudicando as entregas e a disposição no dia a dia (ou noite). Para a especialista, esse é um dos casos práticos em que o conceito pode ser mais útil, pois permite que o freelancer siga o ciclo mais favorável ao seu cronotipo e não precise seguir um fuso horário que o leva à exaustão.
São quatro cronotipos apontados pelo psicólogo Michael Breus. Os “leões” acordam por volta das 5h, vão dormir antes das 22h e são mais produtivos pela manhã, realizando as tarefas mais intensas até o meio-dia (cerca de 15% das pessoas se enquadram neste); os “ursos” acordam por volta das 7h, dormem perto das 23h e são mais produtivos entre 10h e 14h (é o tipo mais comum, entre 50% a 55% das pessoas).
Também há os “lobos”, com dificuldade de acordar antes das 9h e de dormir antes da meia-noite. Eles sentem o pico de energia quando a maioria das pessoas está diminuindo, entre 12h e 16h (entre 15% e 20%). Por fim, os “golfinhos” são propensos a insônia, mas têm uma boa janela de produtividade, geralmente das 10h às 14h (10% dos profissionais).
Reconhecer com qual cronotipo se identifica auxilia freelancers a delimitarem melhor suas horas de trabalho. “Uma das principais vantagens disso é que aumenta o desempenho das atividades e, portanto, conquista-se a qualidade de vida. Realizando mais em menos tempo — de forma organizada e saudável — há mais equilíbrio entre a vida profissional e profissional”, comenta a especialista da Higlobe.
Um empecilho da modalidade costuma ser o processo de adaptação para aqueles profissionais que têm dificuldades em gerir seu tempo e demandas; no entanto, colocá-la em prática não é impossível. O ideal é que a implementem aos poucos, para se acostumarem e criarem o hábito da organização e autogestão, fatores essenciais no uso do chronoworking.
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GIOVANA BRANDEBURSKI MACEDO
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