Divulgação Quando as festividades de fim de ano se aproximam, o desejo de celebrar e presentear acaba levando muitos brasileiros a gastos excessivos, gerando um impacto direto nas finanças pessoais. Esse aumento de consumo durante o Natal e o Ano Novo, embora motivado por boas intenções, é acompanhado por um efeito colateral sério: o endividamento crescente e as dificuldades de equilibrar o orçamento nos meses seguintes. Segundo uma pesquisa do Instituto de Economia e Planejamento Financeiro, as dívidas em cartão de crédito aumentam em média 35% durante os meses de dezembro e janeiro, com estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia registrando os índices mais altos de endividamento devido ao uso do crédito rotativo e parcelado.
Para Edemilson Koji Motoda, presidente do Instituto GEOC, o comportamento de consumo durante o fim do ano é um dos principais fatores que leva os brasileiros a começarem o ano novo no vermelho. “Os apelos comerciais são intensos, e as pessoas acabam gastando muito mais do que o previsto em presentes, viagens e celebrações, sem avaliar o impacto no orçamento de longo prazo”, alerta Motoda. Ele explica que, além do consumo elevado, janeiro traz consigo despesas fixas inevitáveis, como o pagamento de impostos, o que agrava ainda mais a situação financeira de muitas famílias.
A realidade é que o fim do ano acaba impulsionando um ciclo de endividamento que compromete seriamente a capacidade de pagamento no início do ano. A mentora financeira Michely Thomazi, que tem ajudado diversas famílias a retomar o controle de suas finanças, observa que muitas pessoas se deixam levar pelo espírito festivo sem planejar o futuro. “É comum que as pessoas queiram fazer algo especial nesta época, mas sem se organizar financeiramente para isso. Sem perceber, elas acabam comprometendo o orçamento dos meses seguintes e acumulando dívidas que podem demorar a ser quitadas”, afirma Michely.
Ela e Motoda compartilham algumas orientações essenciais para evitar que o fim de ano se torne uma armadilha financeira:
1. Planeje seus gastos com antecedência
Definir um orçamento para as compras de fim de ano é uma das medidas mais eficazes para evitar o endividamento, especialmente em estados com altos índices de inadimplência. Motoda ressalta: “Antes de sair comprando, o ideal é fazer uma lista dos presentes e festas e estipular um limite de gasto. Isso evita compras impulsivas e facilita o controle financeiro.”
2. Avalie o impacto das parcelas
Uma prática comum é o parcelamento das compras, que, embora pareça inofensivo, pode gerar um grande problema. Thomazi alerta que “cada parcela é uma dívida que se acumula, e o efeito disso pode ser devastador no orçamento, principalmente se for necessário recorrer ao crédito rotativo.”
3. Evite o uso do cartão de crédito quando possível
Mesmo que o cartão de crédito ofereça uma flexibilidade conveniente, ele pode se tornar o maior vilão das finanças se não for utilizado com cautela. Thomazi destaca: “O uso indiscriminado do cartão leva ao crédito rotativo, com juros altíssimos, e essa é uma das principais causas de inadimplência no Brasil.”
4. Pesquise e compare preços
O fim do ano é marcado por promoções e liquidações que, muitas vezes, impulsionam o consumo. Thomazi sugere que “fazer uma pesquisa antes de comprar é fundamental para encontrar melhores preços e não ceder ao impulso.”
5. Evite compras de última hora
Ao deixar para comprar presentes e planejar as festas na última hora, o consumidor fica mais suscetível a pagar preços elevados. “Além do custo mais alto, as compras de última hora favorecem o consumo impulsivo, que é o grande vilão do orçamento”, afirma Motoda.
6. Crie uma reserva para despesas de janeiro
Como o início do ano traz despesas fixas importantes – como IPTU, IPVA e material escolar –, o ideal é reservar uma quantia para essas obrigações. “Ao se preparar para essas contas antecipadamente, o consumidor reduz o risco de precisar recorrer ao crédito para arcar com esses compromissos”, orienta Michely.
7. Foco no consumo consciente
Durante as festas, muitas compras são feitas sem uma avaliação real de necessidade. Motoda explica que “o consumo consciente ajuda a evitar dívidas desnecessárias, reduzindo o impacto financeiro das festas no ano seguinte.”
8. Planeje um orçamento anual
Ter um orçamento que abranja todas as despesas do ano, incluindo as sazonais, permite ao consumidor se preparar melhor para cada época. “A criação de um orçamento que considere todas as despesas ao longo do ano é um passo importante para evitar o acúmulo de dívidas e lidar melhor com os meses de festas”, aconselha Thomazi.
9. Cuide da pontuação de crédito
O uso excessivo do cartão e o acúmulo de parcelas podem afetar a pontuação de crédito. Uma pontuação baixa pode dificultar o acesso ao crédito em momentos de necessidade. “O consumidor precisa entender que cada dívida pode impactar o score, afetando o crédito no futuro”, explica Motoda.
10. Evite empréstimos de última hora
Se o orçamento ficar apertado, a tentação de recorrer a um empréstimo de última hora é grande, mas isso pode ter consequências a longo prazo. “Antes de contratar qualquer crédito, avalie as condições, os juros e se realmente é necessário, para evitar um peso financeiro ainda maior no futuro”, orienta Thomazi.
A realidade do consumo no Brasil, principalmente em estados com altos índices de endividamento, exige um cuidado especial com o planejamento financeiro. Comprar de forma consciente e evitar o uso abusivo do crédito pode fazer toda a diferença para que as comemorações de fim de ano não se transformem em uma dor de cabeça no início do ano.
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SARAH MONTEIRO DE CARVALHO
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