O agronegócio brasileiro é vital para a segurança alimentar tanto interna quanto internacional, já que o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos, como soja, milho, carne e café. Essa posição de destaque no cenário global demonstra seu papel decisivo no sentido de mitigar a insegurança alimentar ao exportar para mercados que dependem de nossas commodities agrícolas. Contudo, isso também aponta para a importância do equilíbrio com as necessidades internas, de forma que seja garantida uma oferta estável de alimentos ao mercado brasileiro.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a segurança alimentar compreende as condições de acesso das pessoas a alimentos seguros, nutritivos e em quantidade adequada. Para isso, é preciso considerar várias regras que envolvem produção, transporte e armazenagem dos alimentos, de forma que esses estejam apropriados para o consumo. Nesse sentido, é fundamental o desenvolvimento de políticas públicas que fomentem a produção voltada ao consumo interno, assim como o monitoramento de preços para evitar que a alta demanda externa inflacione os custos para os brasileiros.
Além disso, também são essenciais investimentos em infraestrutura logística e em tecnologias de armazenamento e transporte para minimizar desperdícios e garantir que o excedente possa atender tanto aos mercados externo e interno. Vale destacar que, nesse aspecto, o uso de tecnologias como drones, sensores e inteligência artificial tem transformado o agronegócio, aumentando a eficiência e reduzindo o uso de recursos naturais. Isso porque essas inovações permitem um melhor monitoramento das lavouras, o uso otimizado de insumos como água e fertilizantes e uma gestão mais eficiente das cadeias produtivas.
Outro grande desafio do agronegócio é em relação à produção sustentável, uma vez que os eventos climáticos extremos observados, como secas, enchentes e alterações nos padrões de temperatura, afetam diretamente a produtividade agrícola. Assim, a adoção de práticas sustentáveis, como o uso de biotecnologias – com o desenvolvimento de sementes geneticamente modificadas resistentes a pragas e condições adversas –, a agricultura de precisão e a integração lavoura-pecuária-floresta tem sido uma resposta estratégica ao desafio de redução dos gases de efeito estufa, associados ao desmatamento e à pecuária.
Portanto, neste mês em que se comemora o Dia Mundial da Alimentação, tem-se a oportunidade de reconhecer o agronegócio brasileiro como uma força motriz na promoção da segurança alimentar. Por essa razão, é necessário um compromisso contínuo com a sustentabilidade, a inovação tecnológica e a implementação de políticas públicas que coloquem o bem-estar da população em primeiro lugar. Somente assim, o Brasil poderá manter seu papel de destaque na produção global de alimentos e, ao mesmo tempo, garantir que a sua própria população tenha acesso a uma alimentação de qualidade.
Gabriel Hortelan é gerente de Originação da Agrex do Brasil
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CAROLINA OLIVEIRA DE ASSIS
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