No cenário atual, onde as mudanças de comportamento do consumidor e a evolução tecnológica ditam novos rumos para diversos mercados, o turismo não poderia ficar de fora. A tradicional oferta de pacotes e serviços de viagens, focada em roteiros previsíveis e funcionais, está cedendo espaço para um novo conceito: o turismo de experiência. Este modelo não se trata apenas de uma mudança de abordagem, mas de uma verdadeira transformação no modo como negócios turísticos se estruturam e se relacionam com os viajantes.
O turismo tradicional sempre foi orientado pelo produto e pela concorrência. Oferecer bons preços e garantir a infraestrutura necessária para uma viagem tranquila era suficiente para atrair clientes. Entretanto, essa visão funcional está sendo superada por um novo tipo de demanda: turistas que buscam vivências memoráveis, personalizadas e que agreguem valor emocional às suas jornadas.
Nesse novo paradigma, o foco não está mais nas características objetivas do serviço, mas na experiência completa do consumidor. A personalização e exclusividade das vivências se tornam elementos centrais, elevando o turismo a um patamar de conexão emocional, onde o turista não é apenas um consumidor, mas um protagonista da sua própria aventura.
Essa transformação reflete uma visão mais ampla de que as decisões de consumo não são apenas racionais. Ao contrário do que o turismo tradicional pressupunha, o turista atual busca não só conveniência e custo-benefício, mas também o envolvimento com a cultura, a história e a autenticidade dos lugares que visita. A experiência, por sua vez, tem o poder de criar laços emocionais, gerando recordações duradouras que fortalecem a relação com o destino.
As ferramentas utilizadas para promover essas experiências também evoluíram. Se antes os dados quantitativos e as estratégias de marketing tradicionais eram suficientes, agora é preciso recorrer a abordagens multidisciplinares, que envolvem design de serviços, storytelling e até mesmo psicologia do consumidor. A tecnologia pode se tornar uma importante aliada nessa transformação, permitindo a criação de soluções imersivas e interativas que aumentam a conexão entre turista e destino.
Essa mudança no comportamento do turista apresenta grandes desafios para os negócios que ainda operam no formato tradicional. Adaptar-se à nova realidade não significa apenas mudar o produto, mas transformar a forma de pensar e operar. Aqueles que compreenderem a importância de proporcionar experiências únicas e autênticas sairão na frente, enquanto os que permanecerem focados apenas em ofertas funcionais correm o risco de se tornarem obsoletos.
*Grazielle Ueno Maccoppi é coordenadora dos cursos de Gestão de Turismo e Gestão Empreendedora de Serviços da Uninter.
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JULIA CRISTINA ALVES ESTEVAM
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