Corria o ano de 1988 quando mais de 200 mil mulheres ficaram em alerta ao receberem a notícia de que poderiam ter utilizado anticoncepcionais ineficazes na rede pública de saúde de São Paulo. Naquela época, três lotes de Contracep foram recolhidos após testes mostrarem que o medicamento era completamente ineficaz em sua função, resultando em muitas famílias recebendo a notícia de uma gravidez indesejada.
Este fato histórico mostra quão importante é para a indústria farmacêutica utilizar componentes corretos em suas dosagens. Qualquer medida errada pode transformar uma aspirina em algo ineficiente ou perigoso.
Para que nada seja fabricado errado, a indústria farmacêutica está sempre atenta em adotar o Sistema de Gestão da Qualidade, ou SGQ, que precisa ser rigoroso para cada receita ser feita na medida certa. É a única maneira de conseguir o certificado das Boas Práticas de Fabricação (BPF), fundamental para fiscalizações da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – e evitar que seus produtos tragam riscos:
“A indústria farmacêutica é regida por processos precisos para garantir que matérias-prima estejam corretas, seja na fabricação, na preparação, no armazenamento e até na entrega dos medicamentos. O volume produzido diariamente é enorme e requer precisão absoluta”, explica Marcelo Lonzetti, Diretor da ztrax e especialista em RTLS no Brasil.
Tecnologia contra erros
A grande novidade da indústria, dos anos 80 para cá está em 4 letras: RTLS. O sistema de localização em tempo real passou a ser um salva-vidas nos processos, trazendo o rastreamento em tempo real para evitar que pílulas sejam fabricadas fora da medida ou distribuídas de maneira incorreta.
As fábricas conseguem, hoje, ter a totalidade das informações de estoque em tempo real por meio de tecnologia, tags e cercas virtuais. São mais medicamentos produzidos com menos erros e atrasos. Qualquer equívoco, o gestor pode parar a operação ainda no começo, evitando a distribuição de lotes errados.
“Os erros diminuíram justamente quando aconteceu essa transição nos processos produtivos. Os erros foram mitigados e as máquinas passaram a fazer boa parte do trabalho, mas ainda há o trabalho de aferir a quantidade de produtos que entram nas máquinas”, completa o especialista.
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AROLDO ANTONIO GLOMB JUNIOR
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