14/10/2024 às 12h03min - Atualizada em 14/10/2024 às 20h01min

Como escolher uma lente intraocular e ficar livre dos óculos

Dr. Leonardo Coelho Gontijo, oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais, especialista em córnea, catarata e cirurgia refrativa

ALINE LOURENçO
Divulgação
Frequentemente a catarata é associada aos idosos porque seu principal agente é o envelhecimento do cristalino, que passa por um processo natural de opacificação. Porém, diabetes, uso de colírios com corticoides sem indicação médica, inflamação, fatores genéticos e traumas podem originar a doença que atinge cerca de 65,2 milhões de pessoas no mundo todo, conforme o relatório global sobre saúde da visão, elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 


Por ser uma condição progressiva, com o passar dos anos seus sintomas – visão embaçada, dificuldade para enxergar à noite, visão dupla, fotossensibilidade e mudanças contínuas de refração de óculos ou lentes de contato – passam a interferir mais na qualidade de vida. Graças à evolução da oftalmologia, atualmente recomenda-se que a cirurgia de catarata seja feita antes do completo enrijecimento do cristalino a fim de entregar aos pacientes o benefício do implante da lente intraocular, que no Brasil foi introduzida no procedimento há cerca de 40 anos.

 
A lente intraocular está em desenvolvimento há 75 anos e visa, além da resolução da catarata, a correção do grau, gerando independência dos óculos e impactando positivamente na qualidade de vida. Existem basicamente 2 tipos de materias: hidrofílicos, que são menos tecnológicos e podem danificar ao longo dos anos; e hidrofóbico, de maior durabilidade e qualidade. E, além do material, existem três tipos de tecnologia básicas: as lentes monofocais, capazes de corrigir um foco, deixando o paciente com boa visão de longe, mas necessitando de óculos para leitura; as lentes trifocais, que entregam boa visão para longe, para perto e intermediário, levando à independência total dos óculos; e por fim, existem as opções das mesmas na forma tórica, quando o astigmatismo do paciente é significativo.

A decisão de operar e a escolha da lente intraocular devem ser individualizadas, feitas em conjunto com o médico, a partir de uma análise meticulosa do perfil do paciente. É fundamental priorizar lentes de qualidade, do contrário o produto pode opacificar com o tempo. Tenham em mente que não necessariamente a lente mais cara é melhor para o paciente. Alguns olhos não são compatíveis com tecnologia trifocal, mas certamente todos os olhos se beneficiariam de um material hidrofóbico, de melhor qualidade. A cirurgia tem duração aproximada de 15 minutos, tem riscos mínimos, mas existentes, por isso deve ser realizada sem pressa e com um bom planejamento para entregar um resultado satisfatório.

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Aline Beatriz Batista Lourenço
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