10/10/2024 às 11h31min - Atualizada em 13/10/2024 às 08h00min
Brasil tem os primeiros registros de cavernas submarinas
ICMBio/Cecav
Foto: Thiago Buchianeri Nuna de Oliveira Brasil tem os primeiros registros de cavernas submarinas O
Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas (Canie) recebeu os primeiros registros de cavernas submarinas do país. As cavidades naturais subterrâneas estão localizadas nos recifes de coral da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, em Tamandaré (PE). No local, há um sistema de cavernas interconectadas, capazes de proteger habitats de uma variedade de espécies marinhas, algumas delas ameaçadas de extinção.
De acordo com o coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (ICMBio/Cepene), Leonardo Messias, “os registros das cavernas são essenciais para monitorar a saúde dos recifes de coral e compreender a ecologia da biodiversidade local. Esses dados ajudam na criação de estratégias eficazes de conservação e manejo, protegendo os ecossistemas marinhos, onde estão as cavernas”.
Para descrever e caracterizar as seis cavernas submarinas: Pirambu, Chapeirão do Pirambu, Pirambu do Norte, Mero, Crista das Mileporas e Caverna do Dentão, foram realizadas expedições de mergulho, além da coleta de dados geoespaciais (coordenadas, profundidade, medidas físicas das cavidades) utilizando GPS, sondas e outros equipamentos subaquáticos.
As iniciativas de proteção O coordenador do Cepene conta que há esforços contínuos para manter a área protegida como ações de monitoramento regular, campanhas de conscientização e parcerias com instituições para promover práticas de manejo sustentável e proteger os recifes e suas cavernas.
“Um dos esforços mais efetivos de conservação desses ambientes é a área de recuperação dos recifes de coral, em Tamandaré. Implantada em 1999, os resultados são expressivos, especialmente no aumento da abundância e densidade de peixes, polvos, lagostas (e outros invertebrados), e na estrutura física dos recifes com o crescimento de algumas espécies de corais, a exemplo do coral de fogo”, explicou Leonardo.
O primeiro registro de cavernas submarinas Para o coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav), Jocy Cruz, “os registros de cavernas submarinas enriquecem o conhecimento acerca desses ambientes naturais e proporcionam o desenvolvimento de novas iniciativas de conservação do patrimônio espeleológico brasileiro”.
O projeto que tornou possível o registro das cavernas submarinas foi desenvolvido a partir de um Termo de Compromisso de Compensação Espeleológica (TCCE), firmado entre a Vale e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por meio do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav), em parceria com o ICMBio/Cepene. Os dados coletados sobre as cavernas podem ser visualizados no
Google Maps.
Entre as atividades desenvolvidas na fase inicial desse trabalho estiveram a caracterização, mapeamento, monitoramento da biodiversidade e das cavernas submarinas. A ideia é que o projeto tenha continuidade e permita aos pesquisadores, aprofundarem seus estudos e intensificarem os esforços de conservação e educação ambiental.
Sobre o Canie Segundo Jocy, o Canie é essencial para a proteção e uso sustentável das formações rochosas, pois reúne dados espeleológicos conhecidos, que se encontram dispersos entre diferentes fontes. Assim, a plataforma é reconhecida como um instrumento de referência na busca de informações geoespaciais atualizadas. Em 2024, uma nova versão do sistema foi lançada. Entre as novidades do novo sistema estão as possibilidades de gerar muito mais resultados em PDF, planilhas XLSX e arquivos para geoprocessamento, do tipo Shapefile.
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LORENE LIMA DA CUNHA
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