Flávia da Consolação Vasconcelos Alves, nascida em Belo Horizonte e atualmente morando em Mateus Leme, Minas Gerais, sempre foi influenciada pela paixão de sua mãe por fazer bolos e outras delícias. Desde jovem, adorava ajudar na cozinha e lembra com carinho da primeira receita que preparou sozinha: biscoitinhos, uma das receitas que encontrou em uma revista para crianças.
"Eu adorava preparar bolos para receber meus amigos da escola. Sempre que tinha algum trabalho em grupo, fazia questão de assar um bolo para eles", relembra Flávia com seu sotaque mineirinho. Para ela, cozinhar sempre foi uma forma de demonstrar carinho e hospitalidade.
Apesar dessa paixão, ela seguiu outro caminho profissional. Formou-se em Direito e atuou exclusivamente como advogada por mais de 17 anos. No entanto, devido à morosidade de alguns processos, que podem se estender por muitos anos, Flávia ainda é responsável por acompanhar e garantir o cumprimento dos contratos de serviço já firmados. Mesmo com essa responsabilidade, ela nunca abandonou o prazer de cozinhar. 'Todo fim de ano, eu fazia biscoitos para a família e amigos. Era quase uma tradição', conta. Quando seu filho Francisco nasceu em 2019, ela decidiu fazer um curso de biscoitos em Belo Horizonte, buscando aperfeiçoar as receitas que preparava como presente para os mais próximos.
Com a chegada da pandemia em 2020, veio também uma mudança drástica em sua vida. "Assim como tantas outras pessoas, tive a oportunidade de parar e refletir. Percebi que não queria mais voltar para a advocacia, aquela rotina não me fazia feliz", lembra. A insatisfação com o ambiente jurídico ficou ainda mais evidente após a maternidade. Flávia sentia que aquele caminho já não se alinhava ao que desejava para sua vida e sua família.
Durante o lockdown, Flávia foi convidada por Kelma Gual a participar do evento Cookie Art Show, onde conheceu Jucy Freitas, mentora de negócios para confeiteiras, e outras mulheres com histórias inspiradoras. Esse evento a fez perceber que poderia transformar sua paixão pela confeitaria em uma profissão. 'No início, eu sabia fazer doces, mas não entendia de gestão, marketing ou finanças. Aos poucos, fui aprendendo e buscando conhecimento, pois minha formação era totalmente diferente', explica.
Em 2020, com o apoio total do marido, Diogo Damiani, Flávia decidiu construir seu próprio ateliê de confeitaria, um espaço em sua casa para trabalhar com mais conforto e organização. 'Minha cozinha já não dava conta. Tinha caixas de biscoitos por toda parte. Foi então que, após um planejamento cuidadoso sobre como obter os recursos, decidimos investir nesse sonho. Eu sabia que daria certo', conta nossa empresária.
A Transição Carreira
"Minha jornada com a Jucy Freitas teve duas etapas. Na primeira, aprendi muito sobre precificação e posicionamento, mas ainda não tinha a maturidade empresarial para entender como entendo hoje", relata Flávia.
A transição da advocacia para a confeitaria não foi fácil, pois não se tratava apenas de cozinhar. Era preciso administrar marketing, finanças, fornecedores e clientes, e equilibrar tudo com a vida pessoal. Não mudei de carreira para trabalhar 18 horas por dia e ficar longe do meu filho.
Com muito trabalho e planejamento, e pela segunda vez sendo mentorada por Jucy Freitas, Flávia, com uma maturidade mais desenvolvida, criou uma linha para acompanhar o café, que se tornou um sucesso. Ela também aprendeu a administrar melhor o próprio negócio, equilibrando produção, finanças e marketing. "Não é fácil. Eu sou confeiteira, gestora, marqueteira... faço de tudo. E, ao mesmo tempo, preciso equilibrar isso com a vida de mãe", reflete.
Superando o Preconceito
A empresária admite que, no início, enfrentou preconceito, tanto interno quanto externo, em relação à sua transição de advogada para confeiteira. "Minha mãe ficou preocupada. Afinal, eu tinha estudado tanto para ser advogada. Ela perguntava: 'Você vai mesmo deixar a advocacia para fazer bolos?'. Mas eu sabia que esse era o caminho certo para mim", revela.
Hoje, com seu ateliê bem estruturado e o negócio crescendo, Flávia já pensa no futuro. "Quero ver meus produtos em lojas, empórios, cafés e até hoteis. Quero levar essas experiências de sabor para mais pessoas", diz. Ela se sente grata pela jornada que a trouxe até aqui, agora lidando com momentos felizes e prazerosos, ao contrário do ambiente pesado da advocacia.
O que mais emociona Flávia são os momentos de carinho que seus produtos proporcionam. "Lido com celebrações e momentos de alegria. É muito diferente do que eu fazia antes, quando lidava com problemas e dores das pessoas."
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ALAIDE EVANGELISTA DA SILVA
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