27/09/2024 às 21h35min - Atualizada em 30/09/2024 às 16h02min

Crédito e inadimplência: equilibrando os pratos na rota do crescimento

Crédito é instrumento para o fortalecimento de empresas e da economia, mas inadimplência é ponto de atenção e exige estratégias

Stephanie Ferreira
Divulgação: Ronaldo Oliveira
Por Ronaldo Oliveira* 
 
Que o crédito é uma ferramenta indispensável para o desenvolvimento econômico, parece não haver dúvidas entre os especialistas. Ainda assim, o volume de recursos disponibilizado no mercado brasileiro é bem menor quando o comparamos com outras grandes economias.  
 
No Brasil, por exemplo, a relação entre o volume de crédito disponibilizado ao setor privado e o PIB alcançou 71,8% em 2022.  
 
Já nos Estados Unidos, essa relação chegou a 216% e, em países de renda média como o Brasil, o índice alcançou cerca de 131%. 
 
Esse cenário mais conservador do crédito no país é um entrave para o fortalecimento da economia brasileira e o estímulo a novas alternativas para oferta de crédito – que não dependam dos grandes bancos – é saudável tanto para o impulso do consumo entre as famílias, quanto para o crescimento das empresas. 
 
Uma boa notícia é que trazer mais competitividade e oportunidades de crédito é um dos objetivos que sustentam o Open Finance, a já conhecida iniciativa do Banco Central que vem revolucionando o sistema financeiro do país nos últimos anos. 
 
O Open Finance fortalece também tendências como a bancarização, o banking as a service e o surgimento de novos modelos de negócio no mercado financeiro que, por sua vez, contribuem para uma maior oferta de crédito com a redução da dependência dos grandes bancos.  
 
Só entre as fintechs, o volume de crédito cresceu 52% em 2023, segundo relatório da PwC. Mas uma questão muito comum nesse contexto de novos entrantes que alcança inclusive o varejo: como fica o desafio da inadimplência para as empresas? 
 
Entendendo a relação entre crédito e inadimplência 
 
Em outras palavras: mais crédito significa maior exposição ao risco da inadimplência? A resposta é: não necessariamente.  
 
Segundo o próprio Banco Central, o crédito ampliado ao setor não financeiro cresceu 13,6% em junho. No mesmo período, o BC informou que a inadimplência do crédito caiu 0,1 pontos percentuais. Sim, redução na inadimplência mesmo com o aumento da oferta de crédito! 
 
O que o BC destaca é que são as taxas de juro aplicadas pelos bancos que possuem relação direta com o volume da inadimplência no país. 
 
Nesse panorama, uma das vantagens da bancarização é que as empresas, ao contarem com total controle sobre os dados de seus clientes, podem estabelecer políticas de juros, parcelamento e de concessão considerando seus históricos de adimplência.  
 
Com essa estratégia, elas podem minimizar riscos e, ao mesmo tempo, democratizar o acesso ao crédito no país.  
 
Essa é uma jornada que, aliás, já vem sendo trilhada por setores que enxergam na bancarização um caminho para a diferenciação competitiva e geração de faturamento por meio da oferta de serviços financeiros.  
 
E todo esse novo cenário, sem dúvidas, contribui para uma economia mais próspera em que o acesso ao crédito se torna uma realidade para cada vez mais empresas e consumidores.  
 
*Ronaldo Oliveira é Founder e CEO da Giro.Tech
 

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STEPHANIE FERREIRA
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