Imagem: Priscila Oliveira, psicóloga clínica, com MBA em Gestão de Pessoas e Head de Cultura e Pessoas da Kstack Segundo dados do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população de pessoas 50+ no Brasil em 2024 atingiu os 59,1 milhões, frente aos cálculos das projeções populacionais. Como modelo de comparação, os mesmos dados apontaram 28,1 milhões de pessoas com 50 anos ou mais vivas no país no ano 2000. A pesquisa ainda indica que, até 2030, o Brasil alcance a média de 69 milhões de pessoas pertencentes às gerações anteriores, e confirma essa parcela da população como superior à que representa a faixa etária de 15 a 24 anos, assegurando que deixou de ser a menor fatia no país em 2024 e será a maior dela daqui a duas décadas.
Isso demonstra grande participação social de pessoas com 50 anos ou mais e contracena com as previsões referentes aos próximos anos, que confirmam 2030, por exemplo, como o ano com mais brasileiros com idade superior aos 50 anos vivos, do que crianças. Até mesmo o Senado, com novos projetos de lei em tramitação, já está se preparando para atender esse que foi considerado como o maior desafio da próxima década, apresentando preocupação em modernizar a legislação atual, responsável por defender e amparar essa faixa etária no país.
Etarismo no mercado de trabalho O etarismo é um modelo de discriminação que está diretamente ligado à exclusão de pessoas das gerações anteriores e apresenta prejuízo ao bem-estar emocional e à autoestima de quem sofre com ele, bem como às oportunidades de trabalho, como demonstra a pesquisa da Ernst & Young e agência Maturi, realizada com 200 empresas brasileiras. Os dados da pesquisa apontaram que 78% dessas empresas ainda encontram barreiras no momento de contratar pessoas acima dos 50 anos.
Crescimento da população 50+ A qualidade de vida no Brasil foi um dos fatores de crescimento da população 50+ nas últimas décadas, o que também corroborou com a permanência dessa população em mais atividades cotidianas, no entanto, e graças a um modelo de educação cultural que reverencia um padrão estético específico, o brasileiro ainda acredita que deve haver uma separação entre a população mais velha e a faixa etária mais jovem, destinando à mais velha o ato de prender-se a comportamentos, atitudes, vestimentas, ambientes para frequentar e até mesmo cargos e lideranças para assumir, e delimitando se pode ou não ter acesso a esses direitos.
Da mesma forma, o preconceito se estende às relações do dia a dia, e até mesmo às decisões da rotina, impedindo a participação efetiva de pessoas 50+, ainda que estiverem aptas às funções requeridas. As consequências são depressão, ansiedade, estresse, desigualdade e sentimento constante de invalidez.
Como viver sem o preconceito de idade? Uma maneira de viver sem o preconceito de idade é adequando a população 50+ aos processos decisórios do cotidiano. Acompanhe, abaixo, 8 ações positivas que podem ajudar a entender a participação dessa parcela da população no mercado de trabalho como uma escolha assertiva:
1.
Auxilie as pessoas das gerações anteriores a ficarem por dentro das novidades tecnológicas: uma ação positiva é oportunizar à população 50+ a chance de se atualizar com as dinâmicas das tecnologias que as novas gerações têm trazido;
2.
Entenda que a geração 50+ é capaz de entregar ensinamentos valiosos: as gerações anteriores fazem parte de uma fração da sociedade que apresenta facilidades com o aprendizado contínuo e com o entendimento das situações do dia a dia. São experiências que, se valorizadas e bem aproveitadas, podem ser parte das novas ideias para os negócios das empresas;
3.
Desenvolva vagas alternativas: possibilite o trabalho abrindo vagas para a população 50+ e apresentando à empresa as grandes capacidades desses colaboradores que fazem parte das gerações anteriores;
4.
Fomente e divulgue a contratação de pessoas 50+: crie uma onda de conscientização na sua empresa e no mercado de trabalho, passando a ideia de que o colaborador que faz parte do grupo 50+ só precisa de oportunidades para apresentar resultados;
5.
Permita à pessoa 50+ ser parte integrante nos assuntos do trabalho: ao fazer isso, a empresa promoverá a integração desse profissional contratado oferecendo a ele a oportunidade de se expressar, o que pode causar o efeito de pertencimento. A consequência será um colaborador mais proativo e capacitado para trazer resultados para a empresa;
6.
Entenda que o nível de gratidão de pessoas 50+ pode ser o que a sua empresa esteja precisando para alcançar mais resultados: a educação da faixa etária de pessoas acima dos 50 anos vem de modelos culturais diferenciados, por vezes até mesmo adversos aos modelos atuais, e permite um olhar característico às circunstâncias e situações da rotina. Esse olhar traz um grande sentimento de gratidão, uma emoção que, se bem aproveitada, pode somar positivamente aos resultados dos negócios;
7.
Aposte na diversidade etária: compreender que o mundo experiencia processos diferenciados de vivências e individualidades todos os dias é importante para perceber que cada pessoa traz consigo níveis preciosos de sabedoria, conhecimento e situações complementares. Apostar na diversidade etária é oferecer apoio às ideias antigas, mas não ultrapassadas, e entender que elas podem ser um somatório nos momentos de decisão nos negócios;
8.
Mão de obra especializada com anos de experiência: e por fim, mas não menos importante, o fato de que pessoas 50+ apresentam anos de experiência em inúmeras atividades, corroborando com a realidade atual dos negócios das empresas, que está em constante evolução e precisa se adequar à velocidade do mercado.
Estabilidade das pessoas 50+ no emprego É importante lembrar que as pessoas 50+ não têm o costume de mudar de emprego com a mesma frequência, assim como as novas gerações o fazem, e praticam a estabilidade com mais afinco do que elas, um imperativo a mais para apostar na diversidade etária no momento de recrutar e selecionar.
O ingresso a uma nova carreira depende da percepção diversificada e inclusiva dos profissionais que trabalham no setor de Cultura e Pessoas das empresas, diante das experiências do candidato. Para que isso aconteça, é necessário entender que a diversidade de ideias e vivências desses candidatos são pontos primordiais para o desenvolvimento dos novos conceitos de mercado e, consequentemente, para o progresso da própria empresa.
*Priscila Oliveira é psicóloga clínica, com MBA em Gestão de Pessoas e atua como Head de Cultura e Pessoas na Kstack. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
LÍVIA IKEDA MARTINS
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