Durante a Semana Mundial da Imunização, celebrada na última semana de abril, especialistas destacam a importância das vacinas na prevenção de doenças graves e evitáveis. Após anos de queda na cobertura vacinal, o Brasil apresenta avanços expressivos, especialmente entre o público infantil, refletindo um esforço nacional para retomar a confiança da população nas campanhas de imunização.
Dados do Ministério da Saúde revelam que o número de municípios que atingiram a meta de 95% de cobertura para vacinas essenciais aumentou significativamente. A tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, teve um crescimento de mais de 180% no número de cidades que alcançaram a meta da segunda dose, passando de 855 em 2022 para 2.408 em 2024. A primeira dose também avançou, com um aumento de 55,7% no mesmo período.
A imunização contra a poliomielite, por meio da Vacina Oral Poliomielite (VOP), seguiu a mesma tendência, com o número de municípios que atingiram a meta passando de 1.466 em 2022 para 2.825 em 2024 — um aumento de quase 93%. No total, 15 das 16 vacinas recomendadas para crianças apresentaram crescimento na cobertura, evidenciando o compromisso do país com a proteção da infância.
Apesar dos avanços, a infectologista Dra. Andréia Maruzo, do São Cristóvão Saúde, alerta para o impacto da desinformação na adesão vacinal. “O maior desafio é o combate às fake news, que afastam a população das vacinas”, afirma. A médica também destaca a importância da orientação profissional na conscientização sobre os benefícios da imunização.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece mais de 20 vacinas gratuitas para todas as idades, desde recém-nascidos até idosos. Para aqueles com o calendário vacinal incompleto, a recomendação é buscar avaliação em uma unidade básica de saúde ou clínica particular. “Há vacinas disponíveis na rede privada que complementam a proteção”, explica Dra. Andréia.
Em um cenário de proliferação de informações falsas, os especialistas reforçam que a melhor forma de se informar é por fontes oficiais e profissionais de saúde qualificados. A imunização consciente, segundo eles, é um ato de responsabilidade individual e coletiva.