24/07/2024 às 11h54min - Atualizada em 26/07/2024 às 08h02min

A reforma do Ensino Médio e as preocupações com o futuro da educação

Professor e diretor da Aprofem, João Luiz Martins explica sobre as novas mudanças educacionais

RAFAELA MANZO - SOLUçõES EM COMUNICAçãO
https://www.aprofem.com.br/
Aprofem - Divulgação
A Lei nº 13.415/2017 trouxe o novo currículo do Ensino Médio no Brasil, guiado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e introduzindo mudanças com a reorganização da grade de aulas em quatro áreas integradas de conhecimento: linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas. Os itinerários formativos, oferecidos como aulas optativas ao longo de três anos, prometem uma formação técnica e profissional, fornecendo aos jovens a responsabilidade da escolha entre as áreas disponíveis, que oferecem, dentre outras disciplinas, investigação cientifica, processos criativos, mediação e intervenção sociocultural e empreendedorismo.

No entanto, a implementação apresenta desafios como a sobrecarga de atribuições para os educadores e a necessidade de uma infraestrutura adequada, especialmente em regiões distantes das capitais. Quanto à escolha dos jovens, não é uma garantia que todos tenham plena convicção de suas decisões. “Resumindo: ninguém garante uma formação com qualidade para nossos jovens. Vamos ter que cobrar e fiscalizar a implantação dos itinerários e incentivar nossos alunos a terem mais critérios e consciência na escolha e definição de seu currículo.”, ressalva o professor João Luiz Martins, professor e diretor da APROFEM, o Sindicato dos Professores e Servidores Municipais de São Paulo.

Outra preocupação indispensável é sobre os vestibulares e como funcionará daqui para frente, visto que o ensino médio prepara os estudantes para as provas que exigem conhecimento amplo nas disciplinas.  O professor explica que, para quem pensa em vestibular, o governo preocupou-se apenas com o ENEM, que passará por adaptações para adequar-se às mudanças. A prova abordará tanto os conteúdos da Formação Geral Básica quanto os itinerários formativos escolhidos pelos alunos. Propõe-se um “Enem de transição” até 2027. João completa: “Ainda estamos longe de um modelo sem vestibular e de pontuação geral para que os alunos acessem as faculdades. É um trabalho árduo, mas precisamos pensar em novas maneiras de avaliar, pontuar e oferecer um ranking para acesso às faculdades.”

O professor conta que não existe a garantia de que todos os alunos, independentemente da escola em que estudam, tenham acesso a uma educação de qualidade e itinerários formativos relevantes, pois depende de políticas públicas e da atuação dos grupos de educadores que podem e devem cobrar dos governos o material e as condições de trabalho. Para isso é necessário o fortalecimento do conselho escolar, das entidades sindicais que negociam com os governos e principalmente das famílias.

Por fim, um tópico a ser discutido é sobre o possível desafio dos professores, que precisarão trabalhar de maneira interdisciplinar ou transdisciplinar, mas sem deixar de lado as especificidades a cada disciplina. A unidade escolar tem papel fundamental na condução dos docentes nessa transição, para disponibilizar os materiais auxiliares e investir em formações. Construir os Itinerários formativos também é um desafio à parte, já que demanda, em alguns casos, a criação de uma metodologia do zero. “Um bom começo pode ser identificar a disciplina norteadora daquela trilha de aprendizado e escolher um profissional dessa área para liderar o time que vai desenhar o itinerário.”, destaca e finaliza o diretor da APROFEM.
 
Mais sobre João Luiz Martins
Professor de Educação Física, pedagogo, administrador, pós-graduado com Mestrado e Doutorado em Educação; Palestrante em congressos nacionais e internacionais; Professor Universitário nos cursos de Educação Física e Pedagogia; Professor de disciplinas nos cursos de Pós-Graduação; Consultor Pedagógico; autor de livros pedagógicos e de vários trabalhos na área da Educação; Diretor da APROFEM.
 
Sobre a APROFEM  
 
Com uma história lastreada pelos princípios de independência e apartidarismo, a APROFEM representa atualmente cerca de 60 mil filiados dentre servidores da ativa, aposentados e pensionistas. Cerca de 95% desse quadro é formado por Profissionais da Educação. Fundada em 1981 na Zona Leste de São Paulo, hoje a APROFEM tem uma sede própria na região da Bela Vista e oferece aos seus filiados prestação de serviços e atendimento profissional de reconhecida qualidade. Presidida pelo Professor Ismael Nery Palhares Junior, a APROFEM coordena o Fórum das Entidades Sindicais e participa do Sistema de Negociação Permanente com o Governo Municipal (SINP), Fórum Municipal de Educação (FME) e uma gama de outras instâncias que atuam para melhorar a realidade e futuro dos servidores da educação. 
Para conhecer melhor o trabalho da APROFEM basta acessar o website https://www.aprofem.com.br ou seguir o perfil do Instagram https://www.instagram.com/aprofem
 

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Magno Santos Costa
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