01/05/2024 às 14h00min - Atualizada em 02/05/2024 às 08h01min
Abrace uma nascente
Mudanças Climáticas
José Renato Nalini - Secretário Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo
Domínio Público Quando os jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta conseguiram superar a “Muralha Verde” da Serra do Mar e chegaram ao Planalto de Piratininga, ficaram extasiados. Aqui havia ao menos três grandes rios e milhares de córregos, riachos e cursos d’água. Afluentes que alimentavam os grandes artífices da vida e da paisagem. Conseguimos, desde 1554, transformar os rios em canais condutores de toda espécie de imundície. Já não são rios, são leitos mortos e malcheirosos. E os córregos? Enterramos para dar lugar ao asfalto. São Paulo é uma cidade que atende mais ao trânsito do que às pessoas. Pagamos um preço por isso. Restam poucas nascentes e elas são essenciais para abastecer a represa do Guarapiranga, da qual nos servimos para dessedentar mais de trinta milhões de paulistanos. Essas nascentes correm risco de desaparecer. Seja pelo desmatamento inclemente, seja pela ocupação indiscriminada, irregular, clandestina e até criminosa de áreas que não podem ser densificadas. São a garantia da permanência da água, sem a qual não vivemos. A Secretaria Executiva das Mudanças Climáticas da Prefeitura de São Paulo está propondo um programa chamado “Abrace uma nascente”. Empresas, bancos, escolas, clubes, Igrejas, o Terceiro Setor e até pessoas físicas podem “abraçar”, simbolicamente uma nascente, cuidando de garantir sua preservação. Você teria interesse em participar desse projeto? Ou convenceria o grupo ao qual você pertence, de que se interessasse por ele? É uma questão de extrema relevância. Da água depende a continuidade da aventura humana sobre o Planeta. Meditemos sobre isso e sobre nossa responsabilidade cidadã.
