Sem diretrizes no SUS, lipedema mobiliza profissionais e pacientes em evento nacional em São Paulo

Encontro inédito reúne mulheres e especialistas para discutir diagnóstico e tratamento de uma doença reconhecida pela OMS

TINTEIRO ASSESSORIA DE IMPRENSA
04/11/2025 08h09 - Atualizado há 4 dias

Sem diretrizes no SUS, lipedema mobiliza profissionais e pacientes em evento nacional em São Paulo
Divulgação

Reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2019, o lipedema, doença inflamatória crônica que causa dor e acúmulo anormal de gordura, afeta até 12% das mulheres brasileiras, segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) e ainda é tratado como problema estético no Brasil. Para mudar essa realidade, um grupo de especialistas e pacientes realizará no dia 6 dezembro, em São Paulo, no espaço Aflora.Co, um encontro com o objetivo de trazer ciência, acolhimento e empatia para discutir diagnóstico, tratamento e qualidade de vida de mulheres afetadas pela condição. A iniciativa inédita é idealizada pela fisioterapeuta Dra. Mariana Milazzotto, mestre em Ciências Médicas e referência nacional no tratamento clínico do lipedema, e pela enfermeira Evania Mendes. 

A programação une ciência, bem-estar e empatia, com palestras sobre diagnóstico e tratamento, rodas de conversa entre pacientes e especialistas, práticas de yoga terapêutica para alívio da dor e oficinas de autocuidado que incluem escovação a seco, auto drenagem e exercícios guiados. O evento também contará com orientação nutricional funcional, com foco em estratégias acessíveis para redução da inflamação.

Segundo Mariana, o lipedema não compromete apenas o corpo físico, mas também a autoestima, a rotina e as relações sociais. “Muitas mulheres convivem com dor constante e inchaço sem saber o motivo. Outras se sentem julgadas por não conseguirem resultados estéticos com dieta ou exercício. O diagnóstico correto representa um alívio, mas também o início de uma nova fase de conhecimento, cuidado e acolhimento”, explica.

Estudos recentes reforçam a urgência da discussão. Um levantamento brasileiro publicado na revista Phlebology estimou que cerca de 8,8 milhões de mulheres no país apresentam sintomas compatíveis com o lipedema. Globalmente, a Sociedade Internacional de Linfologia (ISL) alerta que mais de 80% das mulheres com a doença ainda não foram diagnosticadas, o que favorece complicações físicas e emocionais de longo prazo. Entre os principais sintomas estão dor ao toque, hematomas frequentes, sensação de peso nas pernas e dificuldade para emagrecer mesmo com mudanças de hábitos.

Mariana ressalta que o evento tem também um caráter simbólico: encerrar o ano com um espaço voltado ao autocuidado e à troca entre mulheres que compartilham a mesma condição. “Cuidar de si mesma não é vaidade. É um ato de consciência e saúde. O movimento que começa no corpo reverbera na mente e transforma a forma como a paciente enxerga a própria história”, afirma.

O local escolhido para o encontro, o Aflora.Co, fica dentro do restaurante Purana.Co, reconhecido por sua proposta de alimentação plant-based, 100% vegana e sem glúten. A escolha reforça a integração entre saúde, nutrição e bem-estar que permeia toda a iniciativa. As vagas são limitadas para garantir uma experiência intimista e individualizada, permitindo que cada participante vivencie práticas e conversas de forma mais profunda.

“Quando falamos sobre o lipedema, abrimos espaço para que milhares de mulheres deixem de se sentir invisíveis. Informação salva, acolhimento transforma e o movimento coletivo é o que realmente muda a realidade”, conclui a fisioterapeuta.

Serviço:
Encontro “Lipedema: Acolhimento, Saúde e Transformação”
Data: 6 de dezembro de 2025
Local: Aflora.Co – São Paulo (dentro do restaurante Purana.Co)
Inscrições e informações: debemcommeulipedema.com.br
As vagas são limitadas.

Sobre a Dra. Mariana Milazzotto

Fisioterapeuta com quase 20 anos de atuação, mestre em Ciências Médicas e especialista no tratamento clínico do lipedema. Criadora da Jornada Desvendando o Lipedema, programa que forma fisioterapeutas e terapeutas corporais no atendimento a mulheres com diagnóstico confirmado ou suspeita da doença. É referência no Brasil por sua abordagem humanizada e baseada em evidências científicas.


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PAULO NOVAIS PACHECO
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