Desde o surgimento da ideia de meses coloridos como de conscientização no Brasil, que ganhou mais notoriedade no início dos anos 2000, as empresas brasileiras têm se mobilizado para contribuir de alguma forma para as causas. Porém, uma dúvida no ambiente corporativo, que abraçou firmemente tais movimentos, é sobre qual é o verdadeiro sentido dessas campanhas?
Aos poucos, as causas e campanhas foram ganhando cores e datas específicas para serem lembradas, e com isso surgiu a necessidade de se falar sobre os temas nos ambientes de trabalho, com o objetivo de mudar a percepção dos colaboradores. Hoje são muito numerosas.
Entre os destaques temos o Setembro Amarelo que chama a atenção para a saúde mental e o suicídio, o Outubro Rosa que alerta sobre a prevenção do câncer de mama, o Abril Azul que chama a atenção para a conscientização sobre o autismo, e o Novembro Azul que alerta sobre o câncer de próstata. Outros meses são usados para fortalecer diversas causas, em sua maioria voltadas para a área da saúde e autocuidado.
Nessas respectivas datas, as empresas e seus líderes disponibilizam palestras, workshops e brindes que podem abordar esses temas, mas que, em sua maioria, não geram conexão genuína. "As campanhas devem acontecer para gerar uma cultura de cuidado nas empresas; caso contrário, os colaboradores sentem que não houve uma relação de cuidado. Muitos líderes se questionam por que essas ações não geram resultado; isso acontece pela falta de troca real", afirma Bruna Antonucci, psicóloga especializada em RH, consultora especializada em liderança e diretora da Antonucci Consultoria.
O sentido das campanhas é chamar a atenção para a saúde e as necessidades das pessoas para além do âmbito empresarial, com o objetivo de demonstrar a sua importância como indivíduo, sem o peso de uma campanha obrigatória e apenas para cumprir checklist para a liderança e os funcionários. “As ações devem incentivar e orientar os colaboradores a buscar realmente um diagnóstico e se voltarem para o autocuidado. A empresa pode oferecer palestras com especialistas que poderão orientar, além de exames e materiais informativos para que os próprios colaboradores possam entender os sintomas”, orienta Bruna.
Hoje em dia, sabe-se que a saúde dos funcionários e o impacto na rotina empresarial vem sendo estudado ao longo das décadas, por diversos estudiosos e todas as pesquisas apontam que o resultado ativo das empresas está ligada diretamente no bem-estar dos colaboradores, principalmente quando se trata de questões psicológicas. Prova disso é um estudo divulgado pelo instituto Getúlio Vargas, com quase 600 profissionais apontou que por mais que as empresas demonstrem um certo “interesse”, em contrapartida os dados mostram que muitos dos funcionários são negligenciados. Ou seja, os colaboradores necessitam de uma abordagem mais proativa dos.
Contudo, essas medidas podem ser o diferencial na vida do indivíduo, porém, para a especialista, as empresas acabam banalizando essas datas apenas como uma tarefa a se cumprir. “Isso é incorreto. As mudanças causadas por essa relação de conexão e cuidado podem gerar um ambiente de trabalho muito mais produtivo, visto que o bem-estar do funcionário, somado a uma boa saúde física, mental e emocional, reflete ativamente no seu rendimento profissional e nos resultados”, finaliza a psicóloga.
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ICARO ALISSON ROSA AMBROSIO
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