DAN Contemporânea anuncia mostra inédita de Thomas Schönauer

No próximo dia 27 de setembro, o artista alemão desembarca em São Paulo para sua primeira individual na galeria. A Nova Complexidade do Mundo reúne obras em aço e vidro que aproximam indústria e arte como metáforas das tensões do presente

BRUNA LIRA
23/09/2025 11h46 - Atualizado há 13 horas

DAN Contemporânea anuncia mostra inédita de Thomas Schönauer
João Cazza

A DAN Contemporânea apresenta, a partir de 27 de setembro, a primeira exposição individual do artista alemão Thomas Schönauer em seus espaços. Reconhecido internacionalmente por investigar os limites entre arte e tecnologia, Schönauer traz à galeria um conjunto de 15 obras — esculturas em aço inoxidável e vidro, além de pinturas de grande formato — em que contrastes como força e leveza, equilíbrio e tensão, luz e movimento se convertem em experiências visuais e sensoriais.

Peça central da mostra, A Nova Complexidade do Mundo condensa a pesquisa do artista em uma escultura vertical de dois metros de altura, construída em aço inoxidável e marcada por tensões internas que evocam instabilidade e conflito. “Trata-se de uma obra que concentra em si uma energia orgânica, quase celular, distinta das composições mais horizontais e expansivas do artista”, observa o curador Fábio Magalhães. “A incidência variável da luz sobre a superfície metálica torna-se parte constitutiva e poética da escultura, criando uma vibração contínua entre peso e leveza”, completa.

Nascido em Düsseldorf, Schönauer estudou Estudos Românicos e Filosofia na Heinrich-Heine-Universität e foi assistente de Friedrich Werthmann, um dos grandes nomes da escultura alemã do pós-guerra. Frequentou ainda o Manitoba Institute of Design, no Canadá, onde se aproximou de linguagens experimentais. Desde 1978, mantém vínculos com o Brasil, quando instalou um ateliê em Macacos (MG), experiência que aproximou sua pesquisa escultórica da geologia e da natureza densa da região. Hoje, divide sua trajetória entre Alemanha, Arábia Saudita — onde colabora com o arquiteto paisagista Andreas Kipar no parque Al Urubah, em Riad — e Brasil.

Ao longo dos anos, Schönauer desenvolveu superfícies angulosas e abobadadas capazes de modular diferentes intensidades de luz. Enquanto o aço polido cria reflexos e espelhamentos, o aço corten, com sua pátina avermelhada, absorve luminosidade e gera volumes compactos e dramáticos. Nessa lógica, suas esculturas operam como arquiteturas sensíveis, em que a técnica da indústria pesada é transfigurada em linguagem estética.

Mais recentemente, o artista dedicou-se à experimentação com o vidro, inspirado por peças da Antiguidade romana que conheceu no Museu Römisch-Germanisches, em Colônia. Para aprofundar essa pesquisa, estabeleceu parceria com o mestre soprador Robert Comploj, em Viena, com quem criou volumes soprados em moldes de madeira e internamente espelhados por processos químicos. A introdução do vidro confere à escultura uma dimensão inédita: um material ancestral, ao mesmo tempo frágil e vibrante, que abre novas possibilidades cromáticas.

Embora seja amplamente reconhecido por sua produção escultórica, Schönauer mantém ativa sua pesquisa em pintura. Em grandes discos metálicos em rotação, aplica camadas de tinta industrial, criando composições em que gesto e movimento centrífugo se equilibram entre acaso e controle. “A pintura de Thomas Schönauer se apresenta como contraponto à sua expressão escultórica, ou melhor, como pulsão antagônica”, explica Magalhães. “Enquanto suas esculturas buscam harmonia e equilíbrio por meio de sutis variações de luz e movimento, suas pinturas revelam forças incontidas, rupturas formais e contrastes cromáticos que constituem o cerne de sua linguagem.”

Com A Nova Complexidade do Mundo, Schönauer consolida sua parceria com a DAN Contemporânea, que o representa desde 2018. O artista já participou de coletivas da galeria, como As mais altas torres começam no solo (2022) e Linha, Cor e Movimento (2021), além de integrar projetos da DAN em feiras nacionais e internacionais de destaque, como SP-Arte, ArtRio e Art Basel Miami Beach.


Sobre o artista 

Thomas Schönauer (1953, Düsseldorf) é um escultor e artista multidisciplinar alemão com projeção internacional, conhecido por integrar arte, ciência, arquitetura e tecnologia em sua obra. Após estudar Letras e Filosofia na Universidade Heinrich Heine, trabalhou com o escultor Friedrich Werthmann, iniciando sua trajetória artística nos anos 1980 com experimentações em metais, instalações sonoras e intervenções espaciais. 

Ao longo de sua carreira, desenvolveu séries como Atompops (2008), Chaos and Order (2015), Skydrops (2007) e Contextures (2018), colaborando com instituições como Henkel AG, a Universidade RWTH Aachen e o Hospital Universitário de Düsseldorf. Em 2018, foi vencedor do 1º Prêmio Suíço de Escultura por seu trabalho esculturas em concreto reforçado com fibra têxtil. Suas esculturas monumentais estão presentes em espaços públicos e coleções na Alemanha, Brasil, Itália, Suíça e Oriente Médio, incluindo acervos da Mercedes-Benz, Deutsche Bahn, Henkel, Grohe, Porto Seguro e do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro. Schönauer é membro do Bund Deutscher Architekten (BDA) e se destaca por seu pensamento interdisciplinar, que conecta arte contemporânea com questões urbanas, ambientais e tecnológicas.

 

Sobre a DAN Contemporanea 

A Dan Contemporânea surgiu como um departamento de Arte Contemporânea da Dan Galeria. Em 1985, Flávio Cohn, filho do casal fundador, juntou-se à Dan criando o Departamento de Arte Contemporânea, que ele dirige desde então. Assim, foi aberto espaço para muitos artistas contemporâneos tanto brasileiros, como internacionais, fortemente representativos de suas respectivas escolas. Posteriormente, Ulisses Cohn também se associa à galeria, completando o quadro de direção dela.

Nos últimos vinte anos, a galeria exibiu: Macaparana, Sérgio Fingermann, Amélia Toledo, Ascânio MMM, Laura Miranda e artistas internacionais: Sol Lewitt, Antoni Tapies, Jesus Soto, César Paternosto, José Manuel Ballester, Adolfo Estrada, Juan Asensio, Knopp Ferro e Ian Davenport.  Mestres de concreto internacionais também fizeram parte da história da Dan, tais como: Max Bill, Joseph Albers e os britânicos Norman Dilworth, Anthony Hill, Kenneth Martin e Mary Martin. 

A Dan Galeria incluiu mais recentemente em sua seleção, importantes artistas concretos: Francisco Sobrino e François Morellet. O fotógrafo brasileiro Cristiano Mascaro; os artistas José Spaniol, Teodoro Dias, Denise Milan e Gabriel Villas Boas (Brasil); os internacionais, Bob Nugent (EUA), Pascal Dombis (França), Tony Cragg (G. Bretanha), Lab [AU] (Bélgica) e Jong Oh (Coréia), se juntaram ao departamento de Arte Contemporânea da galeria. A Dan Galeria sempre teve por propósito destacar artistas e movimentos brasileiros desde o início da década de 1920 até hoje. Ao mesmo tempo, mantém uma relação próxima com artistas internacionais, uma vez que os movimentos artísticos historicamente se entrelaçam e dialogam entre si sem fronteiras. 

 

Serviço

Thomas Schönauer -  A Nova Complexidade do Mundo

Curadoria: Fabio Magalhães 

Endereço: DAN Galeria – Rua Amauri, 73 – São Paulo

Abertura: 27 de setembro, das 11h às 16h

Período expositivo: de 27 de setembro a 19 de dezembro  de 2025 

Horário: das 10h às 19h, de segunda a sexta; das 10h às 13h, aos sábados. 

Entrada gratuita

Classificação: livre 

Mais informações: dangaleria.com.br

Acesso para pessoas com mobilidade reduzida


 

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BRUNA FERNANDA LIRA OLIVEIRA
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