Como essa startup brasileira está transformando a sustentabilidade da indústria têxtil

Com bioeconomia circular como pilar, Muush reduz em até 95% das emissões de CO2 equivalente em relação ao couro animal, diminui a pegada hídrica em 99% e possui processo patenteado que garante exclusividade tecnológica

AGêNCIA PINEPR
24/09/2025 16h49 - Atualizado há 3 horas

Como essa startup brasileira está transformando a sustentabilidade da indústria têxtil
Antônio Carlos, CEO da Muush | Imagem: Divulgação
 

Diante da crescente pressão global por soluções que respondam à crise climática, a Muush, startup de biotecnologia 100% brasileira, apresenta ao mercado uma alternativa sustentável para uma das indústrias mais intensivas em recursos naturais: a têxtil. Pioneira no setor, a biotech transforma resíduos agroindustriais em um biotecido de micélio, estrutura vegetativa dos fungos composta por delicados filamentos (hifas), que reproduz a aparência e o toque do couro tradicional. Seu processo inovador foi recentemente patenteado, garantindo exclusividade tecnológica e reforçando a posição da empresa como referência global na aplicação do micélio em escala industrial. Aplicável às indústrias da moda, móveis e automotiva, o material, quando comparado ao tecido de origem animal, promove até 95% de redução nas emissões de CO2 equivalente, diminuição de 99% na pegada hídrica e garante resíduo zero em seu processo produtivo.

“A Muush tem como objetivo trazer uma inovação que permita às indústrias se adaptarem à sustentabilidade. O micélio é essa resposta, porque decompõe e recicla materiais orgânicos, pode ser cultivado rapidamente e adaptado para diversas aplicações, reduzindo a necessidade de materiais sintéticos. Por isso, nosso biotecido representa um avanço significativo na redução de impactos ambientais e na promoção de um futuro mais sustentável”, destaca Antonio Carlos de Francisco, CEO da Muush.

Além da performance ambiental, o biotecido apresenta alta versatilidade, podendo ser moldado em diferentes texturas, espessuras e acabamentos. Isso abre espaço para que marcas de moda criem coleções inteiras sem recorrer ao couro animal, enquanto o setor moveleiro encontra no micélio uma opção resistente e sofisticada para estofados e revestimentos. Já a indústria automotiva pode adotar o material em interiores de veículos, ampliando seu compromisso com inovação e descarbonização.

Os ganhos também aparecem no processo produtivo. Recentemente, a startup reduziu o tempo de cultivo do micélio de 15 para 13 dias e ampliou sua capacidade de produção de 80 para 270 m2. A conquista da meta de resíduo zero, com eliminação de descartes sólidos em aterros e reaproveitamento integral dos subprodutos pela parceira Mush, reforça a aposta em bioeconomia circular. Assim, cada etapa da produção é simplificada para consumir menos recursos, gerar menos excedentes e devolver valor à cadeia.

Para 2025, a meta é intensificar ainda mais esse impacto positivo. A Muush planeja reduzir em 70% as emissões de CO2 equivalente por quilograma de produto, manter a pegada hídrica abaixo de 0,05% do valor associado ao couro tradicional e consolidar o reaproveitamento total dos subprodutos. A expansão da capacidade produtiva virá acompanhada da ampliação do portfólio de clientes, com foco em parcerias estratégicas que desejam integrar inovação, qualidade e responsabilidade socioambiental em seus produtos.

“Hoje, não basta apenas criar peças bonitas e funcionais. As marcas precisam assumir compromisso real com o meio ambiente. É para ser esse apoio que estamos expandindo nossa produção em 2025”, afirma o CEO.


 

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Bruna Cruz Faraco
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