Escola de educação social visita mostra sobre participação negra na Constituinte
LUCAS SOUZA
22/09/2025 12h00 - Atualizado há 4 horas
Alunas da Escola Meninos e Meninas do Parque em visita à mostra - Foto: Ana Araújo/CNJ
Desde que foi inaugurada, em agosto de 2025, a exposição Constituinte do Brasil Possível recebeu mais de 2.500 . Nesta sexta-feira (19/9), foi a vez de estudantes da Escola Meninos e Meninas do Parque, em Brasília, conhecerem de perto as 21 obras expostas na sede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), produzidas por artistas negras e negros de várias regiões do país.
A atividade proporcionou ao grupo reflexões sobre as diferentes Constituições da história do Brasil e sobre como seria o país caso elas tivessem contado com a participação plena da população negra. Durante a visita mediada, alunas e alunos tiveram contato com documentos históricos, imagens e outros conteúdos que convidam à reflexão sobre democracia racial, participação cidadã e importância da diversidade na formulação de políticas públicas.
“A presença desses estudantes contribui para a valorização de identidades e para o reconhecimento da arte como espaço de voz e de criação de futuros possíveis, além de fortalecer o pertencimento cultural e social”, destaca a juíza auxiliar da Presidência do CNJ Karen Luise, embaixadora da mostra. A magistrada disse ainda que a visita dos jovens à mostrs amplia o repertório crítico sobre democracia, cidadania e participação e reafirma o direito à arte e à cultura como “dimensões essenciais da cidadania e fundamentais para a construção coletiva de um Brasil possível”.
Além das atividades de mediação da visita, também foi realizada uma oficina de arte com Emerson Caldas, sociólogo e artista de Belém que tem uma obra em exposição. A Escola Meninos e Meninas do Parque atende cerca de 250 estudantes, entre crianças e adolescentes em vulnerabilidade social e adultos em situação de rua.
Ao afirmar que a experiência foi muito enriquecedora aos alunos, o professor de geografia e sociologia da Escola, Peterson Couto, frisou que os jovens fizeram muitos questionamentos. “Ficamos lisonjeados com o convite, a perspectiva e a acolhida que tivemos na exposição. São temáticas bem atuais, e as próprias legislações educacionais prezam pela transversalidade e interdisciplinaridade. É necessário trabalhar questões de inclusão dos povos indígenas e das pessoas negras, porque tudo isso faz parte das nossas historicidades.”
A mostra reúne 21 obras que convidam o público a revisitar trajetórias históricas e imaginar futuros mais justos e inclusivos. Entre os destaques estão Xangô Rei (1998), de Abdias Nascimento, além de produções de artistas locais, como o quadro Tatara Nenê criou raiz (2024), de Pamella Wyla, da Ceilândia; a instalação Carne Seca (2023), de Talles Lopes, de Goiânia; e a obra Nilo Peçanha (2013), do goiano Dalton Paula.
Cooperação
A exposição Constituinte do Brasil Possível é uma iniciativa do Projeto Linha de Cor. Em Brasília, é viabilizada pelo programa Justiça Plural, parceria do CNJ com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
A mostra permanece aberta à visitação até o dia 26 de setembro, no hall do Plenário do CNJ, em Brasília, entre 11h e 19h. Conta com recursos de acessibilidade com audiodescrição e monitores bilíngues (português/libras, inglês e espanhol). A entrada é gratuita. Visitas mediadas podem ser agendadas
neste link.
Programa Justiça Plural
O
programa Justiça Plural, iniciativa do CNJ em parceria com o Pnud, busca fortalecer as capacidades do Poder Judiciário na promoção dos direitos humanos e socioambientais e na ampliação do acesso à Justiça por populações estruturalmente vulnerabilizadas.
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Lucas Mororo de Souza
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