Língua estrangeira no Enem: veja como o Inglês e o Espanhol caem na prova e dicas de estudo

Com questões que exigem domínio de leitura, atenção às pegadinhas e preparação focada nos temas mais cobrados, a prova de Língua Estrangeira é a chance de transformar esforço em pontos valiosos

DANIELA NOGUEIRA
17/09/2025 09h05 - Atualizado há 15 horas

Língua estrangeira no Enem: veja como o Inglês e o Espanhol caem na prova e dicas de estudo
Divulgação Enem
São Paulo, 15 de setembro de 2025 – Contribuindo com 11% da nota da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), as cinco perguntas de língua estrangeira costumam gerar apreensão em muitos candidatos. Cada idioma traz características próprias que demandam preparação específica. Para esclarecer as principais armadilhas e indicar caminhos de estudo, educadores comentam o formato das questões, temas recorrentes e oferecem dicas de preparação.

Por que a escolha no momento da inscrição é decisiva

No momento da inscrição no Enem, o estudante deve optar por Inglês ou Espanhol, e não há possibilidade de troca no exame. Portanto, no dia da prova, o candidato deve responder às questões do idioma escolhido antecipadamente.
O ideal é ter optado pelo idioma com o qual o estudante tem mais familiaridade real, e não apenas aquele que parece mais fácil. “Conhecer bem um idioma exige consistência: é melhor responder às questões da língua em que você já tem contato frequente do que arriscar um novo sem preparação suficiente”, enfatiza Saulo Bertani, docente do colégio Progresso Bilíngue, de Itu/SP.


Como os idiomas são cobrados na prova?
As questões apresentam diferentes tipos de texto: notícias, poemas, tirinhas, letras de música e, ocasionalmente, pequenos trechos literários. A prova não testa o domínio absoluto do vocabulário, mas a compreensão global das ideias e contextos socioculturais pelo aluno.
É comum que o Enem inclua “pegadinhas” com falsos cognatos (palavras parecidas entre português e inglês/espanhol, mas com significados distintos). Além disso, temas como gênero, racismo, diversidade, inclusão social e mídias sociais costumam embasar os textos de apoio.
 “Ao resolver as questões, o candidato deve ler cada enunciado atentamente e riscar alternativas que destoam do sentido geral do texto. Muitos estudantes subestimam o Espanhol por conta da semelhança com o Português, mas essa familiaridade pode levar a falsas inferências. É preciso treinar o olhar crítico e não confiar apenas na intuição do tradutor”, diz Natalia Bueno, professora da Escola Internacional de Alphaville, em Barueri/SP.


Conteúdos de idiomas que mais caem na prova
No Inglês, as questões frequentemente exploram Phrasal verbs e expressões idiomáticas (como to take off e to look forward to), uso de tempos verbais em narrativas (Present perfect versus Past simple) e reconhecimento de conectores como however, therefore e although. Já no Espanhol, caem com regularidade falsos cognatos (por ejemplo/por exemplo, asistir/assistir), o uso correto dos tempos Pretérito perfecto e Pretérito indefinido, além de construções do modo subjuntivo em contextos hipotéticos ou de desejo (ojalá, aunque sea).
 “Em ambos os idiomas, há também foco em vocabulário de áreas como meio ambiente, tecnologia e direitos humanos, interpretação de legendas e títulos, e inferência de sentido em textos curtos, exigindo que o candidato identifique não apenas o léxico, mas também nuances de tom e intenção comunicativa”, acrescenta Alaôr Gomes, docente do Brazilian International School – BIS, em São Paulo/SP.


Estratégias de estudo
“Incorporar o idioma ao cotidiano, como ouvir uma música enquanto se exercita ou ler uma matéria em Inglês ou Espanhol antes de dormir, ajuda a internalizar estruturas e evita um bloqueio na hora da prova”, sugere Taiana de Freitas Vanucci, professora da Escola Bilíngue Aubrick, de São Paulo/SP.
Taiana elenca ainda outras dicas de preparação para se dar bem na prova:
Tenha o idioma na rotina: exercite a leitura diária de notícias, músicas e séries no idioma escolhido, anotando vocabulário novo e revendo expressões-chave. Use podcasts, vídeos e filmes com legendas no idioma-alvo para reforçar a compreensão oral e escrita.
Treine com questões anteriores: use as edições passadas do Enem e simulados de vestibulares para revisar conceitos, sempre marcando onde errou.
Equilibre o tempo: no dia da prova, não deixe todas as cinco questões para o fim (para evitar falta de tempo) nem as resolva primeiro (para não comprometer o desempenho em outras disciplinas). Ache um ponto de equilíbrio para responder com qualidade.
Atenção aos falsos cognatos comuns em espanhol: embarazada (grávida, e não embaraçada), oficina (escritório, e não oficina mecânica), exquisito (delicioso, não esquisito).
Estudar expressões idiomáticas: entender algumas expressões idiomáticas e seus significados enriquece o vocabulário dos alunos.
Tenha contato com diferentes tipos textuais: como poemas, notícias e trechos literários.


O Enem
A prova foi criada pelo Ministério da Educação em 1998, para avaliar o desempenho dos estudantes brasileiros ao final da educação básica. Com o passar dos anos, o Enem teve sua metodologia aperfeiçoada e atualmente é requisito obrigatório para acesso a programas educacionais como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade para Todos (ProUni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Este ano, as provas serão aplicadas nos dias 09 e 16 de novembro, dois domingos seguidos. No primeiro dia de prova, os alunos realizarão as questões das áreas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (compreende Língua Portuguesa, Literatura, Língua Estrangeira/Inglês ou Espanhol, Artes, Educação Física e Tecnologias da Informação e Comunicação) e Redação; e Ciências Humanas e suas Tecnologias (compreende História, Geografia, Filosofia e Sociologia).

No segundo dia, as provas serão de Ciências da Natureza e suas Tecnologias (compreende Química, Física e Biologia) e Matemática e suas Tecnologias. O certame registrou mais de 5,5 milhões de inscrições, de acordo com o Ministério da Educação – número que supera a edição anterior de 2024, com aumento de 8% no número de inscritos.


Os especialistas

Alaôr Gomes Castanheira
é licenciado em Inglês pela Uniplena e em Pedagogia pela FACEL, e pós-graduado em Educação Bilíngue e Multilíngue pelo Instituto Singularidades. Atua há dez anos na área da educação e é professor de English Language Arts no Brazilian International School – BIS, em São Paulo/SP.

Natalia Bueno é professora de Espanhol na Escola Internacional de Alphaville, com mais de 20 anos de experiência no ensino do idioma. Pedagoga e tradutora, realizou estudos e vivência na Espanha, onde aprofundou seus conhecimentos linguísticos e ampliou seu repertório cultural. Atuou como coordenadora da área de Espanhol em rede de educação básica e é autora de livros didáticos.

Saulo Lima de Souza Bertani é professor de Inglês formado em Jornalismo, Letras e pós-graduado em Tradução e Ensino da Língua Inglesa. Atua há 12 anos no Ensino Médio, acompanhando de perto as tendências do Enem e vestibulares.

Taiana de Freitas Vanucci é formada em Filologia Hispânica pela Universidade Autônoma de Barcelona. Possui mestrado em Linguística Aplicada ao Ensino de Espanhol como Língua Estrangeira (ELE) pela Universidade Internacional Menéndez Pelayo/Instituto Cervantes. É professora de ELE desde 2005 e já trabalhou em diversos contextos. Colabora com o Instituto Cervantes em São Paulo. Trabalha na Escola Aubrick, coordenando o departamento de espanhol e ministrando aulas.
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