De beatmaker a protagonista: como RalphTheKiD soma 100 milhões de plays e posiciona o Brasil no radar da música urbana global

LÍVIA MELLO | RNR ASSESSORIA
12/09/2025 10h28 - Atualizado há 4 horas

De beatmaker a protagonista: como RalphTheKiD soma 100 milhões de plays e posiciona o Brasil no radar da
RalphTheKiD / Divulgação

Por trás dos beats de artistas como Veigh, Don L, MC Luanna e Ajuliacosta, está um produtor que tem transformado estética em identidade e números em trajetória. Agora, com dois freestyles lançados pelo On The Radar Brasil, RalphTheKiD consolida sua virada como protagonista da própria narrativa.

“Eu sempre estive cercado de música. Desde moleque, era o som que me movia.”  Foi com essa frase que RalphTheKiD começou a entrevista que traça sua jornada de garoto apaixonado por guitarra aos 12 anos até se tornar um dos nomes mais versáteis e estratégicos da produção musical urbana no Brasil. Hoje, são mais de 100 milhões de plays no Spotify e uma assinatura sonora que equilibra peso, clareza, sofisticação e verdade — sem perder o pé na rua, de onde ele veio.

Antes dos plugins e das DAWs, Ralph testava melodias e acordes em uma guitarra — na tentativa de traduzir sentimento em som. A transição para a produção digital foi natural. O computador entrou no lugar do instrumento, mas a essência criadora se manteve. Inspirado por produtores como Scott Storch, Metro Boomin, Dr. Dre, Sonny Digital e London On Da Track, Ralph mergulhou na estética da cultura hip hop norte-americana entre 2013 e 2020, e ali encontrou referências que moldaram sua visão de mercado e sua personalidade criativa.

“Tudo o que soa interessante tem minha sonoridade. Não gosto de beats que são ‘pra dentro’. Gosto de beats que você entende pra onde vão na primeira nota. E sempre com bastante peso.”

Ralph acredita que a diferença entre produtores está além do som. Está na postura, na comunicação e no modo de existir na cena.

“Minha grande diferença está na personalidade, no posicionamento, na atitude. Eu tento sempre ser um ícone — não apenas um produtor prestador de serviços trancado no estúdio.”

Foi essa mentalidade que o levou a se destacar entre os bastidores e a conquistar espaço como um nome visível, reconhecível e influente na nova geração da música urbana. A estética também vai além dos beats: está na escolha dos looks, nos clipes, nas capas e no modo como ele apresenta sua arte ao mundo.

A virada: do estúdio com Recayd Mob ao mainstream

O ponto de virada veio com a explosão de “Plaqtudum”, da Recayd Mob, grupo com quem Ralph já colaborava antes do sucesso estourar.

“Foi ali que a bolha furou. E como eu sempre estava com o grupo, o sucesso deles também respingou em mim e me fez crescer.”

Desde então, Ralph acumulou parcerias com artistas em momentos-chave de suas carreiras — como Veigh, quando ainda era novo no mercado, segundo ele; Ajuliacosta, com postura forte e impacto estético; MC Luanna, Cjota, e Don L, esse último sendo um marco pessoal para Ralph, que cresceu ouvindo o rapper.

No radar internacional

Em 2024, Ralph deu mais um passo importante ao ser convidado para participar da edição brasileira do On The Radar, projeto que revelou nomes como Drake, Central Cee e Ice Spice. Ele lançou duas faixas inéditas: uma com Moreir4, unindo funk e estética futurista; e outra com Menor MC, trazendo densidade, melodia e lirismo direto.

“Pra mim, o On The Radar representa meu marco internacional. As músicas tocaram numa rádio de Nova York — que é de onde vêm muitas das minhas referências. Ser ouvido no hemisfério norte é muito relevante.”

Hoje, Ralph não se enxerga mais apenas como produtor. Para ele, todo produtor é um artista — ou deveria ser. E sua missão é construir uma marca forte, que represente boa música, boa postura e boa visão de mercado. Mesmo com a frieza que o cenário exige, ele mantém o foco no propósito:

“Esse jogo é 70% business e 30% música. Mas eu nunca deixo de colocar verdade em tudo que faço.”

Entre beats, conexões e posicionamentos, RalphTheKiD segue pavimentando seu caminho com propósito. Mais do que ocupar espaço, ele contribui para a construção de uma cena mais profissional, criativa e diversa — onde produtores não são apenas coadjuvantes, mas parte ativa da narrativa do rap nacional.


 

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