Priscila Jácomo estreia nova versão de S.O.S. Quase Tudo em São Paulo com acessibilidade integrada

Audiodescrição, Libras e recursos sonoros e visuais compõem o jogo cênico desde sua concepção, com a participação de uma equipe especializada

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12/09/2025 09h39 - Atualizado há 12 horas

Priscila Jácomo estreia nova versão de S.O.S. Quase Tudo em São Paulo com acessibilidade integrada
Crédito Isabela Jácomo

Após circular por diferentes cidades do Brasil e do exterior, o espetáculo S.O.S. Quase Tudo, criado e interpretado pela palhaça Priscila Jácomo, retorna em 2025 com uma nova roupagem. Batizada de S.O.S. QUASE TUDO (DE OUTRO JEITO!), a montagem estreia em setembro em São Paulo com uma proposta inovadora: tornar a acessibilidade parte da dramaturgia e do jogo cênico, e não apenas um recurso adicional.

As primeiras apresentações acontecem nos dias 13 e 14 de setembro, às 16h, no Teatro Paulo Eiró, e nos dias 20 e 21 de setembro, também às 16h, no Teatro Alfredo Mesquita. Em outubro e novembro, o espetáculo segue em circulação gratuita por outros espaços da capital paulista.

Uma recriação coletiva

Para essa nova versão, Priscila reúne uma equipe diversa e especializada, que inclui a audiodescritora Andreia Paiva, a consultora em audiodescrição e pessoa com deficiência visual Cristiana Cerquiari, o ator e arte-educador surdo Bruno Ramos da Silva, os intérpretes de Libras Fabiano Campos e Elaine Sampaio, além do técnico de som e luz Bruno Garcia. Juntos, eles buscam formas de integrar luz, som, gesto, palavra e tradução em cena, construindo um espetáculo em que a acessibilidade nasce junto com a dramaturgia.

“O maior risco e também a maior beleza deste processo é assumir que a acessibilidade não está do lado de fora, mas pode nascer junto com a dramaturgia e a cena. Estamos descobrindo, em cada ensaio, como brincar com essas diferenças sem hierarquizá-las”, afirma Priscila Jácomo.

Bruxa-palhaça e rituais coletivos

No palco, o público encontra uma personagem híbrida – uma bruxa-palhaça-sensitiva – que recebe pedidos de ajuda e cria rituais inesperados para lidar com problemas pessoais e coletivos. Entre pós mágicos, danças e travessias, surge uma questão maior: o planeta está torto e apenas a coletividade pode endireitá-lo. Para essa versão, foi desenvolvido até mesmo um sinal em Libras exclusivo para designar a “bruxa-palhaça”, reforçando o caráter singular da criação.

Raízes e diálogos

O espetáculo também carrega o diálogo da artista com os povos indígenas Kariri Xocó, Krahô e Guarani Mbya. Há dez anos, Priscila pesquisa os chamados “fazedores de riso” indígenas, compreendendo a palhaça como uma figura que conecta diversidades e múltiplas formas de perceber o mundo. Essa visão está presente em S.O.S. QUASE TUDO (DE OUTRO JEITO!), que propõe ao público enxergar problemas e soluções a partir da pluralidade de olhares e da força coletiva.

Além da cena

A programação do projeto inclui ainda ações formativas, como os bate-papos “Tongos e Tongas: os atrapalhados do Povo Guarani Mbya”, conduzidos por Kuaray Lucas e Ara Mirim, e “A palhaça juruá-cupê-cabeça seca”, com Priscila Jácomo. Também haverá exibições acessíveis do documentário O Riso da Mata, seguidas de conversa com a artista.

Criado em 2016, o espetáculo já percorreu o Equador, o interior de São Paulo e festivais nacionais, além de ter ganhado uma versão online durante a pandemia. Agora, em 2025, a montagem ressurge para reafirmar a potência poética e política da palhaçaria, celebrando dez anos de pesquisa de Priscila junto a povos indígenas e reforçando seu papel como “conectora de diversidades”.


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FREDERICO PAULA JUNIOR
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