Setembro Amarelo: caso de Rejane Schumann acende alerta para saúde mental dos idosos

Famosa por atuar em novelas da Globo, a atriz foi encontrada em estado de abandono.

MILENA SANTANNA
09/09/2025 13h10 - Atualizado há 6 horas

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A ex-atriz da Rede Globo, Rejane Schumann, de 74 anos, foi encontrada em situação de abandono no dia 3 de setembro, em Porto Alegre. O episódio ganhou repercussão nacional não apenas pela trajetória da artista — que brilhou em novelas como O Astro e Dancin’ Days — mas também pela sua condição de vulnerabilidade. Com sinais de demência, ela vivia em um ambiente insalubre, cercada por animais dos quais ainda tentava cuidar.

A descoberta ocorreu durante uma operação de resgate de cães e gatos. Voluntários encontraram a atriz debilitada e sem assistência adequada, o que provocou forte comoção nas redes sociais e reacendeu o debate sobre o abandono de idosos e as consequências para a saúde mental dessa população no Brasil.

Dados do Disque 100, canal da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, registraram um crescimento de 855% nas denúncias de abandono de idosos entre janeiro e maio de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022 — passando de 2.092 para quase 20.000 casos.

Segundo a psicóloga Thayse Duarte, "o caso de Rejane Schumann nos lembra que o abandono de idosos não é apenas uma questão de saúde, mas um problema social e político. A Constituição Federal e o Estatuto do Idoso asseguram o direito à dignidade e à convivência familiar e comunitária. Portanto, quando um idoso é deixado em situação de vulnerabilidade, há uma quebra de responsabilidades que vai além do âmbito individual: envolve a família; que tem o dever legal e afetivo de cuidado; a sociedade; e o Estado, que deve garantir políticas públicas eficazes de proteção.

Do ponto de vista psicológico, a negligência e a ausência de suporte social são fatores de risco para agravos à saúde mental — tema que dialoga com a campanha do Setembro Amarelo. Precisamos falar sobre a valorização da vida em todas as etapas, mas também sobre o compromisso ético e social de amparar nossos idosos, garantindo que envelhecer seja sinônimo de dignidade”, afirma.

A psicóloga destaca que estímulos cognitivos, acompanhamento profissional e a presença constante de familiares, amigos ou cuidadores são fundamentais para preservar a qualidade de vida. A detecção precoce de sinais como esquecimento, desorganização ou dificuldade em realizar atividades cotidianas deve servir como alerta para buscar ajuda médica.

O caso de Rejane Schumann chama atenção para a situação de vulnerabilidade enfrentada por idosos em condições de solidão e abandono, circunstâncias que podem agravar quadros de saúde mental. A ocorrência coincide com o Setembro Amarelo, campanha nacional de prevenção ao suicídio, que reforça a importância da conscientização sobre cuidados em todas as fases da vida.

 

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