Brasil produzirá vacina contra vírus sincicial respiratório

Distribuição da vacina na rede pública deve começar em novembro para gestantes e bebês. Devem ser imunizadas, por meio de dose única, gestantes a partir da 28ª semana de gravidez

Agência Brasil
10/09/2025 15h35 - Atualizado há 3 horas



O Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira (10), uma parceria de transferência de tecnologia entre o Instituto Butantan e a farmacêutica Pfizer para a produção nacional da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções respiratórias graves em bebês, incluindo quadros de bronquiolite.



A previsão é que as primeiras 1,8 milhão de doses sejam entregues até o fim deste ano. Em fevereiro, a pasta já havia confirmado a incorporação do imunizante ao Sistema Único de Saúde (SUS). Com o acordo, a distribuição da vacina contra o VSR na rede pública, para gestantes e bebês, deve começar na segunda quinzena de novembro.



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Devem ser imunizadas, por meio de dose única, gestantes a partir da 28ª semana de gravidez. A vacinação materna, segundo o ministério, favorece a transferência de anticorpos para o bebê, contribuindo para a proteção nos primeiros meses de vida, período de maior vulnerabilidade ao VSR.



"O VSR é uma das maiores causas de hospitalizações em UTI, nos primeiros 6 meses de vida e justamente nos primeiros meses o risco é muito mais alto. Eu vejo muitas mulheres com medo, adiando as vacinas da gestação, mas elas são seguras, não geram nenhuma má formação, não trazem nenhum prejuízo para a gravidez e também não oferecem risco de aborto ou parto prematuro", esclarece a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações Isabela Ballalai.



De acordo com o ministério, o vírus é responsável por 80% dos casos de bronquiolite e por 60% dos casos de pneumonias em crianças menores de 2 anos. A cada cinco crianças infectadas, uma precisa de atendimento ambulatorial e, em média, uma em cada 50 acaba hospitalizada no primeiro ano de vida.



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Dados da pasta mostram ainda que, no Brasil, cerca de 20 mil bebês menores de um ano são internados anualmente. O risco é mais elevado entre prematuros, cuja taxa de mortalidade é sete vezes maior do que em crianças nascidas a termo — grupo que representa 12% dos nascimentos no país.




“A vacina tem potencial para prevenir cerca de 28 mil internações por ano, oferece proteção imediata aos recém-nascidos e beneficiará aproximadamente 2 milhões de bebês nascidos vivos”, informou o comunicado.




Esclerose múltipla



O Brasil também passará a produzir, por meio de parceria de desenvolvimento produtivo (PDP), o natalizumabe, medicamento biológico usado no tratamento da esclerose múltipla. De acordo com o ministério, a transferência de tecnologia será feita pela farmacêutica Sandoz para o Instituto Butantan.




“A vulnerabilidade do país na oferta de insumos durante a pandemia de covid-19 e os recentes episódios relacionados a aplicação de tarifas abusivas às exportações brasileiras reforçam a importância da soberania do SUS para garantir o acesso da população a medicamentos e tratamentos”, avaliou a pasta em nota.




O natalizumabe é indicado a pacientes com a forma remitente-recorrente de alta atividade, que corresponde a cerca de 85% dos casos, e que não responderam de forma adequada a outros tratamentos. O medicamento é ofertado no SUS desde 2020, mas atualmente há apenas um único fabricante com registro no país.



A esclerose múltipla é uma doença autoimune que compromete o sistema nervoso central e afeta principalmente adultos jovens, com idade entre 18 e 55 anos. É caracterizada pela desmielinização da bainha de mielina, que possibilita a condução de impulsos elétricos responsáveis pelo controle das funções do organismo.




Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-09/brasil-produzira-vacina-contra-vsr-e-remedio-para-esclerose-multipla

FONTE: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-09/brasil-produzira-vacina-contra-vsr-e-remedio-para-esclerose-multipla
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