Itaú Cultural Play participa do 36º Kinoforum com mostra que celebra os 25 anos do movimento Dogma Feijoada

KARINA MANCINI
04/09/2025 13h56 - Atualizado há 14 horas

Itaú Cultural Play participa do 36º Kinoforum com mostra que celebra os 25 anos do movimento Dogma Feijoada
Divulgação
Até 7 de setembro, a plataforma de streaming gratuita do cinema brasileiro Itaú Cultural Play exibe uma seleção especial do 36º Kinoforum – Festival Internacional de Curtas de São Paulo, evento tradicional que aconteceu presencialmente na capital paulista entre os dias 21 e 31 deste mês. São seis filmes dos programas destinados aos 25 anos do Dogma Feijoada, movimento fundado na virada para o século XXI que reivindicava uma maior participação de realizadores negros no audiovisual brasileiro. 
 
A janela de exibição na IC Play reúne curtas-metragens lançados na época e filmes posteriores. As produções selecionadas representam uma parte significativa da produção realizada por cineastas negros que, aproveitando os espaços abertos por cotas, festivais e editais afirmativos, incorporaram — mesmo sem intenção explícita — ecos de dogmas e manifestos. A curadoria é da pesquisadora, roteirista e crítica de cinema Viviane Pistache.

 
O acesso à Itaú Cultural Play é gratuito, disponível em www.itauculturalplay.com.br, nas smart TVs da Samsung, LG, Android TV e Apple TV, nos aplicativos para dispositivos móveis (Android e iOS) e Chromecast. Você também pode encontrar conteúdo da IC Play nas plataformas Claro TV+ e Watch Brasil. 
 
Legado cinematográfico
No ano 2000, durante o 11º Kinoforum – Festival Internacional de Curtas de São Paulo, um grupo de jovens cineastas negros, influenciados pelo movimento dinamarquês Dogma 95, lançou um manifesto ousado intitulado Dogma Feijoada, que reivindicava o enegrecimento do cinema brasileiro. Para comemorar os 25 anos da iniciativa, a edição deste ano do festival realiza dois programas temáticos, que avaliam a luta por um cinema feito e pensado por cineastas negros no século XXI. A Itaú Cultural Play exibe seis filmes dessa mostra, vindos de estados como São Paulo, berço do Dogma Feijoada, mas também de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. 
 
Dirigido por um dos idealizadores do Dogma Feijoada, o cineasta Jeferson De, Distraída para a morte (São Paulo, 2001) foca na juventude negra na cidade. No drama, três adolescentes caminham pela capital paulista sem destino definido. Entre provocações, silêncios e desafios, a travessia revela tanto a vulnerabilidade quanto a coragem em um jogo que flerta com a vida e a morte.
 
Outro nome importante do manifesto, a diretora Lilian Solá Santiago apresenta Graffiti (São Paulo, 2008). No curta-metragem, a câmera acompanha uma noite sombria na cidade de São Paulo, quando Alê, um grafiteiro solitário, enfrenta o caos urbano. 
 
Vindo do Rio de Janeiro, Black Berlim (2009) é um drama de Sabrina Fidalgo. O filme apresenta a história de Nelson, um jovem brasileiro que migra para a Alemanha em busca de novos caminhos. Em Berlim, ele conhece Maria, imigrante ilegal do Senegal. Embora o rapaz a ignore, a sua presença o faz relembrar de um passado que ele prefere esquecer.
 
Outra produção paulista, Tupã Baê (2007), de Juliana Vicente e Lucas Rached, acompanha Chico em uma experiência profunda com sua cultura. Em meio aos desafios, o homem reencontra equilíbrio ao retornar às suas raízes, em um retrato do sincretismo que marca a identidade brasileira.
 
Entre as produções mais recentes está Quando aqui (Minas Gerais, 2023), do cineasta André Novais Oliveira. O filme parte da casa de sua família para imaginar cenários reais e fictícios. Antes deles, quem morou ali? O que havia no local antes da construção da residência? Quem habitará esses metros quadrados no futuro? Sobrepondo fotos e vídeos, Quando aqui retorna, por exemplo, ao século XV, quando o povo Krenak vivia na região, e imagina como seriam/serão as famílias que ocuparão o terreno. 
 
Por fim, o público pode assistir ao documentário O trauma é brasileiro (Espírito Santo, 2019), que registra a primeira exposição individual da artista Castiel Vitorino Brasileiro, explorando experiências estéticas ligadas à cura e à ancestralidade. A mostra foi realizada em 2019 na Galeria Homero Massena, em Vitória, capital capixaba. A direção do filme é da própria artista e de Roger Ghil. 
 
 SERVIÇO
36º Kinoforum – Festival Internacional de Curtas de São Paulo – Dogma Feijoada 25 Anos

Até 7 de setembro na Itaú Cultural Play
www.itauculturalplay.com.br
 

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KARINA MANCINI DE CANHA
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