Dia Internacional da Igualdade Feminina: por que ainda precisamos falar sobre isso?

Data convida a celebrar conquistas e refletir sobre os desafios que ainda marcam a vida das mulheres em diferentes esferas, da política à saúde mental

Bendita Letra
25/08/2025 11h57 - Atualizado há 8 horas

Dia Internacional da Igualdade Feminina: por que ainda precisamos falar sobre isso?
Arquivo Pessoal/Divulgação

O Dia Internacional da Igualdade Feminina, celebrado em 26 de agosto, nasceu para lembrar um marco: o direito ao voto feminino nos Estados Unidos, conquistado em 1920. Mais de um século depois, a data segue viva — não apenas como celebração, mas como um chamado à consciência coletiva sobre os muitos degraus que ainda separam homens e mulheres nas oportunidades, representatividade e respeito em diferentes áreas da vida.

Igualdade formal não é igualdade real

Embora avanços tenham sido conquistados em leis e políticas públicas, a igualdade de gênero na prática ainda enfrenta entraves profundos:

  • Mulheres seguem ganhando menos que homens em cargos semelhantes (segundo o IBGE, a diferença salarial média no Brasil ainda é de cerca de 20%)
  • A participação feminina em espaços de poder político segue baixa: apenas 17,7% das cadeiras na Câmara dos Deputados são ocupadas por mulheres
  • No mercado de trabalho, a jornada dupla ou tripla (profissão, casa e filhos) recai majoritariamente sobre as mulheres, gerando impacto direto na saúde física e emocional

Não é só sobre trabalho: é também sobre subjetividade

Para além das estatísticas econômicas e políticas, a desigualdade também afeta a forma como as mulheres se enxergam, se posicionam e cuidam de si. A psiquiatra Dra. Jaqueline da Mata destaca que a sobrecarga estrutural leva a níveis preocupantes de adoecimento emocional. “São mulheres que cuidam de todos, mas não têm tempo nem escuta para si. Muitas chegam ao consultório exaustas, sem saber quem são fora dos papéis que exercem para os outros”, pontua.

Apesar das conquistas obtidas nas últimas décadas, ainda há um longo caminho a percorrer quando se fala em igualdade de gênero. Por isso, datas como o Dia Internacional da Igualdade Feminina são importantes para lembrar que a igualdade de oportunidades ainda não é realidade para a maioria das mulheres, que as microviolências (como interrupção, invalidação e deslegitimação) continuam presentes em diversos ambientes e que meninas seguem crescendo sob discursos que as ensinam a agradar, silenciar e se moldar ao outro. Celebrar os avanços, sim — mas sem perder de vista o que ainda falta ser conquistado.


 

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MARIA JULIA HENRIQUES NASCIMENTO
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FONTE: Dra. Jaqueline da Mata — Médica pós-graduada em psiquiatria | Atuação com foco na saúde mental da mulher
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