As chamadas canetas para emagrecer ganharam popularidade nos últimos anos e se tornaram queridinhas entre pessoas que buscam perder peso de forma rápida e eficaz. À base de substâncias como a semaglutida e tirzepatida, esses medicamentos atuam principalmente no controle do apetite, na regulação da insulina, glicose e até no metabolismo da gordura, proporcionando uma sensação prolongada de saciedade. A consequência direta é a diminuição da ingestão de alimentos, aceleração do metabolismo e, com isso, a redução do peso corporal.
Apesar dos resultados promissores, especialistas alertam que o uso isolado da caneta, sem acompanhamento adequado, pode levar a um velho conhecido de quem já tentou emagrecer: o chamado efeito sanfona e o catabolismo muscular (perda de massa muscular). Ou seja, o peso até diminui rapidamente, mas volta com facilidade após o fim do tratamento — muitas vezes de forma ainda mais intensa pela redução do metabolismo.
De acordo com o médico Fábio Gabas, fundador da HMetrix, healthtech especializada em saúde preditiva, o principal erro é focar apenas no remédio sem entender o que está por trás do ganho de peso. “A caneta pode ser uma ferramenta útil, mas não resolve sozinha a longo prazo. Quando o emagrecimento acontece sem olhar para a causa do problema, os resultados dificilmente se sustentam”, afirma.
Nesse contexto, cresce o interesse por abordagens que considerem o corpo de forma integrada e antecipem possíveis obstáculos. A chamada saúde preditiva é uma dessas frentes: por meio da análise de dados clínicos, comportamentais e algumas vezes até genéticos, é possível identificar padrões de risco e traçar planos de ação mais personalizados. A proposta é sair da lógica de tratar os sintomas de obesidade de forma genérica e passar a corrigir os desequilíbrios metabólicos, inflamatórios e condicionamentos mentais de forma individualizada para resultados duradouros.
“O checkup preditivo é o que garante o resultado. Assim, o paciente não apenas emagrece, mas se mantém saudável e equilibrado a longo prazo”, reforça Gabas.
Com isso, o uso de medicamentos como a caneta pode até ser mantido — mas como parte de um conjunto de estratégias neurocientíficas individualizadas que incluem mudanças nos hábitos alimentares, de atividade física, padrões emocionais, além do acompanhamento contínuo. O foco deixa de ser apenas o número na balança e passa a ser o equilíbrio do organismo como um todo.
Em um cenário em que as soluções rápidas ganham espaço, a proposta da saúde preditiva é justamente a peça que faltava: emagrecer com consciência, consistência e cuidado real com o corpo, mantendo os resultados a longo prazo.
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MARIANA ASSIS PACE
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