Consumo consciente: como a G-Shock se tornou símbolo de resistência e alternativa à cultura do descarte
Com mais de 40 anos de história, a G-Shock desafia o tempo, o uso extremo e a lógica da obsolescência programada
DEZOITOCOM PR
19/08/2025 15h20 - Atualizado há 11 horas
Divulgação G-Shock
Celulares que se tornam lentos após atualizações. Aparelhos que perdem peças, mesmo com pouco uso. Dispositivos eletrônicos que duram menos que uma estação. Em um cenário em que a obsolescência programada parece regra, a ideia de um eletrônico que dure décadas soa, no mínimo, contraintuitiva. Mas eles existem. E talvez o mais simbólico deles seja um relógio. Criado em 1983 por um engenheiro japonês obcecado com a ideia de um modelo “inquebrável”. A missão era clara: criar um relógio resistente a impactos, à água e ao tempo. Depois de mais de 200 protótipos e um insight ao observar uma bola de borracha quicando – que inspirou a estrutura interna de proteção –, o primeiro G-Shock foi lançado. Foi com o lema “Never Give Up” que Kikuo Ibe, o criador da marca japonesa, estabeleceu o que viria a ser uma das filosofias mais resilientes do design contemporâneo: um relógio digital capaz de resistir a quedas de até 10 metros, suportar até 10 atmosferas de pressão e ter uma bateria com até 10 anos de duração. Nascia ali uma nova categoria de produto – e também uma nova maneira de pensar sobre o consumo durável. Resistência como legado tecnológico Enquanto diversos setores da tecnologia avançavam no ritmo da substituição rápida, a G-Shock se manteve fiel à proposta de longa vida útil. E isso não a impediu de renovar. Ao longo dos anos, a marca incorporou novos sensores, conectividade Bluetooth, bússolas, GPS, carregamento solar e resistência à lama, sem jamais abrir mão da robustez. “Existe uma lógica de que todo eletrônico está fadado a quebrar em pouco tempo. Nós desafiamos essa premissa desde o início”, comenta Fernando Fukuda, gerente de Marketing da Casio Brasil. “A durabilidade é a base do que fazemos. Nossos relógios são criados para acompanhar o usuário por muitos e muitos anos.” E histórias não faltam. Os modelos G-Shock já estiveram em expedições de montanhismo, mergulhos, operações militares e até em órbita. O DW-5600, por exemplo, é um dos modelos homologados pela NASA, usado por astronautas em missões espaciais por sua confiabilidade, precisão e capacidade de funcionar mesmo sob gravidade zero e temperaturas extremas. No fundo do mar, o G-Shock também encontrou terreno firme. A linha Frogman se tornou referência entre mergulhadores profissionais graças ao seu alto nível de vedação e sensores específicos para o ambiente aquático. Alguns modelos da linha operam a mais de 200 metros de profundidade sem perder a funcionalidade – algo raro entre eletrônicos portáteis. Uma resposta à era do descarte Casos reais reforçam essa reputação. Durante testes de resistência, um G-Shock atropelado por um caminhão de 25 toneladas continuou funcionando perfeitamente. O episódio lhe rendeu um recorde, mas mais do que isso, se tornou símbolo de uma filosofia de construção voltada à resistência – não apenas ao tempo, mas ao próprio desgaste do cotidiano. Outros depoimentos de colecionadores ainda rendem histórias de mais de 10 anos guardado e ainda funcionando ou ainda, modelos passados por mais de uma geração. Em um momento em que o consumo rápido começa a ser repensado, a proposta da marca japonesa ganha um novo peso. A durabilidade, que antes era vista como um diferencial técnico, hoje carrega também um valor ético. “Investir em durabilidade também é uma forma de consumo consciente. Escolher um G-Shock é uma atitude contra a lógica do descarte”, completa Fukuda. Na contramão da pressa e da fragilidade, a G-Shock segue como um símbolo de permanência. Um lembrete de que o design pode – e talvez deva – ser pensado para durar. Em tempos de ciclos curtos e objetos temporários, a resistência virou exceção. E a exceção, por sua vez, virou símbolo. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
Camila Alonso Milani
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