Empresas têm papel-chave no apoio à amamentação: veja 5 ações práticas para o Agosto Dourado

Campanha global ganha força no ambiente corporativo, que ainda carece de estrutura para acolher mães lactantes no retorno ao trabalho

POLLYANA REYES
15/08/2025 12h19 - Atualizado há 3 horas

Empresas têm papel-chave no apoio à amamentação: veja 5 ações práticas para o Agosto Dourado
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Apesar de leis e campanhas de conscientização, a amamentação ainda encontra barreiras importantes no mundo do trabalho. Segundo o UNICEF, apenas 40% dos bebês no mundo recebem amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida — número muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O dado evidencia um problema estrutural que vai além da esfera individual. 

No Brasil, embora avanços como a licença-maternidade de 120 dias e o programa Empresa Cidadã tenham ampliado o apoio legal, a falta de infraestrutura nas empresas e a ausência de políticas ativas ainda dificultam a continuidade do aleitamento após o fim da licença.

É nesse cenário que surge o Agosto Dourado, campanha dedicada à valorização do aleitamento materno e seus benefícios para a saúde da mãe, do bebê e da sociedade. Em 2025, o tema da Semana Mundial da Amamentação reforçou o compromisso com o futuro: "Priorizemos a amamentação: construindo sistemas de apoio sustentáveis" A mensagem é clara: não basta incentivar, é preciso criar condições reais. A Lei 14.457/2022, por exemplo, prevê medidas como a criação de salas de amparo à nutrição materna, flexibilização de jornada e ações para retenção de mulheres no mercado. 

“Nos primeiros dias de vida, o colostro funciona como uma verdadeira primeira vacina, fortalecendo o sistema imunológico do bebê. A amamentação também é uma aliada da mãe, ajudando a evitar hemorragias e favorecendo o bem-estar físico e emocional. Quando protegemos esse início de vida, estamos investindo em saúde pública”, afirma Gabriela Pascoto — enfermeira e analista de suporte em saúde da HealthBit, consultoria especializada em projetos de saúde corporativa de grande complexidade.

5 ações para transformar sua empresa em uma aliada das mães lactantes

Para organizações colocarem esse compromisso em prática, Gabriela compartilha cinco medidas práticas e acessíveis para empresas que querem transformar o ambiente de trabalho em um espaço mais acolhedor, saudável e inclusivo para lactantes. 

1. Crie campanhas de comunicação interna com propósito

Utilize a identidade visual do Agosto Dourado, como a cor dourada, ícones de lactação e frases, em murais, e-mails, TVs corporativas e na intranet. Uma boa campanha começa pela sensibilização. Vale incluir depoimentos de colaboradoras que amamentaram e uma agenda de ações para o mês, como rodas de conversa, palestras e lives com profissionais de saúde.

2. Reforce políticas de flexibilidade e acolhimento

Avalie a possibilidade de oferecer jornada reduzida, home office ou pausas programadas para mães em fase de amamentação. Esses ajustes simples têm grande impacto na continuidade do aleitamento. Além disso, oriente líderes e gestores para acolher esse retorno com empatia, sem cobranças excessivas ou metas inflexíveis.

3. Distribua materiais informativos e kits sobre o assunto

Cartilhas educativas com orientações sobre aleitamento, direitos das mães trabalhadoras e informações sobre bancos de leite podem ser distribuídas física ou digitalmente. Pequenos kits para continuidade do aleitamento após o retorno ao trabalho, com bolsas térmicas, gelo reutilizável e frascos esterilizados, também são formas simbólicas de mostrar cuidado com as colaboradoras.

4. Adeque um espaço como sala de assistência à amamentação

Não é preciso uma estrutura sofisticada: uma sala limpa, reservada, com cadeira confortável, pia e freezer já faz a diferença. O importante é que esse espaço seja seguro, sinalizado e acessível a todas as lactantes da empresa, permitindo a extração e o armazenamento do alimento durante o expediente.

5. Estabeleça parcerias com bancos de leite e hospitais locais

Mapeie e divulgue os bancos da sua região — uma forma simples e eficaz de ampliar a rede de apoio. A empresa também pode promover campanhas internas para arrecadar frascos de vidro com tampa plástica e incentivar a doação de leite entre colaboradoras que estão amamentando.

Amamentação é um investimento, não um custo

Além dos benefícios para a saúde, Gabriela reforça o impacto positivo no clima organizacional: “A amamentação é um investimento no futuro. Seus benefícios vão muito além da saúde. Reduz doenças, internações e mortes infantis, previne câncer, diabetes e obesidade em mulheres, e fortalece vínculos familiares. Mais que benefícios à saúde, melhora o bem-estar da equipe e contribuem para um ambiente de trabalho mais humano”, aponta a enfermeira.

O letramento em aleitamento dentro da empresa — palestras, treinamentos e políticas claras — é essencial para que a cultura da amamentação seja respeitada. Isso transforma o retorno ao trabalho em um momento de continuidade, e não de ruptura. “Amamentar deve ser uma experiência de vínculo e dignidade, não de culpa ou abandono”, finaliza Pascoto.

Sobre Health Bit
A HealthBit é uma consultoria especializada em saúde corporativa, focada em projetos de grande complexidade para os maiores players do mercado. Fundada em 2015 e parte do Grupo RaiaDrogasil desde 2021, a empresa combina tecnologia, análise de dados e expertise em gestão para aprimorar a saúde populacional e otimizar custos para empresas.
Com mais de 1,8 milhão de vidas atendidas e mais de 300 projetos entregues, a HealthBit oferece soluções estratégicas para a tomada de decisão baseada em dados, incluindo softwares próprios, consultoria especializada, programas de saúde e serviços médicos. Grandes empresas como Vivo e Heineken confiam na HealthBit para transformar a gestão de saúde de seus colaboradores com eficiência e inovação. Para mais informações, acesse: https://www.healthbit.com.br/ 


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