Brasileiros no exterior criam soluções para brasileiros e projetam R$ 30 milhões em transações até o fim do ano

GlobalPays, fintech fundada por empreendedores brasileiros nos EUA, aposta em tecnologia própria e conhecimento cultural para facilitar pagamentos de empresas estrangeiras ao consumidor brasileiro

PEDRO SENGER
15/08/2025 11h03 - Atualizado há 16 horas

Brasileiros no exterior criam soluções para brasileiros e projetam R$ 30 milhões em transações até o fim do
Divulgação

O comércio internacional voltado ao Brasil ainda enfrenta desafios estruturais que limitam o acesso de empresas estrangeiras a um dos maiores mercados consumidores do mundo. Regulamentações complexas, barreiras fiscais e a falta de soluções adaptadas ao comportamento de compra do brasileiro são alguns dos principais obstáculos. É nesse cenário que a GlobalPays, fundada por brasileiros que operam no exterior, vem se consolidando como ponte entre negócios internacionais e consumidores no país, com a meta de movimentar R$ 30 milhões até o final de 2025.

A iniciativa surgiu a partir de uma imersão profunda em dados de mercado, mapeamento de jornada de compra e conversas diretas com comerciantes que já tentavam vender para o Brasil. O diagnóstico mostrou que as soluções existentes eram fragmentadas e incapazes de resolver de forma eficiente as dores reais de merchants e consumidores. A partir disso, a equipe decidiu redesenhar o processo, eliminando burocracias, aumentando a eficiência operacional e criando uma experiência de pagamento fluida, com tecnologia própria e rigoroso compliance.

"O mercado já contava com soluções pontuais, mas nenhuma atacava de forma direta as dores reais do comerciante e do consumidor. Nosso objetivo foi criar uma estrutura que combinasse conformidade legal, desempenho operacional e agilidade, sem abrir mão da experiência do usuário", afirma Maristela Lucas, Marketing Specialist da GlobalPays.

O maior desafio identificado foi lidar com a complexidade regulatória e fiscal que envolve a movimentação de valores entre países. Navegar pelas regras do Banco Central, atender às normas cambiais e manter as obrigações fiscais em dia exige conhecimento especializado e capacidade de adaptação constante. Nesse ponto, a experiência dos fundadores como brasileiros familiarizados com as nuances do ecossistema nacional foi decisiva para estruturar um modelo seguro e escalável.

Outro aspecto essencial foi compreender e incorporar particularidades do comportamento de compra no Brasil. A cultura do parcelamento e o crescimento acelerado do Pix moldam decisões de compra no país. Para atender a essas demandas, a GlobalPays desenvolveu tecnologia que permite parcelamentos em até 12 vezes no cartão de crédito brasileiro, mesmo em operações com empresas sediadas no exterior, e integração com pagamentos via Pix, com liquidação internacional em D+1.

Essa abordagem garante conveniência ao consumidor e liquidez imediata para o vendedor, ampliando conversão e ticket médio. Além disso, o modelo de negócios da GlobalPays se diferencia por ser 100% gratuito para os merchants, algo incomum no mercado local, e por oferecer taxas mais competitivas que as opções de "compre agora, pague depois" (BNPL) disponíveis nos EUA, que costumam impor prazos de cobrança menores, limitar o número de parcelas e cobrar taxas mais altas do consumidor.

A tecnologia também se apoia em sistemas avançados de prevenção a fraudes, combinando inteligência artificial, biometria facial e validação via WhatsApp, para garantir a segurança de cada transação. Com essa infraestrutura, a fintech não só atende a uma necessidade latente do mercado, mas também oferece um modelo desenhado para maximizar resultados comerciais com segurança e previsibilidade.

Para Maristela Lucas, o fato de serem brasileiros operando a partir do exterior representa uma vantagem competitiva clara. "Temos a sensibilidade cultural para entender as expectativas do consumidor e o conhecimento técnico para construir soluções que funcionem no Brasil e no mundo. Essa combinação nos permite criar valor para todas as pontas da transação", diz.

Com a operação estruturada e resultados iniciais positivos, a GlobalPays agora mira expansão, não apenas nos Estados Unidos, mas também na Europa, Canadá e América Latina. A proposta é escalar o modelo e ampliar o alcance de empresas internacionais ao consumidor brasileiro, replicando a fórmula de unir tecnologia, agilidade e conhecimento de mercado.

A trajetória deixa um recado para outros empreendedores brasileiros que planejam criar soluções fora do país com foco no público nacional: conhecer profundamente as dores do mercado, acompanhar de perto as mudanças regulatórias e ter flexibilidade para adaptar processos e tecnologia rapidamente. "O sucesso está em unir visão global e sensibilidade local, garantindo relevância e competitividade no longo prazo", conclui Maristela Lucas.


 

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PEDRO GABRIEL SENGER BRAGA
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