Comunicação Regenerativa: a evolução necessária para diálogos que transformam relações e ambientes

Da comunicação não-violenta à regenerativa: não basta parar de ferir, é preciso aprender a cicatrizar e revitalizar.

RENATO LISBOA
13/08/2025 22h47 - Atualizado há 4 horas

Comunicação Regenerativa: a evolução necessária para diálogos que transformam relações e ambientes
Editora Lisboa
Em um mundo marcado por polarizações, conflitos relacionais e esgotamento das interações humanas, duas abordagens comunicacionais ganham destaque como antídotos à crise de conexão: a Comunicação Não Violenta (CNV) e a Comunicação Regenerativa. Enquanto a primeira, desenvolvida por Marshall Rosenberg nos anos 1960, revolucionou a forma de lidar com conflitos ao propor uma escuta empática e a expressão honesta de necessidades, a segunda surge como um paradigma mais abrangente e sistêmico, capaz não apenas de prevenir danos, mas de ativamente regenerar tecidos relacionais. A diferença fundamental entre ambas está no propósito: a CNV busca minimizar violências, enquanto a Comunicação Regenerativa avança ao promover cura e revitalização dos sistemas humanos.
A Comunicação Não Violenta, com seu método estruturado em quatro componentes (observação, sentimento, necessidade e pedido), tornou-se ferramenta valiosa em mediações e desenvolvimento pessoal. Seu mérito está em desarmar escaladas de agressividade ao substituir julgamentos por expressões de vulnerabilidade. Um exemplo clássico é sua aplicação em conflitos conjugais, onde frases como "Quando você chega tarde sem avisar, me sinto desimportante porque preciso de segurança no nosso combinado" substituem acusações. Porém, essa abordagem, ainda que eficaz em contextos específicos, frequentemente se mostra insuficiente para lidar com desafios complexos de organizações, comunidades ou relações profundamente deterioradas, onde não basta evitar explosões — é preciso reconstruir confiança e cooperação.
É nesse vácuo que a Comunicação Regenerativa, proposta pelo neuropsicanalista Dr. Renato Lisboa em seu livro homônimo, demonstra sua completude. Inspirada em princípios da ecologia profunda e da psicologia sistêmica, ela entende que toda interação humana ocorre em "ecossistemas relacionais" que podem ser nutridos ou degradados. Seu diferencial está em três dimensões ausentes na CNV: a intencionalidade regenerativa (perguntar "Como esta conversa pode deixar nossa relação mais forte do que antes?"), o foco no legado comunicacional (que marcas emocionais permanecem após o diálogo) e a integração entre indivíduo e coletivo (como nossas palavras afetam redes sociais mais amplas).

Um exemplo prático dessa diferença ocorre em ambientes corporativos. Enquanto a CNV resolveria um conflito entre departamentos ajudando cada lado a expressar necessidades, a abordagem regenerativa iria além: criaria espaços para que as equipes não apenas solucionassem o impasse, mas cocriassem novas narrativas colaborativas, talvez através de rituais que ressignificassem mágoas passadas ou projetos conjuntos que fortalecessem interdependências positivas. Na prática, transformaria um cessar-fogo em aliança estratégica.
Outro cenário onde a diferença se torna evidente é na educação parental. Pais utilizando CNV podem dizer a um adolescente: "Quando você ignora nossos combinados, sinto-me desrespeitado porque valorizo acordos mútuos". Já na comunicação regenerativa, o diálogo incluiria perguntas como: "Que tipo de relação queremos construir nessa fase? Como podemos nos conectar mesmo discordando?", potencializando não apenas a resolução do momento, mas o vínculo a longo prazo.
A superioridade da abordagem regenerativa torna-se ainda mais clara em crises sociais. Após eventos traumáticos coletivos — como desastres ambientais ou polarizações políticas —, a CNV ajudaria indivíduos a se expressarem sem agredir. Já a Comunicação Regenerativa proporia processos restaurativos que transformam o trauma em aprendizado coletivo, muitas vezes através de metodologias como círculos de diálogo que integram saberes tradicionais e contemporâneos para refazer o tecido social rompido.
O livro "Comunicação Regenerativa: Tecer Diálogos que Curam, Conectam e Transformam o Mundo" (2025), do Dr. Renato Lisboa, oferece tanto fundamentação teórica quanto ferramentas práticas para essa abordagem inovadora. Com casos reais de aplicação em empresas, escolas e comunidades, a obra demonstra como substituir a lógica extrativista da comunicação — onde se fala para conquistar vantagens — por uma prática de cultivo relacional. Para quem deseja ir além da não-violência para alcançar a plenitude comunicativa, esta leitura não é recomendável — é essencial.
Serviço:
Obra citada: "Comunicação Regenerativa" - Dr. Renato Lisboa (Editora Lisboa, 2025)

https://www.amazon.com.br/dp/6583212528
Disponível nas principais livrarias físicas e plataformas digitais.


 

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RENATO DOS SANTOS LISBOA
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FONTE: Editora Lisboa
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