São Paulo terá, a partir de janeiro de 2026, um espaço dedicado à memória de Anne Frank, adolescente alemã de origem judaica vítima do Holocausto. A capital paulista será a segunda cidade no mundo a receber uma réplica do quarto onde a jovem viveu escondida com a família, durante dois anos, para fugir da perseguição nazista. O projeto ficará anexo ao Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto, no bairro do Bom Retiro.
O empreendimento contará com investimento total de R$ 26 milhões, sendo R$ 2 milhões provenientes da Prefeitura de São Paulo. A reprodução foi autorizada pela Fundação Anne Frank, sediada em Amsterdã, que administra o museu localizado no endereço original onde a família permaneceu abrigada na Segunda Guerra Mundial.
De acordo com a administração municipal, o objetivo é promover a educação e a reflexão sobre os impactos da intolerância. O espaço integrará o circuito de museus da cidade e deverá receber visitas de estudantes da rede pública, com expectativa de 150 mil visitantes no primeiro ano de funcionamento.
Anne Frank ficou conhecida mundialmente pelo diário que escreveu durante o período em que esteve escondida. Morta em um campo de concentração aos 15 anos, tornou-se símbolo da resistência e da preservação da memória histórica sobre o Holocausto.
Para sobreviventes como Suzana Venetianer, de 84 anos, iniciativas como esta ajudam a impedir que o episódio seja esquecido. Ela esteve em um campo de concentração e perdeu os pais durante a guerra, tendo vindo posteriormente para o Brasil, onde construiu sua vida.