Recuperação judicial cresce no agro em primeiro trimestre de 2025, o que ainda afeta fatia pequena dentro do universo de crédito rural, revela Serasa Experian
Produtores rurais que atuam como pessoa física registraram maior número de solicitações; mesmo com alta, quantidade de pedidos têm baixa representatividade frente aos 1,4 milhão de produtores rurais que tomaram crédito nos últimos dois anos
VIVIANE GARCIA
01/08/2025 18h10 - Atualizado há 14 horas
Divulgação
Dados inéditos da Serasa Experian revelam o cenário de Recuperação Judicial do agronegócio no início de 2025. Durante o período, somando os dados do setor, ou seja, de produtores rurais que atuam como pessoa física e jurídica, além de empresas relacionadas a essa cadeia, os primeiros três meses do ano totalizaram 389 requisições sobre o recurso. Em comparação com o trimestre anterior, último de 2024, houve aumento de 21,5%.
De acordo com o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, “a alta nos pedidos de recuperação judicial reflete um momento financeiro mais desafiador influenciado por oscilações nos preços das commodities e por uma oferta de crédito mais criteriosa. Muitos produtores enfrentam custos altos, prazos longos para receber, maior exigência de garantias e dificuldades na rolagem de dívidas, fatores que pressionam o caixa e reduzem as margens para manobras. No entanto, é fundamental considerar que o número absoluto de solicitações segue sutil frente ao universo de cerca de 1,4 milhão de produtores que tomaram crédito rural no país nos últimos dois anos. Os dados que analisamos auxiliam o mercado a compreender melhor os riscos para garantir decisões mais seguras”, pondera o head de agronegócio da datatech.
Pessoa Física: produtores rurais neste perfil foram os mais demandantes, com 195 pedidos Ainda no primeiro trimestre de 2025, foram identificados 195 pedidos de recuperação judicial considerando apenas os produtores rurais brasileiros que atuam com o perfil de pessoa física. Esse foi o grupo de maior representatividade dentro do total de solicitações da cadeia. Em comparação com os três meses anteriores o crescimento foi de 39,2%. Confira no gráfico abaixo os dados completos com a movimentação histórica do índice:
As informações da datatech mostraram que os produtores que não possuem registro de propriedade — como arrendatários ou integrantes de grupos econômicos e familiares — seguem como os principais demandantes de recuperação judicial, somando 72 pedidos no período analisado. “Esse é um perfil que costuma operar com margens mais estreitas, pois além dos custos da atividade em si, arca com despesas adicionais, como o pagamento pelo uso da terra. Então, em cenários de maior volatilidade climática e de crédito, encontram desafios maiores na gestão financeira e no acesso a garantias, o que explica, em parte, a busca por instrumentos de reequilíbrio judicial”, considera Marcelo Pimenta. Os produtores de grande porte ficaram em segundo lugar, com 53 requisições, seguidos pelos pequenos proprietários, com 38 pedidos e os médios, com 32. Metodologia Os levantamentos inéditos feitos exclusivamente pela Serasa Experian foram construídos a partir das estatísticas de processos do número de documentos que solicitam recuperação judicial no Agronegócio registradas mensalmente na base de dados da companhia e provenientes dos tribunais de justiça de todos os Estados. Estão contemplados nesse levantamento proprietários e produtores rurais de todos os portes que atuam como pessoas físicas e jurídicas, além de empresas demandantes do recurso analisado que possuem Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) principal constante no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) da cadeia agro. Além disso, as análises estaduais são realizadas de acordo com a Unidade Federativa atrelada ao cadastro do demandante. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
VIVIANE NEVES GARCIA TORRE
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FONTE: Serasa Experian