Batucada Tamarindo lança álbum “Olóri-Agbáyé” com força ancestral e inventividade coletiva
Entre maracatu, tambor de mina, afrobeat e camadas eletrônicas, o grupo — com 20 anos de estrada — reafirma sua identidade sonora em oito faixas inéditas e autorais. Dona Zezé, Dona Neta, Mãe Gê e Víh Davice estão entre as participações especiais
Junior
25/07/2025 15h32 - Atualizado há 5 horas
Foto: José de Holanda
Com produção musical de Rodrigo Caçapa e distribuição pelo selo Fervo, Olóri-Agbáyé é o primeiro álbum totalmente autoral da Batucada Tamarindo. Uma obra que traduz a identidade afro-brasileira do grupo por meio de tambores ancestrais, baixos pulsantes, sopros essenciais e texturas eletrônicas. O disco marca uma nova fase do coletivo, com apoio do programa Rumos Itaú Cultural — uma das principais iniciativas de fomento à cultura no Brasil — e reflete uma criação guiada pela escuta, pelo afeto e pela coletividade.
Gravado no Estúdio Tamarineira — território simbólico de criação e presença — o álbum sintetiza a potência compartilhada entre tradição e invenção. O título, uma expressão iorubá que pode ser traduzida como “cabeças universo”, carrega o espírito do trabalho: música como pensamento, conexão e celebração.
“‘Cabeças Universo’, como título, traz esse sentido de reunião das potências na presença de cada membro da Batucada — profundidade, infinitude, um mundo revelado em forma de música. A iniciativa de cada composição parte de uma cabeça e, entre mergulhos no universo de cada um, os outros são convidados a agregar com suas experiências à proposta musical. É um banho de criatividade e autoconhecimento coletivo.”
O universo da Batucada Tamarindo é — Aimê Uehara, Alysson Bruno, Abuhl Júnior, Ilker Ezaki, Maurício Badé e Mestre Nico —, a Batucada Tamarindo cria sua musicalidade a partir do diálogo entre a Zona da Mata Norte de Pernambuco e o Maranhão. Essa confluência reverbera em uma linguagem que é, ao mesmo tempo, ancestral e contemporânea.
As oito faixas do álbum percorrem temas como espiritualidade, força feminina, identidade e resistência. De “Ladainha”, com a marcante presença de Dona Zezé, Dona Neta na música “Becos” ao groove de “Ferengenge” e ao encantamento de “Despedida Azul”, com a Yalorisa Genilce d’ Ògún o repertório expressa a essência do grupo: um corpo plural em constante movimento.
"O primeiro disco da Batucada Tamarindo, lançado em 2019, carregava uma presença masculina muito intensa. Neste segundo álbum, nos permitimos revisitar, explorar e celebrar o feminino que habita em cada um de nós. Para mim foi uma jornada de reconexão com minhas ancestrais e com a força feminina que atravessa a minha família”
Além de Dona Zezé, o disco conta com participações especiais de Dona Neta, Mãe Gê, Víh Davice, Helena Sancho, Edy Trombone, Renatinho do Violino, Isa Uehara, Marly Montoni, Rodrigo Caçapa, Webster Santos, entre outros nomes que ampliam o universo sonoro da Batucada.
Mais do que um registro musical, Olóri-Agbáyé é uma afirmação de pertencimento — feito para quem deseja balançar e flutuar entre os tambores do mundo.
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EDIVALDO CLEMENTINO DA COSTA JUNIOR
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