Videoclipe ‘Eira Nem Beira’, do músico e compositor Aroeira, traz a confluência cultural de três Brasis, em três tempos: o da memória, o da infância e o da vida adulta

O clipe costura um fluxo de memórias biográficas do artista, que se constituiu entre referências das culturas de Pernambuco, Bahia e São Paulo

NANY GOTTARDI
22/07/2025 14h11 - Atualizado há 3 dias

Videoclipe ‘Eira Nem Beira’, do músico e compositor Aroeira, traz a confluência cultural de três Brasis, em
Ivan Torres
 

O músico Aroeira apresenta ‘Eira Nem Beira’, o primeiro videoclipe do seu recém-lançado EP, ‘Início do Início’. O clipe, gravado na Bahia, Piauí e São Paulo, traz para a cena um fluxo de memórias do artista e da migração, da oralidade e da multiculturalidade brasileira, desde o nordeste rural dos cordéis até a expressão urbana das bandas paulistanas.

Pernambucano de nascimento, Aroeira cresceu no interior da Bahia e, na adolescência, migrou para São Paulo. Sua identidade pessoal e artística forma-se no encontro desses três Brasis. Ainda na infância, no interior da Bahia, em uma casa simples, Aroeira descobriu a força das palavras. Suas primeiras apresentações aconteceram na sala da casa de Dona Biata, sua vizinha, onde tinha palco e plateia para suas leituras de folhetos de cordel. O gênero, limítrofe entre a oralidade e a palavra escrita, permitia que, o então menino, vivenciasse a memória do sertão, suas histórias e personagens emblemáticos e míticos das culturas do nordeste, estampados em versos e xilogravuras dos livretos. Enquanto isso, os shows em trios elétricos começavam a invadir as praças e o dial das rádios da região. Foi em shows do gênero que o artista conheceu um instrumento que causaria forte impacto em seu olhar sobre a música, a guitarra. Aos 14 anos, quando mudou-se para São Paulo, a vida e a cultura na maior cidade do país descortinaram-se, imprimindo em sua vivência novas referências culturais, desde as bandas de rock e pop internacionais até a vanguarda paulista, a exemplo da experimental Premeditando o Breque. No caminho encontrou o teatro e o violão. Foi a partir do diálogo sonoro e cultural entre todas essas referências que Aroeira constitui-se como compositor, cantor e músico.

Na canção ‘Eira Nem Beira’, Aroeira reverencia essa trajetória e volta às suas raízes, como um estandarte de celebração à vida. A letra de Aroeira, assim como clipe, é solar, para demonstrar que a alegria é a prova dos nove. A produção musical de Wellington Sancho e Thiago Stancev, entrelaça as referências e propõe uma conversa entre MPB, Pop Brasileiro e Ijexá, convidando para uma festa de batuques nordestinos, harmonizados na sanfona, com uma pitada de sintetizadores e guitarras elétricas. 

A tradução imagética desse universo fica a cargo do diretor do clipe, Daniel Torres, e da produção da Nobre Productions. “Busquei traduzir visualmente essa força por meio de imagens simbólicas, cores vibrantes e movimentos contínuos, como se cada cena fosse um capítulo vivo de um livro aberto ao povo. A ideia de trazer a textura de super 8 é trazer o signo de lembranças como uma viagem no tempo das memórias. A proposta era criar um espaço onde a cultura popular dialogasse com o contemporâneo, sem perder a leveza nem a raiz.” Conclui Daniel.
 

Mais sobre Aroeira

Um jovem de 14 anos, descobrindo a maior cidade do Brasil, recém chegado, em outra família e outra vida. Ao cair de bicicleta, pensa em tratar o ferimento usando um preparado de folhas de aroeira. Começam as brincadeiras dos novos colegas, o apelido que pretendia ser maldoso se transmutou em armadura, amuleto e nomeia a persona artística, que traz a ancestralidade do nordeste como força e norte. No entanto, não é aí que Aroeira inicia sua construção enquanto artista. Ainda na infância, na Bahia, a literatura o encantava e proporcionava o acesso à outros mundos, desde os cordéis até outros gêneros. Aos 14 anos, ele precisa encarnar seu cordel preferido, “O Romance do Pavão Misterioso”, levantando vôo para uma terra estrangeira. Em São Paulo experimenta o teatro, encenando peças como “Palácio dos Urubus” (Ricardo Meireles), em 1989, e a “Os Físicos” (Friedrich Dürrenmat), em 1990. Também estuda atuação com Zédú Neves e com o diretor de TV Geraldo Vietri. Na música inicia com as aulas de violão do mestre Peter Dietrich. Literatura, teatro e música então se encontram, dando origem ao compositor e cantor performático Aroeira. Atualmente divulga com o EP Início do Início, lançado em março de 2025,  que traz a musicalidade e nuances de sua trajetória. O artista atravessa agora sua terceira fase criativa, tendo explorado, anteriormente, o reggae em formato banda e suas raízes no forró, com os lançamentos dos singles O Som Da Cachoeira (2020), Já Foi, Já Era (2020), Abraço Apertado (2020), Não Precisei Dizer Mais Nada (2021), e, mais recentemente, Aroma de Amora e o compacto  Sem Olhar Pra Trás, ambos em 2024.

Ficha técnica do clipe

 

Direção: Daniel Torres

 

Roteiro: Malcon Hebert e Daniel Torres

Direção de Fotografia: Roberto Mamfrim e Hiram Zhou

Operadores de Câmera: Hiram Zhou, Roberto Mamfrim, Vitor Deamo, Andrei Romano, Marcos Vinicius, João Lucas Brito e Vitor Gonçalves

Drone: Yu Breno, João Lucas Brito, Vitor Gonçalves, Direção de Produção, Malcon Hebert

Assistente de Produção: Herbert Almeida

Still: Jennifer Glass

Figurino: Alicia Macussa

Direção de Arte, Objetos e Design Gráfico: Carol Costa

Assistente de Arte: Rudolfo Pereira

Motoristas: Márcio Toledo, Leandro Pacheco, Produção Executiva, Daniel Torres e Malcon Hebert

Produção: Cristhian Lins

Montagem e Finalização: Yu Breno

Supervisão de Finalização: Malcon Hebert e Daniel Torres

Som Direto: Almir Afonso Antunes “Guarinho”, Jefferson Figueiredo, Gabriel Assis e Wilson Vanderley Cipriano

Distribuição: Isis Lugui e Victor Passarim

Catering: Bar da Ribeira

 

Participações:

Beatriz da Silva Sobrinho (Dona Biata), José Jorge Sobrinho, Joelha Cruz, Sidney Sobrinho, Phaloma Barreto, Schirley Cruz, Fábio Borges, Gheyla Borges, Fábio Lucca Borges, Murilo Barreto, Pedro Lemuel Sobrinho

 

Ficha técnica da música

Composição: Aroeira

Produção Musical e Arranjos: Wellington Sancho e Thiago Stancev

 

Banda

Guitarra: Retirante Cósmico

Teclado/Sanfona: Adriano Magoo

Violão: Thiago Stancev

Bateria: Vitor Coimbra

Percussão: Wellington Sancho

Trombone: Tottybone

Contrabaixo: Fernando Nunes, Felipe Barros

 

Produção executiva do artista : Gabriel dos Santos

 

Redes Sociais do artista

Instagram

YouTube

 

SERVIÇO
Lançamento: Clipe ‘Eira Nem Beira’, do músico Aroeira


 

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CHRISTIANE GOTTARDI
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