Moradores do centro de SP protestam contra barulho e bloqueios no Vale do Anhangabaú

Festas noturnas com som alto e acesso restrito geram queixas sobre perturbação do sossego e mobilizam movimento por regulamentação das atividades no local.

Redação - Itaquera em Notícias
01/07/2025 08h13 - Atualizado há 16 horas

Moradores do centro de SP protestam contra barulho e bloqueios no Vale do Anhangabaú
Imagem ilustrativa

Moradores do entorno do Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, têm registrado insatisfações frequentes com eventos noturnos realizados no local. Segundo relatos, várias festas com som alto, luzes intensas e estruturas de palco se estenderam por boa parte das madrugadas de maio, afetando a rotina de moradores, trabalhadores e instituições vizinhas, como a Escola Municipal de Música e escolas particulares.

As queixas se concentram em três pontos principais: poluição sonora, incômodo luminoso e obstruções no espaço público. Eventos têm gerado níveis de ruído aproximados de 79 dB, que causam perturbação até dentro de apartamentos com janelas anti‑ruído. Além disso, feixes de laser atingem fachadas e ambientes internos, e grades e tapumes bloqueiam o acesso de pedestres antes e depois das atividades.

Entre as consequências relatadas estão estresse, dificuldade para dormir, uso de remédios para insônia, além de impactos estruturais causados por vibrações — que chegaram a interromper aulas e causar tremores em prédios históricos. Um abaixo‑assinado reúne mais de mil assinaturas exigindo regulamentação, fiscalização mais rigorosa e definição de horários e limites de som. Diante disso, moradores organizaram o movimento “Anhangabaú sem Barulho”, que reúne relatos e reivindicações no site da campanha: despoluicaosonora.org.

A Prefeitura de São Paulo e a concessionária responsável pelo espaço, o consórcio Viva o Vale — que administra a área desde 2021, após reforma de R$ 105 milhões — afirmam que os eventos são realizados conforme contrato e legislação vigente. A gestão municipal defende que a iniciativa traz mais cultura, geração de emprego e renda ao local. Em contrapartida, o novo marco regulatório da cidade, sancionado em dezembro de 2024, isenta alguns grandes eventos do limite sonoro imposto pelo Programa Silêncio Urbano, o que ampliou as críticas dos residentes.

O Ministério Público abriu um inquérito civil para apurar eventuais irregularidades na concessão e aplicação de normas relativas ao barulho, acesso e circulação. Até o momento não há indícios públicos de punições ou mudança de postura por parte da Prefeitura. Enquanto isso, os moradores seguem mobilizados por um equilíbrio entre uso cultural, preservação do descanso e garantia de trânsito e convivência no centro histórico.


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